Medos
Numa busca constante
pra saciarmos nossas vontades,
enfrentarmos os nossos medos,
falhamos, cansamos, bate um desespero,
entretanto, graças a Deus, continuamos
até que chegue o nosso último momento.
A liberdade tem um valor inestimável,
ironicamente, tem um preço
pra nós mesmos que a possuímos,
requer um agir atento
pra usufruí-la de um jeito sensato
pra sermos verdadeiramente libertos,
pois muitas vezes ficamos perdidos
ou somos precipitados diante de livres acessos
sem sabermos ao certo
qual o caminho exato para seguirmos,
mas quando não esquecermos
que um passo em falso dá a chance
de um recomeço,
é que, então, teremos uma liberdade de fato,
por não ficarmos aprisionados aos nossos erros e medos.
Gostaria de conhecer
pelo menos uma parte da tua completude,
que vai além de ser uma linda mulher
serias como uma leitura emocionante num dia de chuva,
uma calmaria e uma tempestade
no meu mar de pensamentos,
seria como andar à noite
num lugar verdejante
com radiantes sentimentos afugentando a nossa escuridão
de medos e inseguranças,
um tempo deleitoso a cada estação,
nossos espíritos seriam libertos,
entretanto, grande seria a nossa conexão por sermos sinceros
um com o outro
e Deus nos mostrando a direção.
Todos temos os nossos medos particulares, aqueles que nos acompanham desde muito cedo, abrigados na nossa mente, demonstrando uma indesejada fidelidade, que, às vezes, são esquecidos, mas estão sempre por perto, silenciosos no nosso subconsciente para agirem em determinados momentos, os mais inconvenientes, não podemos simplesmente nos livrarmos, são poderosos, precisam ser desafiados frequentemente até chegar o ponto que a presença deles não seja mais um incômodo tão potente, assim, graças ao Senhor, é possível seguirmos em frente com mais liberdade, usando-os a nosso favor para sermos mais cuidadosos e no tempo certo, deixarão de ser um grande entrave, um dos ganhos valorosos da indispensável maturidade.
São momentos muito inusitados quando se consegue superar certos limites, medos e outros obstáculos inconvenientes, algo que não ocorre do nada, sem um sentido, requerem um mínimo de esforço a partir de um propósito imprescindível, de preferência, um que seja próprio e não imposto pelos outros, já que cada um tem um caminho específico para seguir e esquecer disso pode ser bastante desastroso.
A raridade deste tipo de ocorrência não é de todo mal, tendo em vista que pode intensificar o sabor da superação e com certeza, ocorre no tempo exato, não adianta pressa, porém, a determinação é indispensável, sendo uma das partes mais significantes para se alcançar uma imensurável compensação, que está muito longe de vim fácil, entretanto, faz valer a pena tudo aquilo que foi enfrentado entre desafios e incertezas.
Durante a sua trajetória, algumas superações são possíveis, uma diferente da outra, às vezes, terão a participação de pessoas maravilhosas, próximas ou desconhecidas, que ajudarão da melhor forma possível, mas também haverá aquelas que será preciso alcançá-las humanamente sozinho, um ímpeto de lobo solitário, conflitos internos, sensações de vazio, onde o foco, fé, suor serão profusamente necessários.
Pode custar um alto preço para ser felizmente compensado, o que é de se esperar, desde que não custe a sua integridade, nem venha a atrapalhar a vida de outrem, sendo prudente lembrar que ainda que tenha a sensação de estar só, Deus estará sempre guardando o seu caminhar, motivando a não desistir e sim a continuar, nutrindo a força da sua coragem de lutar, superando as muitas dificuldades que possam vir para desmotivar.
Portanto, continue no seu processo, não se esqueça do Senhor, faça o que estiver ao seu alcance, tudo corrobora para o tão querido resultado, mantenha o respeito por si mesmo e pelos demais, pois no fim das contas, todos temos as nossas lutas particulares, a necessidade antiga ou recente, muito expressiva de superar algum entrave, cujo peso do fardo não é sensato comparar, pelo menos, não na sua totalidade.
DESPERTO
Vazio na escuridão
Estridulando o sono
Medos em prontidão
Da paz eles se adonam
Invocação de Força
Aos céus levanta as mãos
Anseios vão à forca
Numa genuflexão
Lá vem mais uma aurora
Vai engolindo as trevas
Com Fé renova agora
Porvir de novas eras.
DESPERTAR
Essa angústia anda medonha
Carregando muitos medos
Rouba o descanso a insônia
Urge um despertar bem cedo
Alma anda meio acrimônia
Precisando de mais credo.
Queria ser diferente
irradiar paz, alegria a toda gente...
Queria ser a força sempre presente,
queria ser como aquele que não esconde o que sente.
Queria ser humilde,
aceitar a mão...
Queria...
aceitar facilmente todos os nãos.
Queria
dar a mão
pra quem precisa de ajuda e direção.
Queria, num estalar de dedos,
mandar embora todos os medos.
Tens vivido?
Tens sofrido?
Tens lutado?
Tens perdido?
Tens procurado?
Sobrevivido...
doído,
ralado,
quebrado,
não encontrado?
