Mercado
Queremos acertar a profissão, encontrar o mercado que paga melhor. Somos influenciados por isso. Porém, de tanto buscar o dinheiro acabamos nos afastando dele. Então (depois de apanhar um pouquinho) você aprende que tem de priorizar o propósito, quem você quer atingir.
Devemos ter em mente o seguinte: para se posicionar no mercado atual é necessário muito mais do que habilidades técnicas.
O mercado da festa e dos eventos no Brasil tem que começar a entender que não vende mais por que está sempre fresquinho. Vende muito mais por que é brasileirinho.
Somos um país a reboque do mercado financeiro e de grupos internacionais. Eles patrocinam os programas de televisão, alugam consciências no governo e no parlamento, dizem o que deve ser feito com os juros, com os direitos trabalhistas e com a aposentadoria dos brasileiros.
SOBRE O MERCADO DE PENSAMENTOS E SEUS CONSUMIDORES
Demétrio Sena, Magé – RJ.
Até entendo a preguiça de pensar, que tomou conta desta geração. A cada vez que se discute um tema social ou político – partidário ou não – com determinadas pessoas de faixa etária um pouco ou bem anterior, os discursos destas são sempre os mesmos. Memorizados, dentro de um padrão que acabou de virar moda, e com jargões previsíveis e massificados. As diferenças estão nos tons de voz, embora sempre alterados e com doses fortes de ironia, para convencer pela coação, pois discursos alheios não dão segurança para quem reproduz. Isto ficou evidente, por exemplo, na última campanha eleitoral, que disponibilizou falas para todos os gostos, absorvidos pela moçada e alguns marmanjos de meia idade como eu.
Os tempos estão muito corridos; a geração presente não quer mais ler, desenvolver os próprios raciocínios, enunciados e conclusões. Não quer e não sabe. Decora frases, textos prontos de rede social e os repete nas conversas, acrescentando apenas alguns desacatos e ofensas para quem não concorda com suas reproduções verbais. É bem fácil; não é? Difícil mesmo é pensar por conta própria; tirar conclusões pessoais de tudo o que vê e lê. Perceber as entrelinhas e apurar os fatos, notícias, entrevistas e discussões públicas, para decidir o que tem fundamento, realmente casa com sua opinião, e saber explicar por que sim.
O mercado de opiniões e discursos é realmente farto e se disponibiliza para todos os que desejem consumir. Catar nas mídias opiniões prontas, explicações mastigadas e discursos padronizados dá muito menos trabalho. Quanto ao mais, é só a pessoa ter o cuidado de não discutir democraticamente com quem pensa por si mesmo e se aprofunda criteriosa e lucidamente nos temas. Toda vez que bater o desespero de saber que a decoreba vai acabar, e assim sendo, será necessário lançar mão de argumentos originais inexistentes, é só usar o recurso derradeiro de gritar; gritar muito, para vencer ilusoriamente o debate por intimidação ou, muitas vezes, aquela gentil desistência humanitária do outro lado.
Não adianta entrar no mercado achando que vai ser o rei da cocada (a menos que você seja o rei da cocada).
Congestionamento é resultado de juntar carros, que são fornecidos pelo mercado, com ruas, que são fornecidos pelo estado.
A generosidade e a humildade são valores que não têm preço de mercado. Eles existem dentro de cada um, necessita apenas serem acordados por aquele que procura o despertar da consciência.
A questão é que o mercado dos afetos está em alta; você compra um afeto, e quando ele estraga, você apenas joga fora e troca por outro, não tenta consertá-lo. E este afeto vai parar na sua caixa de amores quebrados. Logo, se você estragar, também não há conserto, e assim, estamos todos fadados a este mundo cada vez mais líquido.