Meninos de Rua
Renascimento
Ele caminhava pela rua com passos leves, mas a mente pesava como nunca antes. O eco das palavras que nunca foram ditas rodopiava em sua cabeça, criando um turbilhão de emoções que ele não conseguia conter. O dia estava cinza, uma coincidência ou talvez um reflexo do que sentia por dentro. O silêncio ao seu redor parecia zombar da confusão que o consumia.
Lembrava-se de como ele era diferente, ou pelo menos parecia ser. Naquele início, quando cada gesto dele parecia prometer algo novo, algo que jamais o faria reviver os medos do passado. Ele se entregou de corpo e alma, acreditando que dessa vez seria diferente, que ele ficaria. O sorriso dele tinha aquele brilho de esperança que ele tanto desejava encontrar em alguém. E ele se permitiu acreditar, contrariando os próprios receios, que ele não era como os outros.
Mas o tempo, cruel como sempre, revelou sua verdade. Ele se tornou aquilo que ele mais temia: alguém que parte. Não importava o quanto ele tivesse planejado, sonhado ou desejado; ele se mostrou efêmero, uma presença passageira, quase como um sonho bom que, ao despertar, se desfaz no ar. Ele percebeu, com amargura, que havia criado expectativas em torno de algo que nunca fora real.
Sentiu-se vazio, como se todas as suas forças tivessem sido sugadas por um abismo sem fim. Mas então, algo dentro dele começou a mudar. Uma força antiga, quase esquecida, emergiu das profundezas de seu ser. Uma lembrança de quem ele realmente era, antes dele, antes de todos.
Ele parou de caminhar por um momento e olhou para o céu. As nuvens cinzentas começavam a se dispersar, permitindo que alguns raios de sol atravessassem, iluminando suavemente a cidade. Sentiu uma onda de determinação invadir seu peito. Ele foi um momento, um capítulo em sua vida, mas não o fim da história.
Ele seguiria em frente, como sempre fez. A estrada à frente era longa e cheia de incertezas, mas ele estava pronto. Não mais dependeria de promessas alheias para ser feliz. Seu caminho seria traçado por seus próprios passos, fortes e decididos. E assim, ele seguiu, deixando para trás as sombras do passado, caminhando em direção ao futuro, onde sabia que encontraria a si mesmo novamente.
POEMA DE RUA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
É na rua que os risos encontram meu rosto,
que meus olhos encontram olhares acesos,
o meu corpo se livra de pesos e sombras
ou de velhos assombros que nunca se vão...
Lá na rua estão vozes, expressões que vibram,
correm vidas num rio pra todos os lados,
corações misturados esbarram nos outros
e se ferem, se curam, dão sentido ao tempo...
Neste canto faz frio que vence o calor
de qualquer estação, por mais quente que seja,
não há dor nem alívio, qualquer vibração...
Só as ruas fervilham de gentes e coisas,
interesses humanos, defeitos, virtudes,
atitudes e gestos que movem o mundo...
POEMA DE RUA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
É na rua que os risos encontram meu rosto,
que meus olhos encontram olhares acesos,
o meu corpo se livra de pesos e sombras
ou de velhos assombros que nunca se vão...
Lá na rua estão vozes, expressões que vibram,
correm vidas num rio pra todos os lados,
corações misturados esbarram nos outros
e se ferem, se curam, dão sentido ao tempo...
Neste canto faz frio que vence o calor
de qualquer estação, por mais quente que seja,
não há dor nem alívio, qualquer vibração...
Só as ruas fervilham de gentes e coisas,
interesses humanos, defeitos, virtudes,
atitudes e gestos que movem o mundo...
SUJO DE FLOR
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Era uma rua fétida. Insuportável: viam-se pelo chão, velhas fraldas imundas; ratos mortos; muitas poças de lama em dias de chuva, e muita poeira nos dias ensolarados. Às margens, o capim crescia desordenado e cobria uma vala que a prefeitura nunca fazia manilhar.
O agradável contraste naquela rua era o belo quintal da professora Janice. Via-se pela cerca de arame uma grande área de chão arborizado. As árvores eram nada menos do que alguns pés de flamboaiã que se mantinham floridos quase o ano inteiro. Eles cobriam de pétalas o chão arenoso e grato por tamanha beleza.
De vez em quando a professora Janice era vista mal humorada, vassoura em punho, varrendo as flores que atapetavam o chão de seu tão belo quanto admirado quintal. Admiração não somente pelas flores, mas também pela sombra extensa, com leves pitadas de sol que tornavam tudo mágico. Era mesmo impossível passar pelo quintal da professora Janice e não dar uma boa olhada.
Passei um bom tempo sem ir ao bairro em questão. Logo, sem admirar o quintal da rua imunda. Quando voltei a passar por lá, foi grande a surpresa pelo que vi: o quintal da professora Janice, agora cercado por um muro de pouco mais de um metro e meio, não tinha mais as árvores. Como não resisti, aproximei-me para ver melhor e vi o chão todo pavimentado, sem nenhum arbusto; nenhuma roseira; maria sem vergonha... qualquer planta.
Finalmente, o imóvel da professora estava mais imóvel do que nunca: não tinha vida; os pássaros foram embora; também se foram as borboletas. Restou a casa, bem mais ampla e luxuosa, cercada pelo chão pavimentado e quente, além dos banquinhos de cimento expostos ao sol torrencial.
Curioso, perguntei a um menino da rua imunda se a professora Janice não mais morava no local. Ele respondeu que sim. Encorajado por sua boa expressão, me deixei indagar se ele sabia o motivo de a professora ter mandado cortar todas as árvores do lugar.
