Medo Drummond
Devias recear-me, como um gato ao derradeiro oito que se espavori da noite. Devias desconsiderar meus convites pela madrugada, como quem se ensurdeceu há muito.
Vivemos perdidos, onde só começamos a vivenciar a verdadeira essência quando nossos monstros começam a fazer parte da nossa vida, mostrando o gosto do desespero, medo e incerteza.
O medo é uma variável constante no coração de todos os seres, mesmo os que dizem não ter medo de nada, se abstém logo no primeiro estalo de uma possível sofreguidão
Deitar-me e ir a um profundo inesgotável escuro. Aonde apenas o silêncio alimente minh'alma. Na profundeza da mais sincera lagrima, quero ficar em estaze dentro do meu mundo particular.
Calar-me e omitir a dor que me foi causada, permitindo que fosse avassalador em minha razão e deixando vulnerável a decepções o meu coração. Por gostar de quem não se deve
Se buscas verdadeiramente a paz não deves estar rodeado de segredos, pois certamente serás atormentado por suas sombras.
Era tarde da noite, eu precisava ouvi-la, precisava me despedir, tentei ligar mas não conseguia, foi então que despertei e pude perceber que se tratava de um sonho. Até hoje penso naquela noite, naquele desespero. Certo estou que nunca estarei pronto para deixá-la, muito menos perdê-la.
Incógnita
Onde ela mora?
No absurdo
No medo
No escuro
De onde vem sua força?
Do luto
Do túmulo
Do tudo
Quando vai, e quando volta?
Não sei...
Já estou morta!
Enide Santos 26/04/14
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