Machado e Juca Luiz Antonio Aguiar
COM UM OLHAR
Um olhar... Um olhar!
Quando pequeno, bastava
um olhar!
Um olhar, para me represar.
Aquele olhar...
Direto como flecha no alvo
Direcionado por aquele arco
de carvalho calvo...
Aquele olhar único verdadeiro!
Era claro, suficiente para,
desvencilhar, os meus encravos.
Hoje, tudo acabou!
... Não vai...
_Eu vou...
Quem é o senhor
para me dizer...
Que eu, não vou!
Antonio Montes
LAGRIMA NA CALÇADA
Aquela lagrima...
Aquela lagrima cansada,
em toda tarde caída...
Despencava da sua janela
sobre a calçada sem vida.
Aquela lagrima
Ah! Aquela... Lagrima...
Aquela lagrima perdida
sob os ventos da saudade
caiu no tempo esquecida
pala paixão da vaidade.
Aquela lagrima furou pedras,
do paralelepípedos do amor
ao ficar sem sua entrega...
A minha alma, chorou!
Aquelas lagrima chorada
caída nos jardins tristonhos...
Regrou as flores da vida
quando a haste era um sonho.
Aquela lagrima molha a alma
orvalhando os sentimentos
nas água d'aquela lagrima
eu naveguei com meu intento.
Antonio montes
LAGRIMAS NA ESTAÇÃO
N'aquela estação, eu chorei...
Chorei, não pude conter aquela...
Lagrima, expelida pela sua partida.
Então, veio a saudade extravasando
e eu atirei, meus choros de sentimentos
sob os ventos da despedida.
N'aquela estação, eu chorei...
Chorei o amanhã da minha vida
nos braços da minha dor desvalida.
Chorei igual condenado ao tempo
sob o escuro da solidão concebida
chorei sobre as águas das lagrimas, caídas
N'aquela estação, eu chorei
chorei pela partida d'aquela vida.
abandonando a minha vida sentida.
Antonio Montes
O dia se foi, março partiu, agora quem reina é Abril.
Abril da paixão, da páscoa e da cruz!
Cada mês do ano tem encantos e mistérios
que ficam sempre em nossos corações
são coisas a recordar
mesmo que tristes ou alegres,
do qual não ousamos esquecer.
Tal qual um carrosel animado, os dias vão nos levando,
levemente trotando ou até imaginando que são todos iguais.
Porém, basta se descuidar ou divagar
para ter alguém a caçoar.
Somos atores em nossa seara,
nosso papel temos que desempenhar,
E neste mês que antecede o mês de Maria
nossa bandeira e bordão é esperança e alegria!
Bom dia, boa sexta-feira!
Para hoje vamos pensar bonito e grande,
viver com paixão, sonhar com a imensidão.
Voar além dos horizontes, contemplar os montes, vãos que separam paisagens, aves que planam sem preocupação.
A vida precisa de virgulas, reticências, travessões e até de pausas para exercer a imaginação, mas sempre deixe o ponto final para mais tarde, ele sempre acaba com a brincadeira, né.
O dia está iniciando seu breve ciclo, qual será o carimbo que escolhemos para marcá-lo, que possa com alegria ser lembrado?
Março...ahhh março tchauzinho e até breve, fechou o verão, mas nos deixou outra linda estação: da colheita! Que seja para colher o amor que com carinho plantamos e, com muito suor e lágrimas regamos com encanto de sua maior preciosidade.
QUEBRA CABEÇA
Toda jornada que se inicial, parece um enorme quebra-cabeça. Aquele jogo com um monte de pecinhas miúdas que se encaixam umas nas outras até formar uma imagem interessante.
No começo qualquer peça serve, depois outras vão se juntando e se encaixando até tomar corpo, daí então é que começa a complicar, tem peça que parece que serve, mas não fica legal, para ser a peça correta tem que se ajustar direitinho e, nenhuma substitui a outra.
Nossa vida é igual, é que tem atitudes que parecem serem as certas para serem tomadas no momento em que necessitam, mas não produzem o efeito desejado. Então tem que se refazer o procedimento, tomando atitudes corretas mesmo que nos custem sacrifícios ou incômodos maiores. Só assim estaremos construindo um caminho sólido rumo aos objetivos desejados.
Atitudes incorretas não permitem avanços nem crescimento interior. Apenas permitem que o ser ande em círculos sem sair do lugar, nada produz nem se progride.
O caminho da luz exige atitudes conscientes, disposição a se doar e sacrificar sem esperar que o bem seja compensado. O bem realizado deve ser voluntário e gratuito, só assim terá o mérito e valor próprio.
Para se ter o crescimento espiritual há que se ter mérito e o valor próprio!
Bom Dia,
Que os caminhos do bem e de luz se abram ante sua presença e movimentação e de alegria se encha seu coração e alma!
CHORO SÓ
Pai, sabe aquela menina que, todo dia,
passa em frente, a nossa casa chorando?!
_ Sim filho...
Aquela menina pequena, serena
em sua sensatez...
_ Isso pai, essa mesma!
Hoje, ela passou chorando, outra vez!