- Olha, moço; saber, mesmo, não sei não... mas ela vivia reclamando porque as árvores davam trabalho... deixavam seu quintal todo sujo de flor.
RUA MORTA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Minha poça me diz que se tem o momento,
que o passado está fora da linha dos olhos,
pois o vento não volta; só abre caminho
para ventos futuros; eventos recentes...
É de praxe avançar, concluir fase a fase
ou teremos crateras por todo o percurso;
voltaremos do quase pra ponto nenhum
do luar esquecido numa rua morta...
Foi preciso crescer, alcançar minha idade
sobre cada saudade; lembrança; memória ;
cada glória e tropeço que tive até já...
Esta hora se mostra como agora e só;
há um nó que se fecha no retrovisor;
fui criança na infância; não serei agora...
MENINO POETA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Fui moleque de lua...
passava noites na rua,
me declarando pro céu.
Sem rumo...
A lua paira sobre as nuvens de algodão.
E o pobre menino de rua, sozinho, na noite crua faz das nuvens seu edredom.
E sua cama é uma caixa de papelão aberta.
Rotina certa para a transgressão,
Quando a fome bate no estômago e reflete na mente.
E passa a roubar por nada receber como pedinte para saciar a fome que o consome.
E aquele menino que a sociedade poderia ajudar a se tornar um homem.
Vaga pelas ruas sem nome ou sobrenome.
Adotou um vulgo pra sobreviver.
Parece fato comum na cidade grande.
Onde todos passam e fingem não o vê.
Esse menino poderia ser eu, ser você.
E a sociedade nem tá aí pra tal situação.
Mudam-se os atores políticos mas o texto será sempre o mesmo.
Enquanto muitos perambulam pelo mundo a esmo.
Sem ter quem lhes tenha compaixão.
Como se tornar um cidadão,
Sem uma mão que os levante?
E o mundo preocupado com o elo perdido.
De onde vimos? Quem são nossos ancestrais?
E minha preocupação maior sempre será
Pra onde estamos indo
Nesse mundo infindo onde há um excesso de GLAMOUR e excassez de GLACÊ.
E eu aqui, pensando assim, penso em você, penso em mim...
by Elmo Writter Oliver I
27.03.2022
19:04hs
.*.
#byelmowritteroliveri
🙇🕊️✊🌍🌎🌏✊🕊️🙇
Já dizia, minha falecida tia, todos os dias, sai na rua um esperto e um idiota, quando um dos dois se encontra dá negócio. Um reflexo atual do nosso país, a diferença, que um esperto consegue manipular vários idiotas, político vs povo.
É só tu marcar, pode ser na tua rua, tua esquina, no teu bairro, qualquer lugar do sistema solar, eu vou, juro, chego cedo só pra te ver chegar.
Palavra Nua
Uma palavra nua foi vista na rua.
Chamaram as autoridades.
Que despudor permitido,
Deixar palavras sem nome,
Se expondo desvalidas.
Uma moça de poucas vestes sugeriu cobri-lhas.
O cirurgião queria por já cortá-las.
O alfandegário, indagava-lhe a origem.
Porque não lhe põem algemas, questionou um transeunte.
Podem lhe dar açoite, para recuperar o respeito, profetizou o Vigário.
E a palavra nua, destemidamente aguardava,
Que surgissem gentes que pudessem encantá-la.
Carlos Daniel Dojja
In Poemas para Crianças Crescidas
COMPREENSÃO
A rua onde nasci era larga e extensa de vozes.
Nela havia uma velha casa de espera e de descobertas.
Minha mãe me ensinava a brincar de ver.
Ficava ao meu lado e com suas mãos me entregava seus olhos.
Dizia-me: O que vens?
Eu menino, com zeloso brio elaborava narrativas não aparentes.
As vezes via um pássaro falando com o vento.
Ora, era um arco-íris despontando no anoitecer.
E até eu voava, buscando palavras com asas.
Lembro-me quando lhe disse:
- Estou vendo uma dança no céu.
E ela pediu-me para tomar cuidado com os instrumentos, marcar os passos, ouvir a sinfonia.
E asseverou: Veras na vida aparências e essências.
Mas não tenha receio de vislumbrar.
No fim o que fica é o que se olha para dentro.
Antes de saber ler e escrever compreendi a ver poesia.
Carlos Daniel Dojja
In Poemas para Crianças Crescidas
╔❝O sol apaga a luz na rua
Com ele me deixo ir
Me traz de volta a lua
Que sempre me faz sorrir
É a noite meu regalo
É meu aconchego
Sei nela encontrá-lo
Num caminho cego
Você que me aquece
Num olhar ao chegar
Logo meu corpo estremece
Cheio de vontade de o amar...
encontrar.❞╝
Tc.16122019isab12.44
Acordei meio para baixo, meio triste, saí na rua para varrer a minha calçada, passou uma pessoa e com um largo sorriso disse: BOM DIA, nossa, mudou meu astral, melhorou meu dia!!!
Pena que hoje em dia as pessoas esquecem, que coisas tão simples podem nos fazer tão bem!!!
Devo ter cruzado com o amor uma centenas de vezes pela rua,
sem ao menos olhar para o lado.
Mais acredito que até o fim dessa existência possamos nos trombar.
PauloRockCesar
Quando a chuva cai e frio queima.
A cidade cinza fica sem cor.
Pobre paulista na rua sem coberto...
PauloRockCesar
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