Coleção pessoal de Halinka

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Eu havia de estar chorando, mas não. Eu queria mesmo era todo o amor que ele pudesse me dar até o amanhecer.

Beijo de Jasmim

"Talvez eu precisasse de sua ferida mais do que ele do meu amor. E a ferida eu conseguia arrancar-lhe, mas o amor de mim não sairía ainda que espremesse o meu coração inocente sobre uma mesa de granito frio."

Capítulo VII, pág. 35
Beijo de Jasmim

"E a epifania veio rápida porque já quase passava a hora, como se para salvá-la para sempre, mostrar-lhe que sua amargura era inocente? Não, não. Tão logo foi-se essa agonia bonita, voltou a ser feliz ao seu modo, que era mais fácil."

Capítulo VII, pág. 33
Beijo de Jasmim

"(...) E as pessoas, eu as amo de longe. Mas é de perto que elas me assustam - ai ques olhos grandes me sorrindo!"

Pensou até que a vida fosse sua, pobre Dona Estella, teve a sua epifania dura e desorientada, como se descobrisse então o clímax de toda sua história em um momento doido que ela jamais teria imaginado acontecer-lhe, quando criança.

Eu, desajeitada que sempre fora, amava um amor grande demais e não conseguia achar um corpo para enfiá-lo.

Assassinou a sua própria história? Não, não. Assassinou tudo aquilo que não era seu, e que por não ser seu, era puramente ela. Matou-se um pouquinho só, e pronto.

"E um certo dia ela acordara e vira que a vida havia ficado em algum lugar lá atrás, tão longe que já não podia ver."

Que é o amor, senão o simples apreciado?

"Eu o beijei, sonolenta. Se ao menos soubesse que aquele seria o nosso último beijo, talvez não houvesse me entregado ao sono, embora tão perfeito. Talvez não desprendesse os meus lábios dos dele tão logo."

"Sua voz serena e carinhosa, seus lábios trêmulos talvez de frio, de alegria ou de um susto – nós gemíamos e não há como lhes dizer a dor que nos doía: doía levemente e o bastante para manter-nos vivos."

"A morte não me era estranha, não me doía. Éramos iguais demais para que me doesse."

"Ela deitou-se sobre o meu cadáver transparente e só o que fez foi sorrir, o rosto sereno. Pôs as mãos sobre os seios em pose de donzela, disse que me amava. "Eu o amo, Cupido." Ainda que eu soubesse que era só o fantasma de sua alma que vinha para dizer-me adeus, eu sorri como só os olhos azuis de um anjo o fariam, o meu corpo brilhante flutuando entre o amor e a despedida. Poderia morrer agora: eram as palavras mais doces que se pode ouvir no leito de uma morte."

"Não se pode matar um demônio, porque eles já estão mortos. Não se pode matar energia, e demônios são seres energéticos. Eu teria de encontrar algo que destruísse não o seu corpo, mas o seu espírito. Algo que o rendesse a mim, que o fizesse querer o fim de sua existência por conta própria. E eu o tinha – mas doía-me pensar em Jasmim como uma arma. Eu tinha que ter certeza de que ela ficaria bem. Era só o que importava."

"E foi como se eu descobrisse que há magia além da magia, um segredo maior que todos nós..."

"Talvez eu precisasse de sua ferida mais do que ele do meu amor. E a ferida eu conseguia arrancar-lhe, mas o amor de mim não sairia ainda que espremesse o meu coração inocente sobre uma mesa de granito frio."

"Não, não. Eu não o amava. Eu amava aquilo que ele me havia escrito e eu ri tão alto que na minha boca até um sorriso se materializou. Sorria porque finalmente veio o veredicto de que eu era louca?"

"Minha doçura é leve, caminha com a ponta dos pés saltitando como bailarina. É estranha e não sabe o que é. Mas se pergunta, sempre. Talvez seja a pergunta e pronto."

"Você tem medo?", ela perguntou um dia. "Do que?" eu respondi. "É que às vezes eu tenho medo, assim antes de dormir. Da morte, da vida... sei lá. É que é tanta coisa, não é?" Eu não disse nada e nós dormimos olhando o teto, as duas de olhos arregalados, assustadas sabe-se lá por quê.

"Então seria esse o meu final? Eu que sempre fora esquisita e doce, não merecia também um final esquisito e doce? É assim que se morre?"