_ Filho... O choro é d'ela, deixa-a chorar.
_ Mas pai...
Do que adianta ela chorar, ninguém ouve...
Se ouve, não quer escutar,
alem do mais, choro, aos outros,
só serve para incomodar.
_ Deixe a menina chorar filho
só ela sabe a dor que sente
e porque chora, alem do mais,
o choro é a marca da desunião
... Mas, lava a alma, regra o ser...
Eleva o ego e faz o amor renascer.
_ Então ta pai, eu vou ajudar, ela chorar
_ Filho, filho...
Chorar sem precisão, não é compaixão.
Antonio Montes
GALHO TORTO
Insaciável ganância,
empoleirada no galho...
_ Um pássaro... _ Não!
Um fardo sem fundo o prazer...
Político dotado de infunda,
coerência e toda sede de
afluxo do mundo.
Esse poder aquisitivo,
que nunca para de crescer...
Essa fome de causar fome
sempre apta, a ver perecer.
Se ele se salva... Ok, ok
eu você, tu e todos...
Podem morrer.
Antonio Montes
BARQUEIRO E CARTA
Lá vai ele... O barqueiro,
com pedaço de rapadura
com seu barco, e seu saco,
e dentada com boca dura
Sacode seu remo ao vento
empurra n'água o remar
segue adentrando no rio
com vontade de chegar.
Em seu estreito espinhaço
sobre o leito deslizando
na pose de cabra macho
barqueiro distanciando.
Como lamina sobre as águas
segue encurtando a viagem
cada curva do rio, lagrima
da saudade em visagem.
O que tu leva barqueiro
com tanta urgência assim,
não, não é o mundo inteiro
não diga isso p'ra mim...
_ Levo carta com saudade
do pulsar de um coração
sonhos alem das margens
sopitando de paixão.
Levo vontade do amor
como se fosse um tom
nota com muito fervor
tilintando sonho bom.
Levo também uma sina
de amar longe dos olhos
uma vida que não rima
oceanos sem abrolhos.
Levo aqui um horizonte
sem alvorecer do dia
miragem alem dos montes
um sonho de fantasia.
Por outro lado o amor
levo com suas vendas
amar de longe é dor
ô bom Deus, me defenda.
Não deixe esse sofrer
parar no meu coração
não quero esse viver
amar longe, não e não!
Quero amor perto de mim
todo dia e toda hora
com diadema de cores
no céu da minha aurora.
Quero pássaros no quintal
em notas do meu coração
chilreando o carnaval
farfalhando o meu quinhão.
Anoitecer, quero sorriso
da noite toda enluarada
estrela d'alva eu preciso
iluminando minha estrada.
_ Barqueiro o que você quer
sinto muito, também quero
mas o querer e o vier...
Pertence ao mundo dos cleros.
Antonio Montes
Teoria do buraco (e dos problemas)
Buraco à vista sugere temor e cuidados redobrados para evitar quedas,
deslizes ou surpresas inesperadas,
se estiver no rumo do caminho então...,
à medida que se aproxima se redobra a atenção.
Quanto mais perto dele, menor a velocidade dos passos e maior o foco visual
tentando enquadrar o suposto perigo em todos os ângulos
para não haver erro de cálculo.
O pior é que o risco maior está onde não se enxerga ao certo,
sabe aquelas bordas esfareladas ou escorregadias que basta se apoiar e vira um verdadeiro tobogã...hummm,
parece feito de atração...
"buraco e queda parecem disputar quem provoca mais malvadeza"
Às vezes é cômica a cena,
mas nada engraçada para a suposta vítima do acaso.
Pois é, falando em buraco, sabe com que se assemelha o fato?
...com aqueles problemas chatos que detestamos resolver ou ter que passar por eles,
pode ser mal entendido,
"entrar de gaiato" (ser ludibriado),
exame de saúde duvidoso,
prova de avaliação com alto índice de dificuldade, etc,etc...(lista enorme),
mas o pior mesmo é a bendita dívida que a gente contraí em época de "céu de brigadeiro"
e depois de empenhar os recursos o tempo muda
e eles não chegam no momento previsto....
"ai,ai,ai... Jesus me acuda!"
que a pancada vem forte e de quebra leva junto muitas noites de sono e paz.
Comparando as teorias(prosas): buraco e problema,
dá pra ver que é o mesmo capeta,
só troca a capa para poder usar na oportunidade que convier.
O bom mesmo é passar pelo buraco sem medo e pelos problemas sem receio nenhum,
afinal são apenas degraus da vida
com níveis de dificuldades diferenciados que servem de lições e aprendizados.
Se fugir deles, te seguirão como fantasma em noites escuras e tenebrosas,
Se tentar esquecer, cola na pele e se torna verdadeiro grude(psicose).
Então...porque não???
Vamos fazer nossa faxina interna, limpar tudo...tudinho mesmo
(resolver o que estiver pendente e incomodando)
deixar nossa morada interior limpinha, brilhando a ponto de
cada vez que se olhar para dentro poder se orgulhar, e se exaltar,
a ponto de se tornar um anjo de amor e luz para guiar e ensinar o caminho (do próprio aprendizado)
à todos a quem deles se necessite,
somente assim estaremos fazendo valer a pena viver..
