Me Apaixonei por Voce muito Rapido

Há homens para nada, muitos para pouco, alguns para muito, nenhum para tudo.

Um nome famoso muito cedo é um peso bem pesado.

As adolescências muito castas fazem as velhices dissolutas.

Um beijo na mão faz-te sentir muito, muito bem, mas um bracelete de diamantes e safiras dura para sempre.

Aquele pensa que sabe muito, mas não sabe de nada, e a sua ignorância é tanta que nem sequer está em condições de saber aquilo que lhe falta.

Quando se está a morrer, tem-se muito mais que fazer do que pensar na morte.

Se acrescentas pouco ao pouco, / mas com frequência, logo esse pouco passará a ser muito.

É muito silêncio
enquanto as flores não crescem
e os poetas dormem.

Muito poucas pessoas quiseram verdadeiramente sequer um momento só da sua vida, como tão-pouco amaram.

Apetite não é só de comida, é de viver também. Pelo menos tenho muito disso.

Um instante, vivido no paraíso,
não é pago muito caro com a morte.

É muito raro que a fealdade se conheça a si própria e parta o espelho onde se reflete.

Consideremos a mulher um belo animal sem pelo e cuja pele é muito procurada.

A vida humilde, cheia de trabalhos fáceis e aborrecidos, é uma obra de eleição que exige muito amor.

Desprezos há, e de pessoas tais, que honram muito os desprezados.

O grande escritor não precisa ser nem muito inteligente nem muito culto. A inteligência e a cultura são contudo indispensáveis nos escritores menores.

É melhor haver dois do que um, porque duas pessoas trabalhando juntas podem ganhar muito mais.

A memória dos velhos é menos pronta, porque o seu arquivo é muito extenso.

O invisível e o inexistente se parecem muito.

Sonho Oriental

Sonho-me ás vezes rei, n'alguma ilha,
Muito longe, nos mares do Oriente,
Onde a noite é balsamica e fulgente
E a lua cheia sobre as aguas brilha...

O aroma da magnolia e da baunilha
Paira no ar diaphano e dormente...
Lambe a orla dos bosques, vagamente,
O mar com finas ondas de escumilha...

E emquanto eu na varanda de marfim
Me encosto, absorto n'um scismar sem fim,
Tu, meu amor, divagas ao luar,

Do profundo jardim pelas clareiras,
Ou descanças debaixo das palmeiras,
Tendo aos pés um leão familiar.