Machado de Assis Poemas a Palmeira

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Em matérias e opiniões políticas os crimes de um tempo são algumas vezes virtudes em outro.

Embora possamos ser sábios do saber alheio, sensatos só poderíamos sê-lo graças à nossa própria sensatez.

Há males na vida humana que são preservados de outros maiores, e muitas vezes ocasionam bens incalculáveis.

Um homem que acaba de arranjar um emprego já não faz uso do espírito e da razão para regrar a sua conduta e as suas atitudes perante os outros: toma de empréstimo a regra do seu posto e da sua situação; donde o esquecimento, a altivez, a arrogância, a dureza e a ingratidão.

O avarento mais preferiria que o sol fosse de ouro para o cunhar, do que ter luz para ver e viver.

Num Estado, isto é, numa sociedade onde há leis, a liberdade só pode consistir em poder fazer-se o que se deve querer e em não estar obrigado a fazer o que não se deve querer.

Os soberbos são ordinariamente ingratos; consideram os benefícios como tributos que se lhes devem.

O deleite imaginado é muito maior que o gozado, embora nos verdadeiros gostos deva ser o contrário.

Fica provado que uma inovação não é necessária quando se torna demasiado difícil implementá-la.

Não construais estátuas aos vossos heróis, é melhor erguer estátuas às vossas vítimas.

Os empregos que por intrigas e facções se alcançam, por facções e intrigas se perdem.

Parece, na verdade, que nós nos servimos das nossas orações como de um jargão e como aqueles que empregam as palavras santas e divinas em feitiçarias e em efeitos de magia.

A igualdade repugna de tal modo aos homens que o maior empenho de cada um é distinguir-se ou desigualar-se.

Se não estás disposto a matar aquele a quem pretendes odiar, não digas que o odeias; estás a prostituir tal palavra.

A verdade é tão simples que não deleita: são os erros e ficções que pela sua variedade nos encantam.

Uma boa recordação talvez seja cá na Terra mais autêntica do que a felicidade.

É tão fácil o prometer, e tão difícil o cumprir, que há bem poucas pessoas que cumpram as suas promessas.

A ignorância dócil é desculpável, a presumida e refratária é desprezível e intolerável.

Morte, que mistérios encerras?... Ninguém o sabe... Todos o podem saber... Basta ir ao teu encontro, corajosa, resolutamente, que nenhum mistério existirá já!

É mais fácil cumprir certos deveres, que buscar razões para justificar-nos de o não ter feito.