Machado de Assis Poemas a Palmeira

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Nas nossas democracias a ânsia da maioria dos mortais é alcançar em sete linhas o louvor do jornal. Para se conquistarem essas sete linhas benditas, os homens praticam todas as ações - mesmo as boas.

As mulheres vêem tudo ou não vêem nada, segundo as disposições da sua alma: a única luz delas é o amor.

Assim como o médico não deixa ver nada das suas apreensões ao seu paciente, da mesma forma o advogado mostra sempre uma fisionomia cheia de esperança ao seu cliente. É um desses casos raros em que a mentira se torna virtude.

As mulheres coram por ouvirem falar daquilo que não receiam de modo algum fazer.

Não há homem completo que não tenha viajado muito, que não tenha mudado vinte vezes de vida e de maneira de pensar.

A tecnologia moderna é capaz de realizar a produção sem emprego. O diabo é que a economia moderna não consegue inventar o consumo sem salário.

O homem honrado nunca jura; contenta-se com dizer: isto é ou isto não é. O seu caráter jura por ele.

A gentileza faz com que o homem pareça exteriormente, como deveria ser interiormente.

Muitos homens têm um orgulho que os leva a ocultar os seus combates e apenas a mostrarem-se vitoriosos.

A beleza na mulher honesta é como o fogo afastado ou a espada de ponta, que nem ele queima nem ela corta a quem deles se aproxima.

Muito se perde por falta de inteligência, porém muito mais por preguiça e aversão ao trabalho.

As desgraças buscam o desgraçado mesmo que ele se esconda nos cantos mais remotos da terra.

Temos na filosofia uma medicina muito agradável, pois, nas outras, sentimos o bem-estar apenas depois da cura; esta faz bem e cura ao mesmo tempo.

Os homens estimam-vos conforme a vossa utilidade, sem terem em conta o vosso valor.

Os superiores nunca perdoam aos inferiores que ostentam a aparência da sua grandeza.

Nunca devemos dizer tudo, pois seria tolice; mas é indispensável que aquilo que se diz corresponda ao nosso pensamento; de contrário, é maldade.

O pobre lastima-se de querer e não poder, o avarento ufana-se de que pode, mas não quer.

Se, por vezes, o juiz deixar vergar a vara da justiça, que não seja sob o peso das ofertas, mas sob o da misericórdia.

Quando não podemos gozar a satisfação da vingança, perdoamos as ofensas para merecer ao menos os louvores da virtude.

O infortúnio é um degrau para o gênio, uma piscina para o cristão, um tesouro para o homem hábil e um abismo para o fraco.