Machado e Juca Luiz Antonio Aguiar
Se as pessoas se limitassem a tentar convencer os outros apenas do que podem comprovar, sem cair na área da interpretação, já conseguiríamos eliminar um sem número de conflitos que dão causa, inclusive, a genocídios sob forma de “guerras santas” em defesa de teses que jamais se mostrarão irrefutáveis.
O problema do radicalismo é que seus defensores encaram suas "verdades" como a única alternativa possível. Acreditam-se tão superiores para ver o que a maioria não consegue enxergar que se distanciam da mais óbvia das realidades: a importância da diversidade para a coerência nas escolhas.
A maturidade só vale à pena quando vem acompanhada do entendimento do que deve ser feito, da decisão para fazê-lo, e de serenidade para lidar com seus desdobramentos.
EDUCAR é ampliar o leque de alternativas para quem não o consegue perceber em todas as suas dimensões. INDUZIR é subestimar a capacidade alheia de fazer as próprias escolhas perante todo o elenco de possibilidades.
ISENÇÃO é não sonegar a ninguém as informações para que concluam por si mesmos. PRETENSÃO é querer transformar todo mundo em meros "players" do seu pensamento.
Fiz alguma diferença na sua vida? Então diga-o enquanto estou vivo! Depois que me for não sei se terei meios para lhe dizer “obrigado”.
Está seguro de que sabe o que quer? Então vá em frente e não dê ouvidos às críticas. Melhor errar pelo que acredita correto do que ser guiado para trincheiras não legitimadas por suas próprias crenças.
Estou mais do que aberto a informações além das que consigo reunir por mim mesmo: regozijo-me até quando me alimentam com elas, desde que baseadas em dados. Mas se você não os tem, ou os sonega ao tentar me convencer do que acha melhor pra nós, por favor: deixe que eu encontre o MEU melhor!
Ao contrário do que muitos pensam, permanecer útil não se resume a preencher o tempo, mas ocupá-lo com coisas significativas, essenciais e importantes. O que é importante? É tudo o que contribui para aprimorar a própria existência ou a de outrem.
Após 30 anos de carreira, chega um momento na vida em que não se quer mais ficar provando nada pra ninguém. Recentemente descartei duas respeitadas instituições nacionais da minha carteira de clientes pela quantidade de documentação que teria de apresentar para lhes prestar serviços. Numa delas (para quem eu já vinha trabalhando há “apenas” 22 anos!) a cada novo trabalho me cobravam uma lista interminável de comprovações e pré-requisitos que, além de me deixar a sensação de eterno calouro, bastaria uma consulta no cadastro deles para encontrar tudo lá. Decidi então que aqueles que precisarem de mais do que algumas ligações para os clientes, listados às dúzias, no meu site profissional, com certeza não precisam tanto assim de mim... E nem eu deles!
Incoerência não é se revelar contrário ao que se pensava antes. Isso é evolução. Incoerência é navegar à deriva entre múltiplas opiniões que se contradizem, indo e voltando ao sabor da maré, sem fazer uso de qualquer âncora para fundear o barco.
Todas as vezes em que certos conhecidos concordam comigo revejo tudo o que escrevi para checar se em algum momento não me expressei errado.
Diante da inexistência do corpo de prova, tanto afirmar quanto negar é tendencioso e desprovido de senso crítico, base de toda conclusão científica, o que transforma qualquer posição incorporada em mera crença pessoal e hipotética. Assumir e se harmonizar com a dúvida, portanto, em vez de firmar posicionamentos, pode se mostrar como a mais honesta e inteligente das posturas.
Tendo no planejamento a base de tudo o que faço, sempre resisto muito a improvisos que, em contrapartida, se apresentam como fontes de satisfação para os que me entrevistam. Quase nenhum texto meu já sai pronto – já que cada frase é revista e passada pelo crivo de inúmeras possibilidades – o que pode transformar substancial ou até totalmente o resultado final. Entender tudo o que penso e submeter tal entendimento a pesada autocrítica é condição sine qua non para preservação do auto-respeito pela redução de erros e coerência com meu esquema de valores.
Por mais libertário que se mostre, você jamais se verá livre da ira dos que irão combater, de todas as formas possíveis e imagináveis, a sua liberdade de escolha. É quando a força de suas crenças e valores precisará provar ser maior que as cadeias nas quais pretendem aprisioná-lo independente de que nomes dêem a elas, entre as de natureza social, moral ou cultural.
Na juventude, é quando se desfruta do encontrado no pomar.
A maturidade é o tempo de plantar.
A velhice é o tempo de colher.
A vida começa a atingir seu patamar ideal de qualidade quando reduzimos o espaço físico ao limite em que podemos arrumar e localizar cada objeto à noite sem necessidade de luz, e fora dele apenas ao que permite desfruta-la sem emprego de esforço ou dispêndio de tempo para o gerenciamento, com a certeza de que reunimos tudo o que precisávamos para sermos felizes.
