Me Sinto Esquecido
Melodias desafinadas.
Um piano desafinado,
rústico,
mal-tratado,
odiado,
esquecido pelo tempo,
injustiçado,
porém, esplêndido.
Cada nota, cada tecla,
sussurra, grita, geme, lamenta, declara
filosofias, verdades, mentiras, qualidades, angústias e bravuras no interior de seus ouvintes.
Mesmo com seu desarranjo, ele ainda ressoa na alma daqueles que se permitem ouvir o seu canto.
Os seus erros o fazem pior do que um piano afinado?
Não; suas imperfeições é que o fazem esbelto.
Minuciosamente, entre todas as teclas brancas e pretas, mora um segredo.
Em meio aos sons sem sentido, há arte.
Em meio aos erros, há acertos.
Em meio aos sons vívidos, há o silêncio que faz parte.
Em meio aos desejos, há os medos.
Em meio aos dançares dos dedos do pianista, há sonhos que cintilam e brincam nos céus do consciente, assim como astros, assim como crianças.
Ignorantes são aqueles que buscam a perfeição,
ignorando os cantares e significados que desafiam e brincam com suas verdades.
Você realmente é tão ruim assim ou apenas não se permite apreciar o timbre de suas teclas desafinadas?
Um piano desafinado não deixa de ser o que é devido às suas irregularidades; são elas que o fazem único entre milhares.
As notas imperfeitas não o tornam desconforme; é a maneira como ele as maneja que o torna forte.
As humilhações por mim passadas, agora fazem parte do passado.
Não que eu as tenha esquecido, mas jamais permitirei que elas voltem a acontecer.
Você deve ter se esquecido do seu próprio valor para dar tanta importância para alguém que nem quer saber se está bem ou se está viva.
Quando faço aniversário
Quando faço aniversário,
dos meus amigos, sou esquecido.
Mas quando chega o dia deles,
eles ficam aborrecidos.
Quem planta colhe,
se a terra cultivar.
Se de mim, eles esquecem,
deles não devo me lembrar.
Embora seja muito óbvio que os medicamentos podem matar, muitas vezes isso é esquecido tanto pelos pacientes como pelos médicos. As pessoas confiam em seus medicamentos em tal grau que o médico canadense Sir William Osler (1849-1919) escreveu que "o desejo de ingerir medicamentos talvez seja a maior característica que distingue o homem dos animais".
Um exemplo particularmente engraçado é a toxina botulínica, que é uma neurotoxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum. É um dos venenos mais fortes da natureza e uma dose de apenas 50ng matou metade dos macacos em um estudo de toxidade (o que significa que 1g pode matar 10 milhões de macacos). (...) No entanto, para que esse medicamento assassino é usado? Para tratar rugas entre as sobrancelhas! Isso vem com a idade, mas o profissional não deve ser velho demais nem tremer ao aplicar a injeção de toxina, pois ela pode ser absorvida pela mucosa no olho e matá-lo. A bula adverte que ocorreram mortes. Realmente vale a pena correr um risco de morrer, por menor que seja, apenas porque você tem rugas?
A quietude profunda de um pensamento esquecido. Terreno fértil para a semente nova de um Universo inexplorado.
...e que em minha campa seja escrita minha história, não por temor de ser esquecido, apenas recebendo a rotulagem que enfim me é de mérito.
Em um coração sã, o afeto é riciproco, o amor é retribuído, a mágoa é perdoada e o ódio é esquecido.