Tens desistido?
Tens percebido
que nada na vida faz sentido?
Tens chorado?
Estás vivo então.
Só os vivos têm o privilégio
das tempestades, das dores, dos medos...
até parar de bater o coração.
Escolhendo caminhos...
Um amigo me disse: há encruzilhadas na vida.
Olhei pra trás (na minha vida); confesso, apenas vi uma linha reta
Não vejo encruzilhadas
vejo escolhas certas
não vejo escolhas erradas...
Apenas caminhei meu caminho
Não me sinto torta
não me importa
se alguém considerar que foi uma vida torta...
Não vejo outros caminhos q porventura poderiam ter sido seguidos
Meu caminho está traçado
Apenas sigo por ele
um passo de cada vez....maybe...alguns sem sentido
Sigo, sem dúvidas, sem medos...
Ah! e se tivesse opção de escolha? - pergunta meu amigo
Se tivesse opção de escolha - respondo eu
Seguiria o caminho seguido ou o não seguido - definitivamente não importa
Ainda assim eu não seria torta
Seria eu...simplesmente eu
Porque....quem faz o caminho é o caminhante
E o caminhante é o caminhante... não importa o caminho
Mapas
Rasguei o mapa.
Agora qualquer caminho me serve.
Não tenho ponto de chegada.
Apenas sigo mais um dia por esta estrada.
Não quero o futuro desvendar.
Não quero placas pra me guiar.
Na dança da vida rodopio.
Não importa que esteja presa por um fino fio.
Se encontro um desvio, me desvio.
Sigo o leito do rio… ou não.
Sigo na mão.
Me perco na contramão.
Se precisar dou voltas.
Faço o caminho de volta.
Perco-me.
Encontro-me.
Nas esquinas da vida.
Sigo.
Entro em becos sem saída.
Deixo a vida me levar.
Deixo a chuva me lavar.
Deixo a vida me parir…
sem medos, sem dores
abismo profundo: eu sempre a cair… a cair…
no fundo, no fundo só vejo flores.
Cheia de medos...
Cheia de medos...
Sigo?
Vazia de todo o resto...
será que consigo?
Pode o medo me atrapalhar?
Pode o medo meus olhos vendar?
Pode o medo me paralisar?
Pode o medo me sufocar...
e de medo me matar?
Decidiste partir.
Eu quis te seguir.
Me impediste - "Não, comigo tu não podes ir".
"Sem mim, a partir de agora, pelo teu caminho deves seguir."
Sem ti não vou conseguir!
"Ah! Sim.... consegues sim..."
Disseste pra mim.
"O caminho é seguro.
Não tenhas medo do escuro.
Alguém vais encontrar...
bem aí na frente... no teu futuro."
Tristemente sorri.
Não era do meu caminho o medo...
Não era de mim que eu estava falando...
Meu medo: é tu... sem mim pelo mundo andando.
Temo
Temo estes dias maus.
Temo o que traz pro porto todas as naus.
Temo o dia chuvoso.
Temo meu coração nervoso.
Se não há nada pra temer... crio.
Crio medos.
Crio noites insones.
Crio gritos ecoando.
Crio um rio por suas águas pro mais profundo mar me levando.
Medos
Nebulosa nuvem circunda meu pensamento,
Uma furtiva lágrima escorre pela face,
De repente uma tristeza corroí meu sentimento,
Ao não me sentir a direção de sua inspiração,
De ser personagem na história de seu coração.
Ah! Se eu pudesse expressar toda essa aflição,
De medo,
De angustia,
De sofreguidão,
Entranhadas na carne,
Assombradas pela solidão,
Que traz insônia,
Que tira o sossego,
Provoca dor.
Só porque desejei seu amor,
Seus beijos,
Seu olhar que traz calor,
Seus abraços de desejos,
Por mim,
Para mim,
Sentir, enfim,
Sua empolgação,
Tanto quanto demonstro por ti.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
13/11/2007
Dos Medos
Meus medos me dão medo
Me dão vontade de chorar
Remetem medo no enredo
Põe temor no meu olhar
Os medos me apontam o dedo
Me acusam sem se explicar
Os medos do medo fazem arremedo
Deixando a ousadia se calar
Os medos criam muros, segredos
Engaiolando a valentia no lugar
Os medos nos põem em degredos
E nós acovardam na hora de amar
Tenho medo dos meus medos
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
27/1/2015, 16'10"
Cerrado goiano
medos
tens medo de quê?
do fim?
o fim se põe com o sol
Nasce reiterado no arrebol
do manhã
morre, nasce, morre
os desejos, pela alma escorre
no amor, alegria, no tempo corre
os sonhos expirando
renovando
tristura chorando
dúvidas falando
és o outro, és o mesmo
até não teres temor de morrer
assim, serás duradouro...
... eterno...
© Luciano Spagnol (poeta do cerrado)
Anápolis, 13/01/2013, 08'53"
*paráfrase Cecilia Meireles
Às vezes na cabeça de uma pessoa, há enormes confusões entre neurónios que, por momentos, a própria fica sem saber o que pensar!
Rodrigo Gael - Portugal
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