Mario Quintana- Brevidade da Vida

Um dos maiores prazeres da vida consiste em fazer o que os outros lhe dizem que você não pode.

Até mesmo para quem passou toda uma vida no mar, chega uma idade em que se deixa a embarcação.

O verdadeiro espírito de revolta consiste justamente em exigir a felicidade aqui na vida.

O sucesso na vida vem não de ter as cartas certas, mas de jogar com as erradas corretamente.

A vida é a variedade. Assim como o paladar pede sabores diversos, assim a alma exige novas impressões.

Saber envelhecer é a grande sabedoria da vida.

A duração breve da nossa vida proíbe-nos de alimentar uma esperança longa.

No meio da vida acontece que a morte surge e mede o homem. A visita é esquecida e a vida continua. Mas o fato está feito, silenciosamente.

Uma das situações da vida mais cheia de esperanças é aquela em que estamos tão mal que já não poderíamos estar pior.

Os heróis são aqueles que tornam magnífica uma vida que já não podem suportar.

Temer o amor é temer a vida, e quem teme a vida já está três quartos morto.

A dificuldade na vida é tomarmos a sério a mesma coisa durante tempo de mais.

Por mais que a vida tenha um sentido, só conhece o combate eterno que os deuses travam entre si, ou, evitando a metáfora, só conhece a incompatibilidade dos pontos de vista últimos possíveis, a impossibilidade de regular os seus conflitos e portanto a necessidade de se decidir a favor de um ou de outro.

A cultura é uma necessidade imprescindível de toda uma vida, é uma dimensão constitutiva da existência humana, como as mãos são um atributo do homem.

O maior e o mais velho amor, é o amor pela vida.

Dinheiro não pode comprar a vida.

Que todos os que se aproximarem de mim tenham vontade de cantar, esquecendo as amarguras da vida.

A política é a arte do possível. Toda a vida é política.

Vida

Sempre a indesencorajada alma do homem
resoluta indo à luta.
(Os contingentes anteriores falharam?
Pois mandaremos novos contingentes
e outros mais novos.)
Sempre o cerrado mistério
de todas as idades deste mundo
antigas ou recentes;
sempre os ávidos olhos, hurras, palmas
de boas-vindas, o ruidoso aplauso;
sempre a alma insatisfeita,
curiosa e por fim não convencida,
lutando hoje como sempre,
batalhando como sempre.

aqui também essa desconhecida
e ansiosa e breve coisa
que é a vida