Longe
me perco fácil
as vozes da rua
me exaustam.
de longe segui a canção
como um leão faminto
segue a caça
a moça tocava,
quanta graça
a gaita enorme
em seus braços pequeninos
não estava lá por obrigação
ria. sorria pra todos
sorri pra ela
ganhei o dia
ecoa a melodia
da alegria
da risada no olhar dela
as vozes sessaram
encontrei o caminho
pra casa fácil
o que quero da vida?
não suporto rotina
quero ter os olhos
emocionados
eufóricos
daquela artista
DISTRAÇÃO
Surgia ela andando ligeira e paralelamente a mim. Ao longe a via, distraindo-se intencionalmente para não olhar em meu rosto. Abaixou sua cabeça e apanhou o celular rapidamente da bolsa – que, destacando, combinava perfeitamente com seus brincos. Viu-o e mexeu com seus dedos nele como se estivesse realizando alguma operação, vendo uma ligação, um whatsapp, não sei – aqui cogitamos o que desejarmos. Sabia que nada ali havia, claramente. Foi engraçada e ao mesmo tempo sedutora tal situação. Pois ela sorria ao ver as mensagens, não do celular, logicamente, mas as que nós trocávamos com esses sinais nossos. De um lado eu, observando-a acanhada e encabulada. Do outro lado ela, fazendo-se obra à admiração minha. Lembro-me de poetas românticos cunharem isso de corte, enfim. Aproximamo-nos um do outro, lado a lado ficamos por segundos, preciosíssimos segundos. Neste instante eterno ela levanta a sua cabeça e olha-me com um sorriso discreto. Eu, em ato retribuidor, sorrio do mesmo modo. Cumprimentamo-nos cordialmente com o clássico “Olá” e seguimos nossos caminhos. Não trocamos frases, porém trocamos sentidos. São circunstâncias como estas que acendem e animam a vida. Perceber a maravilhosidade de tudo isso é uma experiência fascinante. Pergunto-me quantas vezes as coisas incidem ao nosso redor sem que atribuamos algum valor? Talvez careçam referências para se conseguir avistar certas coisas. Afinal, o mundo é aquilo que apreendemos e tudo o que estiver fora de nossa compreensão não existe para nós. Nossa, até me distrair depois de tudo isso.
LÁ LONGE
Lá longe, longe perdido nas águas profundas
Do rio que corre, que passa entre as fragas
De seixos escorregadios onde sofro sozinho
No respirar de um simples suspiro de dores
Sede partilhada da tua boca sobre ondas
No desaguar da foz, andam as andorinhas
Nevoeiro de murmuro de uma oração ausente
Feita de argila estéril, seca de morno sangue
Noites tristes de cinzas vermelhas no regresso
De um beijo sobre as asas que se jogam as folhas
Carrego na minha alma os teus passos silenciosos
Vestes negras de adagas afiadas na carne do corpo
Lá longe no rio de águas profundas entre os seixos
Onde tudo se transforma em limos de vida ou morte
Regaço dos abraços na partilha da tua boca da minha
Espelho absurdo de um santo remédio feito em oração
Liberdade onde inverno no santuário do teu doce corpo
Na tua procura dos meus seios do amor transformado
Onde as águas correm sem destino até ao nosso silêncio
Gemidos que navegam sem rumo, perfume das rosas no rio.
Se quem eu amo é feliz longe do meu caminho tenho que deixar ir, mesmo que isso seja minha infelicidade... Posso não ter sua presença, mas tenho você em meu coração
Anos longe de ti....
Mas nada é perante a eternidade...
Meu Amor por ti é verdadeiro.
André é o nome desse grande Amor.
A tormenta de existir
As impurezas da alma que me atormenta e que leva para longe o mais impio dos homens. Sem pudor, sem honra,
preso as indiferenças da propria inexistencia,
subtrai-se do rancor profundo apenas lamentações de infrutiferas dores,
que ja fora de vago o pensamento imaturo e curvo ao pensamento alheio, que deixara corromper com poucas palavras, haja vista que na penumbra
da paz nao há mais lugar para a ternura, senao um coração petrificado de sorrisos e de alegrias que nao lhe alcança e que te traz a mais perversa dor.
Mas se o sofrimento cessar entao havera espaço para outra coisa alem de Dores, partir para a escuridao minha alma quiz e quando mais tarde dela nao tiver mais harmonia
restara apenas o pesar de dores escolhidas mas nao suportadas. A insatisfação te faz inquieto e em meio frorestas de pesamentos risonhos, há uma magoa eterna pela nao relização plena.
Por que viver?
Se a existencia miseravel é o pior castigo, que nao sabe-se ao certo o porque de tantas lagrimas e que no raiar da aurora vai estar em prantos e lamurias sem força para escapar dos devaneios tristonhos e torturantes do mar inesgotavel que se colocas-te.
Ó Deus livra-me da dor, e traz aquilo que ainda fora estranha em minha pobre consciencia
que nao sei como instituir e multiplicar em meu coração que chora por
clamores e se fechou no fogo
da desgraça vivida por um infame que nao valha ser longa.
O meu inconciensciente implora por morte, a unica saida de um existencia lamentavel e digna de ser esquecida.
