Mensagens de Boas Vindas a Amigos
...
Quase quinquagenário
Virei trovador
Não sei qual foi o cenário
Que me percebi escritor
Acendi uma nova verdade
Extingui a visão realista
Uma nova possibilidade
De virar um idealista
Talvez o luto de um irmão
A distância de uma ninhada
Ou a fuga de uma opressão
Uma estrofe, angústia versada
Só sei que virei um poeta
Na quinta às cinco, aos cinquenta
Foi quando surgiu o alerta
Palavras como vestimenta
Vesti meu verso
Despi minha prosa
Olhei acima Universo
Plantei abaixo uma rosa
Um tributo linda trova
Atributo bela bravata
Obtive singela prova
Um soneto com serenata
Testemunhei cá poesia
Outrora, composição
Me livrei de toda heresia
No pulsar do meu coração
E aí entendi o motivo
Da rima como osmose
Do meu ar conotativo
Da minha metamorfose
...
Ao implorar pela sua atenção
Retinas atentas libertar-se-ão
Do amargo de palavras solúveis
Do azedo de termos volúveis
Das linhas tão permissivas
Ao conceder a mais linda lição
Almas trancadas libertar-se-ão
Da ideia que te adoece
Do medo que te apetece
Das utopias tão repressivas
Deixe o amor virar paisagem
Abra a janela nesta direção
Censure toda tempestade
Aprenda com ela
Sem tanta omissão
Celebre a beleza do pensar
E se nada disso for possível
Invente o seu impossível
Transgrida o senso comum
A vida não é previsível
Regue seu peito
Germine cada semente
Sem secura, sem lamento
Pois a dor de uma história tão dura
Pode lhe causar sofrimento
Na vida eu sou um prato quebrado,
Já servir varios pratos,
Cozido, assado,
Do bom ou barato,
Servir muita gente,
Deixei gente de barriga cheia,
Lamberam seus beiços,
Sujaram seus dentes,
Sorriso na boca,
Foram todos bem servidos,
Fiz bem meu serviço,
Servir muita gente,
Usaram tão bem,
Agora de lado,
Não sirvo mais a ninguém,
Só um prato vazio,
Velho, mal lavado...
Servir muita gente,
Agora em cacos,
Ninguém mais o quer,
Só um prato quebrado!
...
Hoje, quando meus olhos choveram, deixei o sol brilhar dentro de mim. Olhei ao redor e as lágrimas secaram no meu sorriso.
...
Coração na boca
Peito apertado
Alma barroca
Tremor nas mãos
Brilho nos olhos
Eixo recíproco
Me despi, escrevi
Discorri anseios
Me despojei, atrevi
Socorri receios
Soletrei verdade
Dissertei fadigas
Em cada frase
Cicatrizei feridas
Fiz paródia
Refiz meu verso
E na discórdia
Incontroverso
Se sou eu, baluarte
Se aqui és minha arte
Clamo com todo respeito
Se gostas do rarefeito
Esqueças o “à la carte”
...
Nas asas do tempo
a tristeza voa.
No rabo do vento
meu disfarce ressoa.
Um discernimento,
meu grito ecoa.
Um ressentimento,
esperança destoa.
E minha felicidade,
aragem escoa.
...
Mulheres de lua
Mulheres de marte
Para chamar de sua
Que valorizam a arte
Mãe, filha, beldade
Causa, efeito, paixão
Mulheres com ansiedade
Mulheres com depressão
Saudosas, presas na nostalgia
Ansiosas, sequestradas pelo destino
Frustração como filosofia
Esperança com ar clandestino
Guerreiras da resiliência
Esteios da própria família
Autodidatas da contingência
Doutoras em logosofia
Mulheres, maravilhas, verdade
Pausa, peito, menstruação
Divas com propriedade
Mulheres com a, o, til, ão
...
Ganhamos a terra
Recebemos o ar
Constituímos morada
Plantamos subsistência
Destruímos com negligência
Guerreamos com incoerência
Ampliamos nossa prepotência
Invadimos o céu
Nos apossamos do mar
Demarcamos fronteiras
E como consequência
Aniquilamos a resistência
Aumentamos a abrangência
Perdemos a transcendência
Esquecemos de Deus
E ficamos a par
Vangloriamos o Homem
E a partir da ciência
E sua obediência
Vimos a convergência
Esmagar diligências
Chegamos à lua
Para lá explorar
Rasgamos o Gênesis
Cuspimos sem condolência
Escárnio cuja iminência
Nos levasse a sucumbência
De uma lição exemplar
E de tanto achar
Que somos o centro de tudo
E que todo o mundo
Fosse conjecturar
O que era evidência
Sem clarividência
Ficou singular
E diante desta vigência
Com toda nossa anuência
O Homem assassinou
E Aquele que consagrou
Diante de tanta dor
Olhou para Lua e disse:
- Amanheça, por favor
...
Penso, repenso
Exclamo intenso
Algo pretenso
Sem muito consenso
Inundo meu senso
Transbordo imenso
Meu caráter denso
Me deixa propenso
A ficar suspenso
Da minha pujança
Eterna herança
Que desde criança
Chamou pra uma dança
E nessa andança
Casei de aliança
E minha esperança
Verossimilhança
Chamei minha criança
De intensidade
...
Sou eu assim
Claro, escuro
Dom Juan
Dom Casmurro
Jovem, maduro
Arcaico, imaturo
Sou eu assim
Brilhante, obscuro
Veia sábia
Sangue burro
Mente que queima
Cheiro de esturro
Sou eu assim
Um carinho
Um murro
Mastigável
Osso duro
Gritaria e sussurro
Sou eu assim
Estufa, ar puro
Céu sem fenda
Inferno com furo
Outrossim
Seguro, inseguro
Sou eu assim
Passado, futuro
Intenso presente
Esquecido, expoente
Bem assim
Em cima do muro
...
Forjei as rugas do meu semblante com a juventude da minha alma e consolidei a promessa de nunca mais anoitecer. Retalhei minha tela com ensejos do meu propósito, e percebi que de noite ainda era dia, que o sorriso não anoitecia e que o choro desvanecia.
Armei meu picadeiro com as farpas do deboche alheio, preparei meu espetáculo com as lascas da inveja distraída e protagonizei uma história singular, de expectativa abstraída. Frustrei as pretensões do inimigo ao virar de costas para inabilidade opositora, e com este simples gesto, provoquei o conluio e a fúria em manifesto.
A incompetência se vestiu com os farrapos da imperícia, e inapta, limitou-se a bradar, intolerante, blasfemando contra a sabedoria e a jornada do herói itinerante. Foi quando as pedras do silêncio ignorante se chocaram com as vidraças emolduradas pela voz de um certo lábio. A poesia virou arma, e o errante se curvou ao sábio.
...
Quem me dera persuadir a surdina
com meu talento.
Ver minha utopia clarear a cegueira
do desatento.
E minha palavra sorrir nos olhares
o meu relento.
Quem me dera matar a sede
com ideologia.
Esculhambar o que não procede
com analogia.
E minha palavra substituir o dislate
da apologia.
Quem me dera entender a trajetória
de cada vento.
Ver meu privilégio esmagar a vitória
sem merecimento.
E minha palavra vencer a escória
de algum pensamento.
Quem me dera inebriar as volúpias
sem burocracia.
Administrar a incontinência verbal
sem posologia.
E minha palavra despertar a inconsciência
da letargia.
Quem me dera preencher o som
com meu sustento.
Ver minha lisura consumir o tempo
com discernimento.
E minha palavra rachar o deboche
do descaramento.
...
Olhos fechados
Nariz diligente
Ouvidos apurados
Paladar aguçado
Eu machucado
As nuvens divorciadas
A solteirice amarela
Ardi, anoiteci
A flor da pele
Eu queimando
A casa inacabada
O véu de cada árvore
Uma profusão de cores
Identidade própria
Eu boquiaberto
O templo azul e branco
Dragão traveste vitória
Confluência de calçadas
Casas, ruas, estradas
Eu caminhando
Quem vai
Quem chega
A roupa ao relento
O galo fora de hora
Eu indagado
Ansiedade abduzida
Eu livre, imerso
Um folha em branco
Um lápis zeloso
Eu escrevendo
Sensações partilhadas
Verso meu
Prosa minha
Espírito, matéria
Eu abençoado
Detalhe contemplado
Silêncio ressignificado
Um café delicioso
Nenhuma palavra
Eu bebendo
E no final
É a vida me dizendo:
- Relaxa, se aquieta
- Tudo vai dar certo
Eu saciado
O que fica difícil em nossos dias é quando paramos de viver. Viver é ótimo, difícil é parar de viver.
...
O conhecimento pode até nos trazer um certo poder, mas o auto-conhecimento nos coloca na trajetória da invulnerabilidade.
...
Se sua vida é repleta de momentos insossos, tipo raspas de chuchu, lembre-se que uma pitada de pimenta arranca-te do senso comum.
Na minha alquimia, aprendi que tudo pode ser eternizado e que minhas grafias otimistas são incensuráveis.
Quando me censuram, de alguma forma transformo o spray de pimenta em tempero e sigo adiante, ortografando minha euforia.
...
Poetizei minha índole
e erradiquei
meu lastro de ignorância
ao ruminar vocábulos
que eclodiram poesias
...
O Fascismo feroz
zanzou loucamente pela Esplanada
A Liberdade sem voz
foi abortada pela Mãe Gentil
E a Democracia do “Nós”
foi perseguida por uma matilha
e suas cadelas no cio
O ex-presidente algoz
excomungou a paz e fugiu da justiça
O articulador atroz
insuflou a desgraça do Boca Raton
E a polícia de Oz
estava em Nonéstica
e se eximiu do epílogo Dantesco
O pré, durante e após
do Capitólio Tupiniquim
da intolerância enrolada na bandeira
e da opressão carregando uma cruz
deixa-nos uma grande lição
o ventre que abortou a igualdade
continua mais fértil que nunca
Regresso
...
O Brasil está entorpecido
do antagonismo burro
da oposição ignorante
de contradições levianas
da altercação deliberada
da desinteligência vil
da incongruência malévola
da discórdia mentirosa
de sequelas fascistas
de regimes despóticos
de sementes tiranas
de símbolos nacionalistas
de preconceitos cabais
e precisamos curar a ressaca
bolsonarismo nunca mais
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