Liberdade pra Mim e pouco
Sento-me em meio a desordem
Fito as origens de minhas feridas
Exijo de mim, alguma ordem
Ouvindo minhas faixas preferidas
Sinto de longe a toxicidade
Prevejo possibilidades de vício
Como partes iguais de prazer e dor
Ambiciono que tudo seja fictício
Cego pela afeição
Ignoro atos de desvalorização
Acreditando ser uma exceção
Devendo já ter aprendido a lição
Reflito sobre minha ingenuidade
Analiso os fatos com prudência
Desejo não elevar minha vaidade
Evito assim a incidência
Correndo risco de cair em displicência
Deliro sobre como os seres devem ser
Inseguro sobre quem devo ser
Almejando a cólera se dissipar
Contemplo o amanhecer
QUASE TUDO
Quase tudo de poético em mim foi poetado
Quase tudo sussurrado de amor foi escrito
No versejar, o rimar do viver se fez infinito
Na cadência de mil sensações foi musicado
Tão fadado de emoções me tornei enamorado
Tão cheio de romantismo fiz do amor bendito
Cada soneto que fiz de agrado veio num grito
Suspiros, sentidos, em um ritmo compassado
Tenho dado o meu sentir a quem dele merece
Se em prece, honra, num coração sem escudo
Eu sou só gratidão, neste doar-se em benesse
E se por tanto romancear fiz engano, contudo,
Eu nunca fui do amor tirano, ou o mal fizesse
Pra ter no fado, quase tudo, sem dano e rudo!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
25, agosto, 2021, 09’58’ - Araguari, MG
POESIA ETERNA
Poesia és dona de mim, prosa me pertence
E, nesse poético cativeiro, deliro por inteiro
Cá nos versos sinto sussurrar tão verdadeiro
Que nada me cabe no pensar, ou algo pense
Cada trovar meu, o versejar me convence
Que cada canto no seu canto é passageiro
E que num piscar o devaneio é tão ligeiro
E o destino, uma ilusão na arena circense
Mas, então, se tem sensação, então tem aba
Do desejo, a velha afeição, emoção sentida
Que em uma poesia, o poeta, então se gaba
Sonhos, as lágrimas, a chegada e a partida
Ah! se existe no coração fusão, nada acaba!
Pois, o amor que eterniza a poesia da vida...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17 setembro, 2021, 15’18” – Araguari, MG
BENEFÍCIO
Resta-me compactuar com o mando do fado
Aceitar o que fadou pra mim, e então, assim,
Pouco a pouco outra sensação, cá no cerrado
Pois, a história de retornar, a dor é de festim
E, quantas venturas, emoções, num perdido
Da Cidade Maravilhosa silêncios tristonhos
Aperta e chora o peito, de um tempo partido
Pois, em cada saudade há pedaços de sonhos
E o meu poetar vagueia no revés eleito, feito
Vai despregando cada um dos secos espinhos
Deixando o sentimento planeado de bom jeito
Eu rogo a Deus que me permita mais existir
Fui mais, e muito mais tenho nos caminhos
Se passou, passou. Na gratidão quero sorrir...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
27/09/2021, 09’55’ – Araguari, MG
DESPEDAÇADO
Vejo os cacos de mim, cá derramado no cerrado
Enrabichado, me perdi, nem mais sei quem sou
Na poesia, o pesar é vivo, e se vivo ainda estou
Me restou o sentimento no pedaço despedaçado
É o desejo quebrado, e uma solidão tão gigante
O meu sussurrar de paixão não pode ser ouvido
São tantos suspiros que no coração foi perdido
Que a inspiração emudece numa aflição falante
Oh, sedutor amor, custoso, se acaso você existe
Dá-me a paciência e a tranquilidade dum aporte
Pois, cá na emoção me esgotei de estar tão triste
E do viver, a melancolia é o meu pesado motivo
Frágil, manso, suxo e duma ilusão não tão forte
Sou só um poeta sonhador que do amor é cativo
© Luciano Spagnol poeta do cerrado
02 outubro, 2021, 05’27” – Araguari, MG
UMA POESIA
Por tempos eu procurei uma poesia
De amor, e ela sempre evitou a mim
Cheguei achar que a poética, enfim
Sequer iria inspirar-me uma alquimia
E de tanto buscar em vão, por fim
A trova vazia, em branco, arredia
Que nem bem surge, e vai, todavia
Palpita no meu coração, tão assim!
