Mas se nada Disso Der Certo Experimente me Amar
O Outro Bicho
Sem destino certo, caminhava pelas ruas como um cão farejando alimento. Eu estava faminto.
Se batia à porta das pessoas, a hostilidade das donas e seus maridos causava-me medo. Minha presença provocava-lhes repugnância.
Sequer podia transitar nas calçadas frente a restaurantes sem ser vigiado ou humilhado por seguranças. Mendigos prejudicam a reputação do comércio, diziam.
Minha esperança era revirar o lixo nas lixeiras de restaurantes e, quando encontrava algo comestível, lançava-o goela abaixo sem me importar com o cheiro e o gosto desagradável.
Aquela manhã tornei-me objeto de curiosidade de um garoto, provavelmente em seus seis anos de idade. Enquanto investigava o lixo de um restaurante ao lado da escola, pelo pátio, um menino olhava-me fixamente. Estava atônito pelo espanto de perceber um homem sujo e tão magro se misturando ao lixo e dele comendo voraz.
O garoto não dizia palavra alguma. Apenas encarava-me com seus olhos insistentes que, por um momento pareceu-me gritar: “não coma isso. É lixo!” Senti-me envergonhado.
O sinal da escola tocou anunciando o término do recreio.
Lacrimaram meus olhos em ver aquele menino, meu Deus, livre de qualquer preconceito, na inocência de sua vida, com as mãozinhas trêmulas me oferecer da sua lancheira para comer.
"E um certo dia ela acordara e vira que a vida havia ficado em algum lugar lá atrás, tão longe que já não podia ver."
Eu sei que nós tentamos acertar, sei que nós esforçamos para dar certo. Mas talvez todas as tentativas não foram o suficiente. Não posso dizer que é culpa sua, e nem afirmar que a culpa é minha. Eu sei que erramos e acertamos. Sei que vai ser um desafio seguir em frente. Talvez você tenha me acostumado mal, e agora eu não sei o que faço da vida sem você. Me sinto perdida, como se não soubesse qual caminho deveria escolher. Agora só ira restar saudade, a qual vai preencher o vazio que você deixou dentro de mim. Me diga o que fazer com as lembranças, diga-me o que fazer com essa carência que eu sinto de sua presença. O que eu faço com todo o amor que eu cultivei? Nós eramos um só, agora só resta eu sozinho. Eu jurei a mim mesma que desta vez seria diferente. Você colocou um ponto final, e eu continuo aqui esperando um novo paragrafo. Eu sei que talvez não tenha volta, mas eu insisto e nós dois, juntos.
"Alguns tentam esquecer seus antigos amores com novos amores passageiros, quando o mais certo seria aprender com as dores e atitudes impensadas."
Ás vezes me pergunto se é certo o que algumas pessoas fazem ou falam. Mas então paro e penso: “Quem sou eu para julgar!”. A única pessoa capaz desse grande feito observa tudo e a todos em um lugar privilegiado! O céu!
Se é o que me tem ao certo é viver na contemplação de um coração roubado me faz perder minha ingenuidade para querer ser feliz;
Inconscientemente desata a carência que vive em mim, mas com as esperanças de desatarem;
Meu caminho se faz um pouco perdido procurando o que eu quis achar minhas certezas para que meu coração encoste ao seu;
Não tenho medo de quebrar a cara por fazer o que acho que é certo, tenho medo de não fazer o que eu acho certo e quebrar a cara.
O maior problema dos fracassados e: E deixar a vida viver eles, quando o certo é você viver a vida... Não faça da vida uma Obsolescência estática, muitas vezes é bom inovar para não se estagnar.
Você vive tratando uma pessoa mal cheia de patadas magoando certo tempo ela se arreta e faz algo pior do que isso te esquece.
Eu não sabia ao certo o que fazia as lágrimas, lentas, escorregarem entre meu rosto. Faz tempo não sentia, relembrei o gosto. Foi como se meu corpo continuasse somente, mas meu coração houvesse parado em um momento do tempo, impossível de se retornar, mas tão igual difícil de esquecer.
Chorarei pra sempre quando estiver sozinho, por dentro, ao ouvir tua voz, nas letras das músicas, ao ver tuas fotos e te rever, pensar em tudo não vivido, pelos meus sonhos perdidos e o que foi vencido por entendermos tão pouco.
Uma máscara impede que todos percebam, e será sempre mero detalhe dramático aos olhos. Estou bem, respondo com um sorriso. Tudo se distorce no tempo, que com força devasta nossas tentativas, e o que resta.
Eu sou o resto.
(...)
Como tu está?
(...)
Começa a chover, já estou quase indo embora. É só mais uma noite estranha que tudo que eu mais quero é você.
FARPAS
Passeio pelos meus perigos. Perdi o juízo. Doeu-me o siso. Invalidei o certo. A fortaleza quebrou-se. Esfacelou-se. A ilusão mutiplicou-se em migalhas. Esmigalhou-se. Veracidades derramaram-se pelo chão, imersas nos fragmentos das sobras das personagens desconectas. É muita gente ardendo dentro de mim. E eu, uma só. Inúmeras caricaturas. Excesso de criaturas. Todas efervescentes.Indigentes. Suplicantes. Todas sufocantes. Todas fora do tom. Todas passionais. Todas raras. Todas no espelho. Todas à minha cara. Todas me são caras. Todas caras. Todas minhas.
