Reflexões sobre lealdade: textos que mostram seu poder

De peito.

Cansado
De nadar,
E nada.

Raso.

Na banheira,
Afogando-se
Em mágoas.

Eterno?

O fim chegando,
Da tarde, da vida,
Menos da dúvida.

Adolescência?

Pra disfarçar a dor,
Eu fingia ser o tal,
Posando de imortal.

Vai chover.

Céu cinzento,
Nuvem escura,
Folha ao vento.

Vício.

Teu perfume,
Jamais me deixa,
Mesmo que eu fume.

Feliz idade.

Só crianças,
Porque não sabem,
Sabem viver.

Reflexo.

O dia se indo,
Noite se achegando:
Se não há sol, lua.

Satélite.

Pulso acelerado,
Um punhado de versos,
Meu pequeno universo era teu.

Troféu?

Meu Deus!
De todas as medalhas,
Guardei só a de Nossa Senhora.

Guarida.

Nos dias nublados,
Vou bater à sua porta,
Buscando guarda-chuva.

Triste saber que para algumas pessoas, receber um livro de presente virou quase sinônimo de ofensa.

Mudanças dependem de atitudes, não de viradas de ano.

Ladeira abaixo?

Na garupa da bicicleta,
Aos trancos e barrancos,
Gargalhando a cada buraco.

Infância.

Criança escondida no armário,
Embaixo da mesa, atrás da cortina,
Riso frouxo revelando almas,
Jurava mentiras extraterrenas,
Confirmadas pelos coleguinhas,
Misto de vergonha e encanto.

Tão diferentes, tão iguais.

Nunca mais seremos o que fomos, mas seremos outros tantos...

Figuração.

Parecendo um sábio,
Fingia ler livros pesados,
Como se houvesse passado.

Não fumo.

E eu finjo ser quase rico,
Fazendo pose de cigarro,
Pernas cruzadas jurando,
Papel e palha em brasas,
Fumaça fugindo da boca,
Carvão dentro do peito,
Sem saber que se morre,
Que um dia se morre,
Que um dia.

Fogueira.

Dança em volta da chamas,
Cada vez mais perto,
Os medos virando fumaça.

Trilho.

Em São Paulo,
Perdido, sem noção,
Busquei a Estação da Luz.