Textos e poesias para legenda de foto

Se eu me visse na terra lĂĄ das estrelas ficaria sĂł de mim.

Clarice Lispector
Perto do coração selvagem. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.

Clarice Lispector
Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Nota: Trecho do conto Felicidade clandestina.

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Que eu nĂŁo perca a capacidade de amar, de ver, de sentir.

Um dia eu levo ela para ver o sol na lage.

E no momento em que se confessa a precisĂŁo, perde-se tudo, eu sei.

Vivo sem explicação possível. Eu que não tenho sinÎnimo.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Eu ainda sou criança, só mudei o jeito de brincar.

SĂł que as coisas tĂȘm a hora certa de chegar, eu sei que vocĂȘ sabe.

Eu quero pouco e quero mais. Quero vocĂȘ. Quero eu.

Se eu te dei meu coração, foi pra que vocĂȘ cuidasse bem dele.

Seja lĂĄ o que eu tiver sentindo, espero que vocĂȘ corresponda.

E se eu nĂŁo falei ainda Ă© por medo que vocĂȘ se afaste de mim. Entendeu?

E aumentava toda vez que eu tentava dizer que eu nĂŁo sentia nada.

Acho que se eu tivesse vocĂȘ aqui 24 horas por dia, seria pouco.

Seu Ășnico defeito Ă© nĂŁo ser totalmente meu, o resto, eu ignoro.

Eu protegi o teu nome por amor.
Em um codinome, Beija-flor...

E Ă© sĂł amor que eu respiro.

É incîmodo ser dois: eu para mim e eu para os outros.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que vocĂȘ fosse o meu encontro.

Eu presto atenção só por prestar atenção: no fundo eu não quero saber.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.