Mas, em outro tempo, foi-me além
Sussurrando n’alma aquele alguém
Que até hoje, sinto, mas se perdeu
Pois, ao querer bem, e mais amante
Veio o amor apenas por um instante
E em versos incessantes, prossigo eu...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02 janeiro 2022, 04’55” – Araguari, MG
“Amare”
Canto o amor que habita o meu peito
que em mim é de emoção e de agrado
que se agiganta, um poder imaculado
que toma conta do ser, gostoso jeito
que deixa o olhar rútilo, sedutor feito
leva a minha vida pro tino apaixonado
suspira, sussurra, põe o afeto ao lado
e que me inunda de paz quando deito
amor que me dá prazer, e traz ardor
como se fora o grande mestre tutor
a guardar o sentimento do coração.
“Amare!” a exaltação que me invade
demais tu me contentas, ó felicidade
que d’alma derrama serena sensação...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17 março, 2022, 19’24” – Araguari, MG
APELO III
Ajude-me, poética, a sempre ser
Emotivo, amoroso, tanto atento
De mim tira a sina de então ter
Um versar ausente de fomento
Ajude-me no agrado de conter
Na prosa aquele tal sentimento
Que enche de magia, de prazer
O leitor, e ao poeta o momento
E, em cada imaginação, encanto
Trazendo a sensação dum canto
Doce, do mais belo, o que fascina
Zele sempre em prol da sedução
Daquela terna inspiração divina
Acordando o amor com emoção!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
Maio, 14/2022, 15’59” – Araguari, MG
LADAINHA
Olhai por mim, inspiração querida
Criação do meu pendor, me escutai
Minha poética não sabe aonde vai
Nesta sensação de avidez perdida
Com alumiado bafejo me mostrai
O romantismo, a chance, o afeto
Minh’alma quer um verso secreto
O meu sensível horizonte, clareai
Este vazio no peito é um martírio
Perdão, se é agravo ou um delírio
Duma sede. Mas sou arrebatado
Arrancai-me a insatisfação furiosa
Que eu já conheço, dá-me prosa
Repleta de um amor apaixonado
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22 janeiro, 2022, 15’23” – Araguari, MG
O NOSSO SONETO
Para você, é para você, somente para você
Este soneto, ímpar, bocado de mim mesmo
De nós, de versos ao acaso, e talvez a esmo
De terno instante, prazer, do amor à mercê
Um soneto singelo, de emoção e sentimento
De um significado na composição, e prescrito
Pelo coração, em versos tão cheios de infinito
E de sensação. Ressaltando um rico momento
Está prosa com paixão, de desabafo e brado
Que rasga o peito em felicidade, enamorado
Compondo o soneto em alindada dedicatória
Aquarelas perfumadas, coloridas, doce feito
Emoção viva que escorre com atraente jeito
D’alma, no afeto de narrar a nossa história!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14 janeiro, 2023, 21’16” – Araguari, MG
O Poder Invisível do Perfume
Para mim, os perfumes têm o poder de acolher.
Trazem conforto, paz, bem-estar, boas memórias.
Mas também podem despertar o oposto: aversão, antipatia, desconforto, mal-estar, dor de cabeça.
Tudo isso apenas com a nossa presença — sem que as pessoas consigam, de fato, entender o porquê.
Elas apenas sentem. Reagem.
