Machado e Juca Luiz Antonio Aguiar

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Coração e charuto são símbolos um do outro; ambos se queimam e se desfazem em cinzas.

Machado de Assis
O protocolo. In: Teatro de Machado de Assis. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

Toda conquista para ser alcançada necessita de um conquistador disposto a lutar por ela
E toda linha de chegada está à espera de quem se preparou para cruza-la primeiro

Só queria você aqui,
Me desse bom dia
Me fizesse sorrir
Com sincera alegria
E nunca partir...

A insônia é a maior assassina que existe, ela mata seus pensamentos conscientes.

A dama de vermelho
se olhou no espelho
tudo que o cavalheiro queria
era ser olhado ao lado dela

Titia,

Gastei todo o dia a pensar na sua carta, sem saber se obedecesse ou não; mas, enfim, resolvi obedecer, não só porque a senhora é boa e gosta de mim, como porque preciso de desabafar.

É verdade, titia, padeço muito, muito; não imagina. Meu marido é um friarrão, não me ama, parece até que lhe causo aborrecimento.

Nos primeiros oito dias ainda as cousas foram bem: era a novidade do casamento. Mas logo depois comecei a sentir que ele não correspondia ao meu sonho de marido. Não era um homem terno, dedicado, firme, vivendo de mim e para mim. Ao contrário, parece outro, inteiramente outro, caprichoso, intolerante, gelado, pirracento, e não ficarei admirada se me disserem que ele ama a outra. Tudo é possível, por minha desgraça...

É isto que queria ouvir? Pois aí tem. Digo-lhe em segredo; não conte a ninguém, e creia na sua desgraçada sobrinha do coração.

Marcelina

Machado de Assis
ASSIS, M., Questões de Maridos

O destino, que conhece o desfecho de cada drama, sorri dos nossos cálculos, e choraria, se pudesse chorar; das previsões humanas.

Machado de Assis
A semana, 30 de junho de 1895.

Nunca faça nada por ninguém, nunca mude por alguém, pois as pessoas passam... você fica!

A bebedice parece desenvolver-se entre nós, já em tal escala que a taberna é o pórtico da sepultura.

Machado de Assis
Machado de Assis: Obra Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2021.

Nota: Escrito em 1 de setembro de 1877.

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Minha solidão tomou proporções enormes. Nunca os dias foram mais compridos, nunca o sol abrasou a terra com uma obstinação mais cansativa. As horas batiam de século a século, no velho relógio da sala, cuja pêndula, tic-tac, tic-tac, feria-me a alma interior, como um piparote contínuo da eternidade.

Machado de Assis
Papéis Avulsos (1882).

Nota: Trecho do conto O espelho.

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⁠Um homem pode corrigir-se muito bem dos defeitos miúdos.

Machado de Assis
Dom Casmurro. São Paulo: Ática, 1997.

As mãos tocavam-se e os corações palpitavam uníssonos.

Machado de Assis
A Mão e a Luva (1874).

⁠Muitos gemem o que foi, todos saboreiam o que é, raros cuidam do que será.

Machado de Assis
A semana, 9 ago. 1896.

⁠Assim vai a vida humana: um nada basta para complicar tudo.

Machado de Assis
Casa velha (1886).

Há coisas que se não fazem, outras que se não dizem.

Machado de Assis
Iaiá Garcia (1878).

⁠Há casos em que a indignação silenciosa é o mais eloquente comentário.

Machado de Assis
Obra completa. São Paulo: Nova Aguilar, 2021.

⁠A solidão é oficina de ideias.

Machado de Assis
Obra Completa. Rio de Janeiro : Nova Aguilar 1994.

Nota: Trecho do conto Teoria do Medalhão.

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Soneto de Natal

Um homem, – era aquela noite amiga,
Noite cristã, berço do Nazareno, –
Ao relembrar os dias de pequeno,
E a viva dança, e a lépida cantiga,

Quis transportar ao verso doce e ameno
As sensações da sua idade antiga,
Naquela mesma velha noite amiga,
Noite cristã, berço do Nazareno.

Escolheu o soneto... A folha branca
Pede-lhe a inspiração; mas, frouxa e manca.
A pena não acode ao gesto seu.

E, em vão lutando contra o metro adverso,
Só lhe saiu este pequeno verso:
“Mudaria o Natal ou mudei eu?”

Machado de Assis
Ocidentais (1901).

⁠...preferi dormir, que é um modo interino de morrer.

Machado de Assis
Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Typografia. Nacional, 1881

⁠Há umas plantas que nascem e crescem depressa;outras são tardias e pecas. O nosso amor era daquelas; brotou com tal ímpeto e tanta seiva, que, dentro em pouco, era a mais vasta, folhuda e exuberante criatura dos bosques.

Machado de Assis
Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Typografia. Nacional, 1881