Jardim das Borboletas Vinicius de Moraes

⁠Ama a humanidade, mas não suporta a fraternidade.

⁠Toda arguição conduzida por amigos é peça encenada, conspiração disfarçada, justiça subjugada

⁠Todo poder que não passa por um sistema de pesos e contrapesos, critérios e balizas tende a degenerar mais rapidamente.

⁠Antes favela, hoje comunidade, trocaram o letreiro, mantiveram o roteiro.

Mais glamour que transformação, mais fachada que solução.

⁠Favela passou a ser comunidade, marketing comercial, pobreza com nova identidade, gourmetização, cosmética social.

Enquanto isso, o hiato da desigualdade só faz aumentar

⁠Em tese, só precisamos ter uma tese e alguém para defender nossa tese.

⁠Primeiro mandamento do bom casamento: não questione sua esposa.

⁠Antes favela, agora comunidade — porém as mazelas da desigualdade seguem na mesma intensidade.

Quem tudo ordena, tudo condena;
Quem tudo controla, tudo sufoca.

⁠Quem tudo quer, tudo perde;
quem tudo mede, nada cede.

⁠Nem natureza fixa, nem construção fluida;

Nem substância rígida, nem folha vazia: semente que varia, DNA que fica, cria e recria;

Nem pura essência, nem pura aparência: é mistura, é experiência, é vivência, é existência.

Somos síntese viva, cultura e biologia,
união dinâmica em constante interação, transformação e evolução.

⁠O capitalismo é a imagem e semelhança humana;
O socialismo é a miragem e esperança.

O capitalismo absorveu o real e prosperou;
O socialismo almejou o ideal e naufragou.

⁠O capitalismo tem como vertente principal a propriedade privada e o mercado livre. Apoia-se nas contradições e ambivalências humanas, celebrando o individualismo.

O socialismo, assentado no coletivismo e composto por múltiplas correntes que oscilam entre o ideal igualitário e o controle rígido, ainda busca sua aplicação plena.

Essa abordagem pragmática — focada no real, sem idealizações, lidando com a vida como ela é — fez do capitalismo o sistema predominante globalmente, enquanto o socialismo permanece marcado por utopias e controvérsias.

⁠Esperança idealizada, utopia politizada, fantasia monetizada.

⁠O consumismo: hedonismo moderno,
prazer efêmero, vazio eterno.

⁠Apropriação cultural sem tato desmerece;

Intercâmbio cultural com trato enriquece.

Nunca estamos preparados para o luto; ele nos tira do prumo, mas só atravessando por inteiro voltamos ao rumo.

⁠O luto não pede licença, mas exige presença.

Consciência crítica e liberdade de expressão são privilégios de poucos; a maioria batalha para assegurar o pão nosso de cada dia.

⁠Promessas feitas em bares e festas, entre copos e sorrisos
soam bonitas, mas costumam ser incertas.