O perfume aproxima. Ou afasta. Involuntariamente.
E às vezes, tudo começa com a escolha de um perfume.
O perfume tem o poder de abraçar por dentro de um abraço, de nos tornar desejáveis, inesquecíveis.
Tem cheiros que despertam vontade de morder.
Outros que fazem a gente querer ficar ali... no silêncio do afeto, no calor da pele, na paz daquele instante.
Tem perfume que acalma, que traz leveza.
Tem perfume que acende — nos coloca em chamas, em desejo, em urgência.
E sim, tem perfume que desperta euforia, fúria, desprezo, rejeição, ânsia, asco.
Por isso, a escolha do nosso perfume precisa ser cuidadosa.
Porque mais do que um aroma, ele é extensão da alma.
É presença que fica, mesmo quando a gente vai.
Primeiros Erros
Meus erros não me definem
Mas a mim transformam
Não posso ser rotulada por um erro, ou algumas escolhas erradas em uma fase ruim da minha vida!
Não posso exigir do meu antigo eu algo que só as péssimas experiências a mim trouxeram.
A maturidade vem com toda nossa vivência, seja ela boa ou ruim!
Meu processo de transformação e superação é quem pode falar por mim o quanto precisei ressignificar e evoluir
Quantas vezes precisarei me refazer?
Não sei. Sei que posso mudar de ideia amanhã sobre algo que penso hoje e tá tudo bem! Aprendi isso ontem, quando precisei mudar e me transformar no que hoje sou!
Fotografia: A Alma no Olhar
Fotografar, para mim, é a arte de perceber o mundo de forma única e sensível. A fotografia não é apenas sobre capturar uma imagem, mas sobre transformar a maneira como as coisas são vistas. Busco mostrar o que muitas vezes passa despercebido pelo coletivo, revelando o que falta nos olhos comuns: uma conexão emocional, uma alma no olhar.
Essa sensibilidade me permite enxergar as camadas ocultas de cada cena, trazendo à tona a essência do que está sendo fotografado. Cada clique é uma forma de compartilhar com o outro o que a visão cotidiana não alcança, uma maneira de mostrar que a beleza está muitas vezes escondida na simplicidade, na luz, na sombra, no ângulo. Ofereço aos espectadores uma nova perspectiva, algo que não poderiam ver por si mesmos, pois, minha visão está imbuída de alma e significado.
Uma imagem vai além da técnica; nela, estão contidas histórias e sentimentos. Nela também reside o poder de comunicar sem palavras. Contém experiências e é um convite para que o outro se conecte com a visão mais profunda e sensível do mundo.
Indelével
Se um dia eu desistir, saiba que lutei com cada parte de mim, enfrentando os ventos mais ferozes e os silêncios mais pesados. Mas, se um dia eu partir, não diga que não sabia. Eu me espalhei pelo mundo, deixei fragmentos meus por onde passei.
Estou nas palavras que escrevi, nas imagens que capturei com a alma, nos olhares que toquei com ternura. Me registrei em cada gesto, em cada história compartilhada, em cada canto onde deixei um rastro silencioso de quem sou.
Não se trata de me lembrar com pesar, mas de reconhecer que estive aqui, inteira, presente, viva. Eu fui — e sempre serei — uma presença que não se dissolve, apenas se transforma em memória.
Autorretrato em Palavras
Sou intensa, profunda e sensível. Carrego dentro de mim uma força que resiste, mesmo quando o peso das emoções tenta me soterrar. Vivo em uma busca constante por significado — questiono o mundo, a mim mesma, minhas escolhas, minhas dores, minha fé e as falhas humanas que me habitam.
Sinto tudo em excesso e, por isso, reflito sobre tudo. Tento compreender a vida além da superfície, mesmo sabendo que nem todos estão dispostos a mergulhar tão fundo. Busco conexões genuínas, verdadeiras, que muitas vezes parecem raras.