...e viver em plenitude e paz!
BATE PILÃO
Bate mão, bate pilão...
E a correia da escravatura,
bate as lagrimas do coração
no tremor da vida escura.
Bate a saudade danada...
Dos sentimentos passado,
bate o coração da amada
de amor por seu amado.
Bate pilão bate peneira...
Sobre o vento com arroz,
bate a vida derradeira
pelo futuro ao depois.
Bate todo suor do rosto...
Pelo imposto a ti proposto
as vontades dos seus gostos
batem, quebrando os ossos.
Antonio Montes
FEIRA DA LARANJA
Domingo, fui a feira da laranja
e as bancas, botavam banca
com laranjas, cheias de vida
e ali, as suas vidas coloridas.
As laranjas esbanjavam cores...
Laranjas, vermelhar amarelas
laranjas, para eles e para elas
seus gostos, aguçavam sabores.
A vontade, com verdade veio...
Então, pedi um suco de laranja
e o copo de suco, estava cheio.
O suco, continha gosto do fruto
assim, no seu estado todo bruto
das laranjas, tangendo seus meios.
Antonio Montes
EUFORIA DA SOLIDÃO
Sobre a calçada da noite...
A lua, com seu lençol prateado,
pendulava, cobrindo os passos
do dançarino...
E esse, embalado pelas notas frescas
de um sanfoneiro...
Marcava a tristeza, com sua euforia.
Ali, n'aquele momento...
Enquanto ele dançava a musica da solidão
em seu peito enchia ritmado...
Pelas batidas desconsolada de um coração.
O tempo esse, ah tempo não via.
E as lagrimas d'água...
despencava pela nostalgia fria.
Antonio Montes
MINHA POESIA
Eu te conto poesia...
Na forma de poesia
essa minha poesia...
No sonho de poesia,
todavia poesia!
Colhida de poesia
da cesta da poesia.
Poesia com euforia
poesia: Noite, e dia
poesia, poesia...
Poesia pela vida
pela vida, poesia
Antonio Montes
Bom dia
Hoje é dia de qualquer coisa bonita que você deseja ver realizar.
Marque o dia com este desejo ,
manifeste sua simpatia, alegria e sorria...
o primeiro passo já foi dado,
Agora... caminhe, confie e visualize,
a cena bonita do desejo do dia!
Seu dia é nosso dia, seu desejo nossos desejos, sua realização nossas realizações.
Beijos
VINHO VIVO
Eu vi o vinho, vivinho...
O vinho do parreiral do vizinho
frutos maduros, frutos verdinhos...
junto ao chilrear dos passarinhos.
Ouvi o sino tinindo...
no labirinto do velhinho
que outro dia ouvindo
tiniu com o seu carinho.
Eu vi a idade, subindo...
a cada ano, um pouquinho
mosquitos zunindo a pino
enrugando o vovozinho.
Vem idade, não me leve
entregando as rugas suas
essa vida já é tão breve
por favor, não me destrua.
Não me entregue por ai
como se eu fosse um pacote
tu sabe, que meu existir
nunca foi assim, tão forte.
Não sou vinho, sou menino
para idade do planeta
menino ainda novinho
candidato ah perneta.
Antonio Montes
PRENDEDORES DO TEMPO
Eu sinto o vento dando vida
as roupas do varal,
ao mesmo tempo... Vejo-as alegres,
batendo palmas como se tivessem,
saldando o sol, e vibrando o
enxugamento do momento.
Se bem que, no mesmo tempo...
Dá impressão que elas estão
agradecendo o ontem...
Sinto pena por velas felizes...
Sabe se lá porque, o motivo da alegria!
Mas estão lá, presa ah prendedores...
E não se dão conta do seu,
repetitivos castigos.
Antonio Montes
TURBULÊNCIA TEMPLÁRIA
Em noite escura, eu adormeço
ninado pelo coaxar do tempo
e sonho, correndo pelas ruas
e tão logo, sou acordado pela...
Turbulência sentimental.
E de supetão... Desperto-me,
molhado pela chuva templária.
De repente...
Me dou conta que estou,
sendo bombardeado pela mira
da minha goteira. E essa...
Articulada aos desmandos da sua
ausência, a qual encharca-me
pelas águas caídas, da cumeeira
dessa... Sua velha telha.
Antonio Montes
A FALA QUE ACHA
Enquanto a lua esgueirava pelas ruas,
as sombras esqueléticas...
Esgueiravam-se, pelas formas retas
dos seus totens de concretos,
e as pilastras que ninguém não as vê.
Você não acha...
Eu não acho, eles o que acham?!
Quem é que acha, o que não se pode,
ou não quer achar...
Quem é que acha,
a barca, que se perdeu no mar?
Aquele que não fala, não gosta de achar
a lua acha, mas se cala sem falar
com sua prata, ela apenas ilumina a fala
para, aqueles que gostam de achar.
Antonio Montes
