Mapa
A geografia do seu passado pode ser estudada pelo mapa do seu coração, onde os pontos perdidos podem ser encontrados pela sua alma à medida da revelação de seus sentimentos.
No universo do design existe uma ferramenta chamada "Mapa de Empatia", que nos permite enxergar as dores e ganhos de nossos clientes a partir do que ele diz, faz, vê, pensa e sente. E que bom seria, se todos aplicassem esta técnica nas suas próprias vidas.
Um bom profissional não é aquele que em casa tem espeto de pau. Use o que você sabe também para o seu desenvolvimento pessoal.
Agenda do novo ano à moda antiga: de papel; com fusos horários; mapa-múndi; e capa dura, além da função agregada de diário de bordo. No momento inaugural e solene do primeiro registro, três sentimentos bateram forte: felicidade pelo novo ano, esperança para bons registros e medo, deixa pra lá!
BATENDO PATAS
Me acompanhe se puder
Disse àquela mulher
Que sorrindo me seguiu
Sem rumo no mapa
Sutil e insensata
Me cativou serenata
Não foi ingrata
Mas se fez errata
Coração na chibata
Dor que maltrata
Não é ciência exata
Sofre mas arremata
Vai seguir batendo patas.
REMUNDO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Começar novamente; renascer do fim;
desenhar outro mapa e recompor os passos;
é assim que me levo, me deixo e costuro
nos espaços que o mundo apresenta e propõe...
Foram tantos os fins, tantas mortes vividas,
tantos tombos,levantes e sonhos refeitos,
que vi mortes, vi vidas em moinho e série
a tal ponto que nada será novidade...
Reestar e resser fazem parte de mim;
sei dizer sim ou não, só não sei não dizer,
não agir e fazer o que a vida provoca...
Resgatei mil verdades; repintei o fundo;
dei um novo sentido ao repor o cenário;
há um mundo que gira, sem gíria e figura...
MAPA DA MINA
Demétrio Sena
Tenho amor de reserva, um bom montante
que poupei desde os dias de menino;
fui errante afetivo e me guardava
sob a vasta incerteza de respostas...
Trago em minha colmeia o mel mais denso;
mais curtido e secreto; sertanejo;
meu desejo é dulçor que também arde
num imenso tonel de solidão...
Guardo anseios, lembranças, nostalgias,
dias tristes de sonhos desmentidos,
de abandono e de muita indecisão...
Sob tantas feridas, tanto amor;
uma grande barragem de sentidos;
bom humor que tirei das próprias mágoas...
Vestida de luto intenso
por quem reluta
em reconhecer o mapa
que inclui o Esequibo,
Com o coração ferido
pelo General injustamente
acusado de instigação
a rebelião e por uma
tropana prisão igualmente
por motivos políticos.
Quem não se sensibiliza
com tal situação
não ama a própria Nação,
e não é difícil entender
o porquê de tudo isso.
Dá para perceber que
não ama a si mesmo,
Vive o vazio existencial
mais profundo do tempo.
Vendo gente colocando
o mapa errado da Venezuela,
ainda penso que pode
ser até de propósito
para que o Esequibo
seja apagado da História.
Eu penso em você
que cuida todos os dias
que vem mostrando
o mapa verdadeiro,
e respeita o meu solo brasileiro:
(Vendo que existe gente
insistente em recontar
os fatos de maneira
surreal assumo que tremo).
Contando o quê vem acontecendo
em meus versos latino-americanos
no mundo, no continente e por todo
o Hemisfério: sou eu é que não
deixo cair no esquecimento a injusta
prisão de um General acusado falsamente de instigação a rebelião
e de uma tropa em igual situação.
Para uns pode ser devaneio
o culto a liberdade como miragem
nos meus desertos e silêncios,
Alguém tem que crer no fim
da tempestade neste milênio.
Com o mapa aberto
sobre a mesa vejo
a América do Sul
e encontro o meu
Brasil Brasileiro,
E entre um gole
e outro do meu
Chimarrão Ventania
relembro a memória
poética e nativista.
Não há nenhum mapa
Diga-me que há algo de bom neste mundo
que as dores duram apenas segundos
que o tempo passa
e leva com ele toda desgraça.
Diga-me que os gritos silenciosos
e os prantos em segredo
serão todos pelo tempo curados...
Diga-me: ‘não precisa ter medo’.
Diga-me que posso ser feliz
exatamente como o é uma criança...
diga-me que as belas lembranças que trago na memória
saberão por si só encontrar a trajetória...
... diga-me!
Diga-me que há uma representação que possa me guiar...
que não seguirei até o fim perdido e sozinho...
Diga-me que há esperança
Diga-me que há o mapa do caminho.
Três Portas
No meio escuro da vereda errante,
perdi-me além do mapa da razão.
Eis que surgiu, com olhos de diamante,
a sombra em forma de revelação.
“Abandona a esperança”, disse a brisa,
no arco negro onde o mundo se despia.
Caminhei, e a dor virou divisa,
na terra em que o tempo se esquecia.
Vi línguas feitas só de penitência,
reis em tronos de fogo e de vergonha.
A carne é fraca, mas há consequência —
o espírito é quem mais apanha.
Depois do Inferno, ergui-me em lamento.
No Purgatório, aprendi a subir.
Em cada passo, o céu, como argumento,
me abriu um verbo: “Amar é resistir.”
E quando a luz do Éter me tocou,
senti que Deus não era um velho rei.
Era o silêncio, eterno, que brotou
em mim — o paraíso que busquei.
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