Carrego em mim uma mistura delicada de vulnerabilidade e resistência. Deixo pedaços de mim em palavras e imagens, porque desejo que algo de minha alma permaneça. Quero acertar, mesmo quando me perco nesse desejo.
Talvez seja essa busca incessante por sentido que me define: uma tentativa de compreender a mim mesma e ao mundo, sem jamais deixar de ser humana — profundamente humana.
O Beijo: Portal Entre o Corpo e a Alma
O beijo, para mim, é mais do que um toque de lábios. É um portal entre duas dimensões, a passagem que conduz ao outro, a chave que abre o corpo e a alma.
Ele é a senha de todos os gatilhos, acende chamas, desperta desejos. Mas, mais do que isso, é conexão. É o arrepio que denuncia a entrega, a profundidade que dissolve barreiras, a fusão que antecede o infinito.
Por isso, não dá para tocar qualquer boca sem desejar se aprofundar por inteiro. Um beijo sem alma é um gesto vazio, um desencontro. Mas quando há entrega, ele se torna passagem, arrepio, fusão. Ele dá profundidade ao instante e transforma o desejo em algo maior.
Um beijo nunca é só um beijo. É a porta de entrada para tudo que pode ser.
OCUPANDO-ME COMIGO MESMA
A busca pela minha felicidade ocupa um imenso espaço dentro de mim,
toma todo o meu tempo e energia.
Meu foco está concentrado em um único propósito: ser e estar feliz.
Fazer da felicidade uma escolha diária, um compromisso constante comigo mesma.
É um processo que exige atenção, mas que se torna uma jornada de autodescoberta, onde o amor-próprio floresce e a paz se encontra.
Conexão além de Mim
Há algo que me chama,
não é o eco de meus próprios passos,
mas o suspiro de algo que está distante,
como um farol que pisca no horizonte,
sussurrando meu nome,
não em palavras, mas em silêncio.
Carrego, talvez, o peso de um abraço
que ainda não sei dar.
E no meu peito, um campo vasto,
um vazio que pulsa, não como falta,
mas como uma promessa que ainda não se cumpriu.
Eu me entrego ao que não vejo,
à dança que não sei se já começamos,
mas sinto os seus ritmos chegando
como uma maré que inevitavelmente alcança
a terra seca da minha alma.
E no infinito do que sou,
surgem novas camadas,
como ecos que se multiplicam,
onde cada um é um mundo,
onde cada um é um ponto de partida
para algo mais vasto.
Em cada respiração, encontro um fragmento,
um universo que se expande dentro de mim,
tão grande quanto o que está por vir,
tão pequeno quanto o que já me pertence.
Há infinitos em tudo que toco,
em tudo que olho, em tudo que sinto.
E talvez, seja isso:
o movimento incessante de encontrar e ser encontrada
no eco de todos os universos que criamos juntos.
Infinitos em Mim
Fecho os olhos e sinto,
dentro de mim, infinitos.
Há uma canção não cantada,
um soneto nunca escrito,
versos que se constroem no silêncio,
frases soltas que bailam no vento.
Uma coreografia à espera da melodia,
uma dança que aguarda nossos passos.
Nem tudo o que carrego em mim me pertence,
não posso guardar—preciso encontrar destinos.
Em mim, carrego também muitas faltas,
daquilo que precisa urgentemente me achar.
Não há possibilidade de ser feliz sem me permitir,
sem me deixar ser—em mim, me encontro.
Respiro fundo, tão fundo,
que me perco na imensidão.
Não compreendo—sou tão pequena, mortal.
Como não transbordar?
Quantos infinitos cabem em mim?
Lembro-me: não sou deste mundo,
apenas passo,
uma estação, um instante.
Mas tenho urgências—
meu tempo escorre entre os dedos,
e cada instante é um reflexo de mim.
E no vazio, cheia de infinitos, sou.
Buscando me permitir ser.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp