Mensagens de Reflexao Trem da Vida
carruagem
o vivente na ilusão
vive só nas quimeras
repete a mesma condição
o improviso são esperas
e o trem da vida sem direção...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
2020, janeiro - Cerrado goiano
MUDAR O RUMO (soneto)
Muda-se o ontem, o hoje outras vontades
Muda-se o rumo, outra é a tal esperança:
E neste andejar, o destino é de mudança
E no ser e ter, nas tralhas: as dualidades
Se nas histórias permanecem as saudades
Em cada linha traçada, tem a criada aliança
Também, afinal o bom é ter boa lembrança
Fugaz, pois o viver não é só de felicidades
Mudam-se as verdades, e o encanto
Do mal as mágoas numa tristura fria
E a poesia num eterno agridoce canto
E assim neste mudar tanto no dia a dia
Já não há espanto no diverso recanto
Portanto, é bom afazer-se com tal folia...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28/01/2020, 05’55” - Cerrado goiano
paráfrase Luiz Vaz de Camões
Destino
Nas linhas da minha poesia
leio o teu olhar
com rimas cruzadas, luzidia
sinuosas a poetar.
Interferindo no meu destino.
E assim, eu pus a cantar
tal o badalar de um sino
o coração a anunciar.
E neste som divino
a vida nos seus caminhos
o meu e o seu num continuo
Desejar... íamos sozinhos
até nossas mãos entrelaçar.
E, neste poema marcado
de versos ao nosso dispor
desde então, o fado
juntos, passamos a compor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28/02/2020, 23´21” - Cerrado goiano
ALTERAÇÃO (soneto)
Como se a sorte, tirar-me, assim quer
Como a névoa no cerrado embaça o ipê
Você, assim na sina tornou-se por quê?
E o destino passou outra trova escrever
Como se as promessas não mais a mercê
Não mais se lê na vã inspiração a sofrer
Você, agora figura numa dor para valer
E os sonhos se fazem de simples clichê
Um céu tão cinza matizou-se lá fora
Sem arco íris e um ar tão tenebroso
Na alma, é sofrência que sinto agora
Como se pudesse não ser malditoso
Nesta poesia, em que o verso chora
O que um dia no cantar foi mavioso...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
03 de março de 2020 – Cerrado goiano
ABANDONO (soneto)
Silêncio mudo, rente ao meu lado
Como uma melancolia a sussurrar
Há cem mil sensações a me olhar
E o pensamento vagando isolado
Tanto abraço desesperado, atado
Na imensidão do tempo sem lugar
E inspiração rútila a me abandonar
Todos os dias aqui no árido cerrado
É a solidão, cega, áspera e tão fria
E a nossa vida ficando mais breve
E as nossas mãos sem afável valia
A hora passa, e cobra a quem deve
São as horas que sentencia a poesia
O efêmero, tal a rapidez descreve...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30 de março de 2020 - Cerrado goiano
Embate
À volta de incerta inspiração
Ocupei as minhas mãos.
.... e foi a poesia sua combinação!
Brinquei de poetar a vida
Só por tê-la.
Ai! como é incontida
Misteriosa e bela
Cheia de medida!
Em rima discreta, branda
Fui poetando, fui poetando
O que a emoção manda...
E, o que o fado me foi dando
Talvez fiquei devendo à poesia
Um canto de delírio, trovando
Ou talvez mais alegria!
Quiçá! Uns versos amando.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04/04/2020, 17’52” – Cerrado goiano
SAGRAS
Há os sonhos ocultos
dizer o que? Vultos...
Há a poesia derrocada
calhorda a sua fornada
O dedo em riste, olha
insiste, a alma desfolha
Não há poetar sonegado:
- o verso nunca é calado
Há desencontro na colisão
também o meu e seu perdão
O fado tem vida peculiar
o amor não, tem de amar!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
25/09/2019
Araguari, Triângulo Mineiro
velhice
a hora que o tempo tem
com tanta pressa se vai
disparou, e nela contém
um suspiro que desvai
o prazo que ainda resta
nada sei, e pouco abstrai
então, nesta tal aresta
não adianta ser samurai
antes que finde a festa
uai! E vire o que seria
orquestre a tua seresta
e viva cada verso da poesia
antes que se torne indigesta
pois não terás está cortesia...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
30 de setembro de 2019
Araguari, Triângulo Mineiro
REMENDO
Foi o devaneio que guilhotinou
os sonhos. Os fez sem aparato
E se estão intactos, aqui estou
invisível no evidente anonimato
Desenhei quimeras com giz
sem tronco, cabeça e braços
Colhi amor que ninguém quis
pra remendar os meus pedaços
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano
ciscando
busco significação
no cesto de entulho
do fim do ano
e eis que tenho na emoção
- monotonia –
uma folha em branco
e uma acinzentada poesia...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
Inspiração
Uso a poesia para falar de meus silêncios
Para a magia das palavras ter companhia
Em cada rima o hospício de meus suplícios
Assim, falo e ouço, escrevo o real e fantasia
Dou importância na simplicidade do fictício
Vivendo na levitação da imaginação, do só
Que possa vir e me trazer algum auspício
Assim, somos fadados, na matéria e no pó
Tudo na sorte com os seus diversos vestígios
E nos desperdícios das palavras dou um nó
Me perco no desenrolar de cada emoção
Pois cada trova no meu poetar é um cipó
Onde eu gangorro solitário na inspiração
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
SONETO EM MOVIMENTO
De tudo um pouco fiz, e não te esqueço
O pensamento é movimento relutante
Na sofrença eu vivo então agonizante
Tal forma, que o poetar está do avesso
À espera é de um, vã gemido, sonante
Que já saiu dos ventos do meu senso
São fragmentos de dor que não venço
De amarga profunda frustração, dante
E neste vazio de um vadio descenso
Dispenso o amanhã num novo avante
De rude ação, de esquecer, e tão tenso
Não estou propenso a nostalgia gigante
Sei que o depois é outro dia, pretenso
Pois, na solidão, no render sou levante...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, 18 de janeiro
Cerrado goiano
ventania
talvez a gente se esbarre
numa destas confusões do sentimento
onde o tempo no tempo nos agarre
nas lembranças, e nos carregue no pensamento...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
SONETO AGONIADO
Agonio de ti, ó silêncio, do cerrado
Diz coisas que a sorte não vai entender
Da tua brisa saudades tu pões a trazer
Nas brumas, com suspiro empoeirado
Do teu torto cenário bruto, fustigado
Ascende lembranças no entardecer
Tão pálidas na tua secura, vão haver
Solidão, que o meu sonho fica calado
E nos teus murmúrios do alvorecer
O meu ao teu então fica encarnado
Largando lágrimas na face a perecer
Talvez um dia eu entenda o teu agrado
Por agora, o que faz é meu entristecer
Porém, todavia, és âmbito do meu fado
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Cerrado goiano
Dos Medos
Meus medos me dão medo
Me dão vontade de chorar
Remetem medo no enredo
Põe temor no meu olhar
Os medos me apontam o dedo
Me acusam sem se explicar
Os medos do medo fazem arremedo
Deixando a ousadia se calar
Os medos criam muros, segredos
Engaiolando a valentia no lugar
Os medos nos põem em degredos
E nós acovardam na hora de amar
Tenho medo dos meus medos
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
27/1/2015, 16'10"
Cerrado goiano
pena
o bom é que seja leve,
se não poder ser, releve...
e em nossa vida seja breve.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
prova
com o passar do tempo
a vida nos prova
que tudo renova
aos maus reprova
e o que vale é uma nova trova...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
durex sed lex
não acho nem a ponta do durex
quiçá o fio da meada do viver
sempre escrevendo um novo índex
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
bula
a vida não tem ponteiro
marcando o andamento
nem letreiro,
guiando o sentimento
divirta-se!
tudo é momento!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
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