Menina que Existe dentro de Mim
Às vezes esqueço de mim
Um esquecimento tímido e modesto
Que vem me inundando, me preenchendo
E quando vejo, sou apenas metade do que era
Às Vezes esqueço de mim
E os segundos passam tão lentamente
Que posso parar para refletir
Sobre as nuâncias do tempo
Às Vezes esqueço de mim
E mesmo conciente deste fato
Convenço-me de minha natureza humana
Falha e egoísta, falsa e irônica
Sim, eu às vezes esqueço de mim
E de minha fragilidade
Às vezes esqueço de mim
Só para lembrar, mais uma vez
De ti
"Vai, vai, por mim
Balanço de amor, é assim
Mãozinhas com mãozinhas
Prá lá
Beijinhos com beijinhos
Prá cá
Vem balançar
Amor é balanceio meu bem
Só vai no meu balanço
Quem tem
Carinho para dar"
Lembranças
O fato de saber que o futuro
Tende a levar-te para longe de mim,
Em uma conspiração covarde, impiedosa e dolorosa,
Trabalhando em conjunto com minha memória,
Para que juntos lhe transformem em uma vão lembrança,
De um tempo que um dia
Acreditamos ser eterno em sua essência,
Momentos marcantes, inesquecíveis,
Que forçados pelo tempo vão se dissolvendo,
Ficando em algum canto do passado,
Onde as mentes jamais lembrarão,
Pode até ser que o coração lembre,
Mas ignora,
Na tentativa de evitar sofrimento,
Apagando e me fazendo esquecer
Qualquer lembrança sua,
Então cairemos em total sanidade,
E veremos que o tempo não perdoou,
Não parou,
E se tornou tarde demais
Para qualquer tipo de arrependimento,
Ai sim, nos daremos conta de que nossas história,
Assim como nossas vidas,
Chega ao fim...
O perigo de mim é que me entrego, me dou, me mostro de ponta cabeça, de todos os lados...o perigo de mim, é que quando desisto não tem jeito.
Vem depressa para mim, que eu não sei esperar, já fizemos promessas demais. E já me acostumei com a tua voz, quando estou contigo estou em paz. Quando não estás aqui, meu espírito se perde, voa longe.
Quando teus olhos brilharem perto de mim o bastante para te alcançar com meus braços, tu vais esquecer a dor, a espera que machuca.
Esqueci de mim por muito tempo,agora esqueço apenas tudo o que teimei em lembrar por tempo demais...
Talvez lembre de mim como uma mulher vivida, descolada, que lida bem com relações descartáveis, logo eu que odeio copos de plásticos, canudinhos, tudo que não dure.
Eu ando sem saber o que fazer.
O caos e o desespero estão tomando conta de mim,
Eu ando sem saber o que fazer.
Meu coração não me responde, parece não bater e bater mais forte ao mesmo tempo.
Eu ando sem saber o que fazer.
Minha consciência entrou em estado de pré-óbito.
Eu ando sem saber o que fazer.
Com a multidão vem o desespero, e com o silêncio vem o pânico.
Eu paro sem saber o que fazer.
Nada funciona, nada parece dar certo.
E eu não sei mais o que fazer.
Eu me importo, e muito. Quero marcar mais quem passa por mim, quero perder esse medo de não agradar, essa preocupação em ser o que todos esperam. Tentando não incomodar ninguém eu fico neutra. Invisível. E todas as minhas experiências de falta de preocupação já me indicaram que seria bem melhor me assumir. Eu não sou tímida. Sou calculista.
Amor que estais em mim
espero o teu fruto...
Traz-me mel e alimenta
este coração que te aguarda
desde o amanhecer.
Vivo num constante ir e vir,
onde pra mim,
nem curvas, nem esquinas turvas,
nem aos tropeços paro!
Levanto...
Sigo cada vez mais lapidada...
mas preparada pra chegar onde eu quero
Quisera eu que as pessoas pudessem olhar para mim como eu olho para elas.
Que fossem capazes de me enxergar com os mesmos olhos com os quais as vejo.
Que olhassem para o mundo com a mesma profundidade e leveza que tento transmitir.
Ou, ao menos, que eu soubesse lidar com as palavras da mesma forma que meu olhar se expressa, de maneira equiparada e clara.
Que tivessem sensibilidade suficiente para me decifrar sem julgar.
Assim, entenderiam o que trago em meu olhar e perceberiam a importância de cada um deles.
Tem gente que me olha, mas não me vê.
E se não me vê, não me sente.
E se não me sente, não me compreende.
