Marta Medeiros o que os outros Vao Pensar

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Meses de distância..
Dias de saudade...
Horas de coragem...
Minutos de amor...

Pensando no meu amor
Rezando por ele
Amando-o a cada dia
Viajando nos meus pensamento
Curtindo as músicas que me levam até ele

Simplemente saudade de um abraço e um beijo que me completa
Um perfume que me embala e uma mão que me aperta!

Sou daqui.

Sou nordestino e te digo
o quanto orgulho me traz
quem fala mal eu não ligo
a minha resposta é a paz
a seca é um grande castigo
maior que ela é o perigo
que o preconceito é capaz

Explosões

"Não tenho nada a ver com explosões”, diz um verso de Sylvia Plath. Eu li como se tivesse sido escrito por mim. Também não faço muito barulho, ainda que seja no silêncio que nos arrebentamos.

Tampouco tenho a ver com o espaço sideral, com galáxias ou mesmo com estrelas. Preciso estar firmemente pousada sobre algo — ou alguém. Abraços me seguram. E eu me agarro. Tenho medo da falta de gravidade: solta demais me perco, não vôo senão em sonhos.

Não tenho nada a ver com o mato, com o meio da selva, com raízes que brotam do chão e me fazem tropeçar, cair com o rosto sobre folhas e gravetos feito uma fugitiva dos contos de fada, a saia rasgando pelo caminho, a sensação de ser perseguida. Não tenho nada a ver com cipós, troncos, ruídos que não sei de onde vêm e o que me dizem. Não me sinto à vontade onde o sol tem dificuldade de entrar. Prefiro praia, campo aberto, horizonte, espaço pra correr em linha reta. Ou para permanecer sem susto.

Não tenho nada a ver com boate, com o som alto impedindo a voz, com a sensualidade comprada em shopping, com o ajuntamento que é pura distância, as horas mortas desgastando o rosto, a falsa alegria dos ausentes de si mesmos.

Não tenho nada a ver com o que é dos outros, sejam roupas, gostos, opiniões ou irmãos, não me escalo para histórias que não são minhas, não me envolvo com o que não me envolve, não tomo emprestado nem me empresto. Se é caso sério eu me dôo, se é bobagem eu me abstenho, tenho vida própria e suficiente pra lidar, sobra pouco de mim para intromissões no que me é ainda mais estranho do que eu mesma.

Não tenho nada a ver com cenas de comerciais de TV, sou um filme sueco, uma comédia britânica, um erro de adaptação, um personagem que esquece a fala, nada possuo de floral ou carnaval, não aprendi a ser festiva, sou apenas fácil.

Não tenho nada a ver com igrejas, rezas e penitências, são raros os padres com firmeza no tom, é sempre uma fragilidade oral, um pedido de desculpas em nome de todos, frases que só parecem ter vogais, nosso sentimento de culpa recolhido como um dízimo. Nada tenho a ver com não gostar de mim. Me aceito impura, me gosto com pecados, e há muito me perdoei.

Não tenho nada a ver com galáxia, mato, boate, a vida dos outros, os comerciais de TV e igrejas. Meu mundo se resume a palavras que me perfuram, a canções que me comovem, a paixões que já nem lembro, a perguntas sem respostas, a respostas que não me servem, à constante perseguição do que ainda não sei. Meu mundo se resume ao encontro do que é terra e fogo dentro de mim, onde não me enxergo, mas me sinto.

Minto, tenho tudo a ver com explosões.

Martha Medeiros
MEDEIROS, M. Coisas da Vida. Porto Alegre: L&PM, 2003.

Você não precisa ser perfeito, nem o mais bonito, ou o mais romântico, ou inteligente e nem o mais popular. Não precisa me fazer declarações mil, e nem nada dessas coisas de príncipe encantado. Não precisa fingir nada, mudar, trocar nada. Gosto de você assim, exatamente como você é. Porque é você quem me arranca suspiros, quem me rouba pensamentos no meio do dia… É quem me desperta sorrisos, quem me faz um bem que eu ainda não sei explicar. É você quem pinta o meu dia de todas as cores do arco-íris quando ele amanhece em preto-e-branco com apenas seu jeito de falar, de me olhar ou de sorrir. E o mais importante: você é real. Você existe na minha vida, e é você quem eu quero pra mim. É pedir muito?

Suênia Medeiros

Nota: Autoria não confirmada.

Espelhos Vivos

Estava assistindo ao RBS Notícias, meio distraída, quando apareceu na tela o depoimento de um homem. Eu não estava prestando atenção na matéria, não sei que assunto estava sendo tratado, mas aquele homem eu conhecia. Grisalho, óculos de grau, um senhor. Mas um senhor de feições familiares. Quando apareceu o nome dele nos créditos, pensei: eu conheci um cara com este nome. Claro!!! Era um amigo que eu não via há muito tempo. Pertencemos a uma mesma turma anos atrás. Muita praia pegamos juntos. Lembro dele surfando, namorando as garotas mais bonitas, um sujeito muito engraçado. Pois era ele que estava ali na tevê de terno e gravata, grisalho, de óculos, era ele aquele senhor - da minha idade!!!

Costumamos conferir os estragos do tempo nos espelhos de casa, mas eles já se acostumaram com a nossa imagem. A gente se enxerga tantas vezes por dia que não repara nas ruguinhas que surgem e nos fios de cabelo branco recém-nascidos. Tudo o que vemos demais se torna quase invisível. É preciso um impacto para a gente cair na real. Algo como dormir 15 anos e acordar de repente. Ou ver uma foto antiga. Ou assistir na tevê ao depoimento de um amigo sumido. Este amigo amadureceu, tornou-se um profissional respeitado, mas deve seguir o mesmo brincalhão de sempre. E é bem possível que, se ele me visse na tevê, pensasse o mesmo de mim: de onde eu conheço essa senhora? E cairia para trás ao lembrar que tivemos 20 anos de idade no mesmo verão.

O espelho mais realista são os outros. Quando vejo Robert Redford, hoje, não consigo acreditar que é o mesmo homem que atuou em Butch Cassidy, e o mesmo vale para sua versão nacional, o Francisco Cuoco, que foi o Gianecchini dos anos 70 e hoje é um charmoso matusalém. O tempo tem rosto, o tempo tem mãos, o tempo tem voz - e nada disso permanece o mesmo.

Minha mãe se mantém linda em qualquer idade, e a Tereza, empregada que trabalha com ela desde os 14 anos de idade e hoje é avó, não mudou nadinha. Um caso a ser estudado pela ciência.

A moral da história é que espelhos vivos podem nos dar boas ou más notícias. Depende do nosso olhar. E do nosso humor.

Se pretende amar alguém, AME DE VERDADE e seja VERDADEIRO! Iludir um outro ser humano com palavras e falsos sentimentos é a pior covardia que pode existir!

Orquídea

Brotavam flores amarelas
outras rosas e jasmins
margaridas foram aquelas
que eram feitas de cetim
entre tantas nasceu ela
uma orquídea em meu jardim.

Eu não vou conseguir mudar o mundo. Mas o mundo também não vai conseguir me mudar.

Distância FORTALECE, ausência faz ter a CERTEZA, saudade faz alimentar o SONHO a cada dia e o amor faz qualquer um ser FORTE para caminhar por entre as pedrinhas que a vida impõe!

O melhor lugar do mundo é dentro de um abraço

Martha Medeiros

Nota: Paráfrase de trecho da crônica "Dentro de um abraço" de Martha Medeiros

Através do teu jeito simples de ser
ví transparecer a mais sublime das belezas.

Agricultura valiosa.

O agricultor orgulhoso
vem mostrar o seu roçado
um trabalho maravilhoso
que é pouco valorizado
e o atravessador maldoso
pega o lucro valioso
e deixa no supermercado.

Reconheçamos o básico: uma vida
sem amigos é uma vida vazia.

Saudade eu tenho do que não nos coube.

Martha Medeiros
MEDEIROS, M. Cartas Extraviadas e Outros Poemas. Porto Alegre: L&PM, 2009.

Pedacinho.

Desde que você partiu
o meu coração feriu
e até hoje ainda chora...
cada pedacinho que junta
é a saudade que pergunta
porque você foi embora!

Eu nunca quis que nos tornássemos esse tipo de histórias, a qual só se conta com um cigarro em uma mão e uma garrafa de cerveja na outra.

A beleza exterior é mutável, diferentemente da beleza interior! Logo, não se deixe levar pelo que os seus olhos veem, mas sim pelo ser.

Todo mundo quer ser legal, e todo mundo se ferra na empreitada. É difícil ser legal o tempo inteiro. A gente consegue ser legal a maior parte do tempo, mas aí faz uma besteira e pronto: tudo o que você fez de bom é imediatamente esquecido e você se torna apenas aquele que fez a grande besteira. Aí você precisa de mais uns dois meses sendo exclusivamente legal para todo mundo esquecer da besteira. E quando eles esquecem, você faz outra, claro.

Não era amor. Era uma sorte, uma travessura, uma sacanagem, dois celulares desligados. Não era amor, era melhor.

Martha Medeiros

Nota: Trecho de crônica de Martha Medeiros.