E eu fico aqui,de longe assistindo tua luta diária atrás
de colocar alguém no meu lugar.
Beijando outras bocas,sentindo outros perfumes,
se embriagando em outros corpos na
tentativa frustrada de me esquecer.
O teu orgulho não te deixa ver que
igual a mim não tem.
Que vai te fazer rir de um jeito desastrado.
Que vai bagunçar teu cabelo na
insistência de fazer cafuné antes de dormir.
Você não vai encontrar,melhor desistir.
Ninguém vai te tocar do meu jeito,te abraçar
com meu calor,te fazer sentir
especial como eu fazia.
Estou aqui,aguardando cair sua ficha,e você
perceber que ao contrario do que me disse,
eu sou sim,insubstituível.
Calabouço das memórias
De longe lhe observo calado,
minhas palavras não lhe seguem,
minha dor me persegue,
junto do desbotar da primavera,
carregado pelo inverno demasiarão,
d'este dia perturbado,
vou sem rumo, me deságuo,
nesse riacho magoado,
nessas neblinas, me embaço,
demasiado, terno, brado,
sou ligeiramente os tristonhos sonhos,
de tal perdurar perfume das rosas, por árduo.
Por que um dia longe de ti é como uma eternidade, sendo que um dia com você psssa num milésimo de segundo!?
Luz da estrela mais longe também penetra no meu olhar, e a luz das que eu nunca vi, também esta por aqui,
estrada escura e fria, descalço cansei de caminhar, mas no meio das folhas e da lama a luz também veio brilhar.
Com o coração cheio de alegria marcho pela luz pra viver em perfeita harmonia.
Uns peregrinos caminham, gritando e trombando sem ver, nervosos atrás do poder,
esquecem de se oferecer.
Com o coração cheio de alegria marcho pela luz pra viver em perfeita harmonia.
O CARA
Eu sou o cara que está longe
Quando estou perto
Eu sou o cara errado
Quando estou certo
Eu sou um cara louco num deserto
Seu olhar vai além do horizonte
Nunca acerta meu nome
Nunca sabe o que eu curto
Desconversa, desvia o olhar
Menciona: “que lindo crepúsculo”
É a senha pra dizer que já é tarde
Arde no meu peito, dói nos meus músculos...
Sou o cara mais perto do que está bem distante,
Sou o cara mais certo das suas incertezas,
Chocolates é sua fraqueza,
Poesia é até covardia;
O negócio é que gosto do seu jogo,
Quero imaginar que seria difícil,
Todo edifício saberia;
Espionam por frestas e janelas;
Sairia no face, no globo repórter depois da novela...
Ela sobe serena e segura, um riso no canto da boca,
Sabe que está no meu peito,
Permite que eu olhe da escadaria...
Eu sonho, não sou de ferro, quem não sonharia?
A memória gosta de brincar de esconde-esconde, de rastejar para longe. Ela tende a se prolongar, para se disfarçar, muitas vezes desnecessariamente. A memória se contradiz, e como ela é pedante, quer as coisas do seu jeito.
Qual é o tamanho do medo?o que falta que de longe escuto o seu coração palpitando forte no peito.Onde esta a esperança/aquela que vc tinha desde criança/tenha fé e perseverança/vc vai ter uma boa familia e um bom repouso como herança/Nao sei o pq tanto sofre/mas tenho certeza que tudo vai mudar/o dia vai nascer/nao desista de acreditar/sonhe,sonhe até o fim,ainda ha maneiras pra voce ser feliz,que Deus te abencöe
Não consigo tirar você da minha cabeça, não sei viver longe de você. Você me deixou alucinado com toda sua beleza. As lágrimas que caem dos meus olhos são eu pensando em você e em nada mais.
Fiquei tanto tempo longe das pessoas, que hoje eu me sinto um completo estranho ao demonstrar ou ver qualquer atitude carinhosa.
Na minha caverna eu sobrevivo com o necessário. Racionalmente necessário.
Muitos me apresentam coisas novas, regalias, bebidas, pratos diferentes.
Tenho medo de aceitar. Tenho medo de ser o que fui antes. O que fui antes da caverna...
Velho Buk falou, em "Notas de um velho safado": "... É por isso que me afasto das pessoas por tanto tempo, e agora que estou encontrando as pessoas, descubro que preciso voltar para a minha caverna..."
Mais uma vez, esse desgraçado, tinha razão.
Eu to cansado. Incrivelmente cansado das coisas. De todas as coisas que me são oferecidas e que já provei. Das coisas que me alimento aqui, também.
Também confesso estar perdido, amigo. Incrivelmente perdido.
Preciso de vinho.
Nordeste
As serras ao longe brilham em meu peito
E o tempo aqui é hora morta
Quando ao meio dia os pássaros adormecem
Debaixo das copas das poucas arvores
E uma carreta envelhecida com um jumento cansado
Que vai Murmurando e maneia a cabeça
De um sol agreste que o vai queimando.
As terras secas em vales profundos
E um povo amável do fim do mundo
Que Suspira e respira a poeira das fabricas
Do gesso absurdo.
Enfim no fim de tudo
Nem uma escultura gesso existe neste pequeno
Paraíso de um Adão e de uma Eva
Para que a memória dos seus antepassados
Deixe de ser escura.