Luis Fernando Verissimo Sonhos
Enquanto vivo
Vejo a beleza
Em poesias que alguém
Faz.
Jamais terei tal perfeição,
Carrego a inquietude
De não desistir.
Não aprendi transmitir
A sensibilidade
Estocada no peito
Querendo sair.
Tento frear.
Nessas horas
Recolho-me e disfarço
Mas a alma...
A alma sempre chora.
Leve
A um bando me juntei
Por fim...
Voei.
Desprendi-me
Nas asas poéticas
Que criei.
Vai poesia
Rufle seus versos
Iça o poeta
Ás nuvens da inspiração.
Sobre mim
Pingos de chuva
Guarda-chuvas.
Réstias de sol
Guarda-sóis.
Rosas dos ventos
Pétalas se abrindo
De um girassol.
Entre a maiúscula inicial e o ponto final queria colocar o mundo, mas tão grande era ele que optou por não pontuar.
Regressou
Desfez seus poemas
Escureceu o cabelo
Sumiram as rugas
Livrou-se da experiência
Confundiu os sabores
Correu no campo
Pés descalços
Árvores
Rios
Um tantinho de colo de mãe
Finalmente
Nasceu.
Lástima
E o rio a me percorrer
Léguas de águas enlameadas
Ansiada!
Perdido na cabeça
A crença despenca.
É lenda
É lenta
É alma.
Os olhos lastimados
Olham o sul.
Nada existe
A solidez frágil
Vira carências.
Ao vento o sonho
Bagunçado
Esvazia-se.
O silêncio entra na alma
Rasgando o véu.
Quanto mais me afasto
Mas nele me acomodo.
Nada existe
Só o tempo insiste
Em passar.
Folhando
Na Canção do amor imprevisto
Um Poeminha do contra a encantar
A poesia descobri com Quintana
E outros gênios passei a admirar.
Letras de poetas expoentes
Motivo de Cecília em instantes
Traduzindo-se Ferreira Gullar
E o Quixote Miguel de Cervantes.
Vinícius compondo sonetos
Olavo ouvindo uma estrela
Carlos e seus anjos tortos
Em Pasárgada, eternizado, Bandeira.
A Violeta de Alves a brotar
O Prefácio de Barros sorridente
Cora admirando a Lua-Luar
O Inverno de Lima presente.
Dias escutando o sabiá
Drummond consolando José
Nos versos íntimos Augusto
Em Linha reta Pessoa é o que é.
Silenciar
Olhos cansados de pensar
Fecham sem relaxar
E veem no infinito
O que pode ser visto
Sem olhar.
Basta sorrir de encantamento
Que a vida te chamará para a dança
No ritmo frenético do vento.
E quando tudo virar lembrança,
Sob o reflexo lunar
Sente-se e vamos silenciar.
Sereno
E para formar o rio
O sereno se consumiu
Em suas margens fez brotam árvores poéticas
Impregnando cheiro de poesia no ar
Que acorda, desperta e aguça, em nós, o poeta.
E o sabor da poesia
É saudável
Palatável
Colorido
Incomparável.
Espalhar
Amanhã, quem dera
Depois da noite escura
Ter o sol na janela.
Dar bom dia entusiasmado
Acordar a felicidade
E no mundo a espalhar.
Feliz
Tarefa danada de peculiar
Escolher o nome para um bichano
Não inspira nada este miar. Miar?
Não. Daria pra manga muito pano
Passaria as sete vidas a reclamar.
Não quero deixa-lo sem batismo,
Quem não tem nome se some
Chama-lo apenas gato
É como ser chamado só de homem.
Escutando seu tranquilo ronronar
Dou-lhe a esperada diretriz
Percebo que está a me escutar
Olhos fechados, aconchegado... FELIZ.
Vinho pra mim é verbo:
“Vinhar”
E sua conjugação
É perfeita e regular.
Nos meus tempos verbais
Nem preciso dizer
Muito mais-que-perfeito
É degustar um tinto Cabernet.
Saudade
Do mar
Da água com sal
Das suas chegadas
Felicidade era tanta
No meio da chuva
Até o Sol ria
Saudade
Até das despedidas
Da sua beleza ao dormir, chegar
Sair, acordar
Uma vida dizendo que vc é linda
E q seu sorriso é pura poesia
Segunda-Feira
Eu, você
Despertar
Sinto sua respiração
Na mais pura sintonia
Com os pássaros a cantar
Na cama, uma sincronia
Os mirins sentem a paz e energia
Um encontro de almas
Fenômeno que ali acontecia
E eu, de gratidão, sorria todo menino
Sentindo nossas pernas acalentadas
Sem cadeado, pelo universo acorrentadas
Tão enroscadas quanto o nosso destino
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