Mensagem de Amigo para Vizinho
A grama mais verde não é a do vizinho, é a que você rega, cuida e não deixa as ervas daninhas tomarem conta.
O que você vê na garagem do seu vizinho pode refletir o estilo de vida dele, mas isso não reflete necessariamente sua riqueza e, mais importante ainda, sua capacidade de gerar renda.
Aquele vizinho que coloca som alto talvez pense que você curte as músicas dele.
Saber disso não te faz adorá-lo?
O bom vizinho é capaz de cuidar do teu jardim na tua ausência e ainda assim ofertar sementes; o mau vizinho espera que lhe ofertem flores, sempre a reclamar pelas tuas costas que elas estão murchas
Não adianta ficar olhando pela janela a felicidade do vizinho, enquanto a porta da sua casa deixa fechada.
Pouco importa se joguei pedras na janela errada e acordei a seu vizinho, foi alguns tragos e uns copos de vinho e vontade de te ver.
Não há previsões para o bem da humanidade, porquanto o vizinho mais próximo vive de porta, cara e coração fechados.
Quando seu vizinho lhe chama para almoçar é sinal de que os acordos da mutualidade estão coroados de bem-aventuranças.
Se a grama do vizinho parece mais verde, talvez você esteja olhando demais para a dele, e esquecendo de regar a sua.
Ressonância Noturna
Em meu lar, ressoa a voz, Do vizinho que não guarda o tempo. No silêncio, ecoam palavras, Que invadem, perturbam o momento.
Alugado o espaço onde vive, Enquanto o meu é minha morada. São pequenos e próximos lares, Mas a paz, por ele, é roubada.
O síndico espera por vozes, De outros que se sintam oprimidos. Mas os corajosos se foram, E o silêncio dos justos, vencidos.
Há noites em que o descanso reina, E noites que em vigília me encontro. O relógio, sem leis ou limites, Transforma em tormento o meu sono.
Buscar consolo na casa materna, Um lar que já não me pertence, Bagunçaria minha rotina, Em uma fuga que não convence.
É aqui que vivo, é aqui que insisto, Na luta por um pouco de paz. Pois cada eco, cada grito, É um apelo que não se desfaz.
SUA"VIZINHO"
Que o mar é lindo bem se sabe
Com guarda-sol que não se abre
Há uma sombra que se arde
Campos verdes, rara beleza
Mas não se pode ter certeza
Lentes nubladas na avareza
Com qual medida que se mede?
Gramado alheio sempre "vede"?
Que algum milagre te sossegue!