Menina que Existe dentro de Mim
TALVEZ UM POEMA MEU DOS MAIS CURTOS
Para mim, não há ano novo
Civil, religioso ou profano,
Quando a fome ataca o povo
No pântano em que me movo,
Neste mundo demais insano.
Quem elaborou o plano
Das horas e do calendário
Que rege o mundo, afinal?
Dizem que foi um mortal
Quiçá um gregoriano,
Papa, de certeza com papa
Garantida todo o ano.
Vieram os contadores dos tempos
Em épocas bem mais remotas,
Babilónias, Egípcias e Chinesas
E para maiores certezas
Perguntem lá ao Hiparco,
O grego que não Aristarco,
Nas matemáticas catedrático,
Se há justiça no relógio
Que marca sem sortilégio
Eu ter de me levantar,
Às três e meia da matina
Há trinta anos volvidos,
Matadores dos meus sentidos
Feita já minha doutrina.
Pobre o povo que continua
Sem ver o sol nem a lua,
Em dias e noites sem nevoeiro.
Não há cesto sem cesteiro,
Um dia, irá ser o primeiro
Da revolta
Presa ou solta,
Do teu ano, por inteiro.
Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 30-12-2023)
O QUE VOCÊ PRECISA SABER DE MIM?
Meu vício é solitude, não solidão.
Ergui o muro, tranquei o portão.
O mundo ficou lá fora, mais do mesmo, eu não.
Remando contra a corrente, andando na contramão.
O que você precisa saber de mim?
No espelho o agora, no retrovisor o que teve fim.
As fotos nem sempre revelam a verdade.
Um tempo para não esquecer, surreal realidade.
Marionete, máscaras encobriam meu rosto.
A ampulheta não para, não sou mais moço.
Qual é sua senha? Qual é o seu signo?
Em cada desenho, tudo o que sinto.
Em cada olhar, em cada sorriso.
Te dou meu endereço, vem ficar comigo.
Você me vê ao se ver em mim
Também me vejo nessa imagem
E nela ficamos bem
Misturamos nossas margens
Deixamos nos levar pelo que vem
Pra só depois, mais tarde, enfim
Sabermos quem é quem
Você me vê, eu sei
Não disfarço bem
Você parece ilusão
Mistério, timidez: não te vejo tão bem
Não conhecemos nosso abraço
Mas nele ficaríamos num laço
Poderia ser nossa toda a eternidade
O infinito e o que ele contém
E depois, viria, então, a vontade
De não ter mais ninguém...
Fora de mim existem anjos e demônios, fantasmas e malassombros, lobisomens e vampiros, elfos, fadas, bruxas e unicórnios.
Dentro de mim habitam crenças e fantasias, ilusões e desvarios, ficções e devaneios, imaginações, medos, desejos e faz de conta.
Toma para ti o meu coração. Faz dele a tua morada, ó Deus. Domina sobre o meu ser, para que me mim se produzam as obras do teu santo Espírito.
Às vezes me sinto tão confuso
Sou um escudo de mim
Perdido nas palavras
E ao mesmo tempo
As estrelas são brilhantes com alegria
E seguindo emocionada essa sintonia
No despertar do amor verdadeiro
Assim eu não minto quando quero ser
Sempre teu amado
Não sei se estou certo ou errado,
Mas eu me protejo da desilusão
Almejo estar ao teu lado
Sendo mais forte que a paixão
E me vendo feliz
Isso é meu coração dizendo:
Jamais te esquecerei ,tu és a mulher da minha vida
Só você é minha querida, Nataliya.
Frankton
IN-TERVALO
A mim me basta
O primeiro e o último ato.
Os demais são intervalos,
Da pose para um retrato
do retrato que não tiramos
E a tinta a perecer, a escorrer
Sobre o papel borrado
Depois...
Sob um branco véu
De bolinhas brancas.
Teu rosto desfigurado
No papel do retrato.
É a vida um papel
Em sua complexidade de atos.
Ao soar dos sinos
Traz de volta , traz pra mim
Revoga o beijo o cheiro , desejo
Arromba a porta que ficou trancada
Não por opção , mas por orgulho besta .
Segure os dedos minhas mãos
Não solte não vá embora , fique .
Resista , peça , me queira
Me dispa.
Beba de mim, sugue de mim
Sussurre enquanto beija minha boca
Converse no meu ouvido
Com sua voz rouca .
Sorria
Quando fechar lentamente os olhos
Enquanto se curva sobre mim
Abra as pernas e como na cadeira
Sente , apoie seus braços e viaje em me
Passeie com as mãos no meus pescoço
Busque meus olhos pra se
Impeça minha fuga .
Beije-me
Não me deixe ir.
RETRATO DE MIM
Olho-te e fico arrepiado...
Quando eu ainda julgava
E acreditava
Ser o fiel retratado,
Eis que surge a tal visão
Com cruel precisão,
Sempre a mesma
De iguais feições
E compleições
De um cão,
Feito aventesma.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 23-01-2023)
CHORAM OS MONTES
Tristes, os montes e outeiros
Já choram por mim.
Consigo ouvir o lamento dos pinheiros
Carvalhos, azevinhos e sobreiros
E de árvores amigas que tais,
Num sussurro
Quase em urro,
De tão reais.
Comungo das lágrimas dos pardais.
Sentem a saudade da vida dos dias,
Das nossas irmãs fantasias
Na imaginação de um mundo
Mais fecundo,
Sem dores fatais.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 23-01-2023)
Uns gostam de mim com sal, outros com açúcar, a maioria prefere simples, ao natural, tal como sou, sem corantes, conservantes e outros colantes.
Para mim, o conceito de Democracia se baseia na histórica expressão: "Si hay gobierno, soy contra"
E não no atual contexto que nos impõem: Si hay oponentes, cancelar, eliminar, destruir, desmonetizar.
Sou a multiplicidade do eu
A incansável busca por mim mesmo
Sou a poesia que nunca acaba
A expressão da alma, que é infinita.
A QUATRO MIL METROS DE VOCÊ
Rarefeito é o ar apesar do vento
Entra em mim como água no deserto
O diafragma em soluços, tento
A atmosfera que és tu, liberto.
Respiro fundo e olho a queda
A tristeza escarlate-artéria depreda
O sangue azul-veneno em mim enreda
Teu cheiro em meus alvéolos já não degreda.
Almejo as habilidades dos pássaros
Invejo os leves pulmões caros
Desprender-me dos limites bárbaros
A chegada ao topo é para os raros.
Meus ouvidos me falam dos teus ecos
Martela em meus tímpanos apáticos
Destoam além dos meus instintos poéticos
Seus ecléticos pensamentos sarcásticos.
Bonito mesmo, é vestir-se de verdades!
Palavra pra mim é tudo! Quem não tem, vale pouco ou quase nada!
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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