Jardim das Borboletas Vinicius de Moraes

Cerca de 122191 frases e pensamentos: Jardim das Borboletas Vinicius de Moraes

⁠Para evitar surfar nas ondas dos delírios, é essencial identificar metas factíveis de quimeras impossíveis.

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⁠Paz de Espírito

No peito, um espírito despedaçado busca nas estradas o alívio esperado. Um acalanto, mas a alma sabe: é um breve encanto.

Onde o coração sangra em desalento, a mudança de lugar é um mero vento.

A dor, entranhada, não se cura na estrada; é uma ferida gravada na alma.

Por mais que se viaje, por mais que se ande, a enfermidade na alma permanece constante.

É preciso mais que mudança de cenário para curar o espírito; é um processo lento e diário, um luto necessário.

Um registro profundo das dores vividas, das lágrimas derramadas, das despedidas.

Um mergulho no íntimo, um olhar atento, um ombro amigo, um desabafo com o divino que traga a paz de espírito.

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⁠A vaidade obsessiva, vida vivida para os outros, refém da busca incessante por validação externa e da encenação, resultando no esquecimento de si.

A vaidade compassiva, valorização de si, sem negligenciar relações genuínas, promovendo o bem-estar, o equilíbrio na vida.

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⁠Comparações

Na vida, somos envolvidos em comparações. Pela vaidade, menosprezamos os menos afortunados. Pela inveja, repugnamos os mais privilegiados, num ciclo eterno de insatisfações e contradições.

Narcisistas, julgamos sem permissões, rotulando os outros com todo desatino. Ambicioso é quem nunca se satisfaz, acomodado é quem com pouco faz.

Cegos nos afetos, esquecemos as razões, que, para além das comparações, encontra-se a verdadeira paz.

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Na sociedade pós-moderna, observamos uma hipervalorização da juventude, concomitantemente à negação da maturidade, o que resulta no prolongamento da adolescência na fase adulta e na manifestação de comportamentos joviais em pessoas mais velhas, os "cinquentões adolescentes".

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⁠Na nova dinâmica familiar da pós-modernidade, mães provedoras, pais pastores e filhos desafiadores.

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⁠A transição para estruturas familiares mais democráticas não justifica a abdicação do pátrio poder por parte dos pais, nem a permissão de comportamentos tirânicos por parte dos filhos.

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Tirania Infantil

Com medo de perder o amor dos filhos, pais renunciam ao seu pátrio poder, entregando-se ao jogo sutil e hostil da tirania infantil, tornando-se frágeis e subservientes.

Colocados no trono por pais sem firmeza, sem voz, reféns de uma culpa atroz, acreditam que não dedicaram tempo e atenção suficientes para esses rebentos algozes.

Infantes exigentes, pais obedientes, autoridade enfraquecida, valência perdida, tirania fortalecida na culpa assumida.

No lar, o caos reina, pais sem direção, remorso que nutre em vão, jovens onipotentes em ascensão determinam o refrão.

Transfigurados em pais dos pais, esses pequenos tiranos comandam cada vez mais, numa inversão de papéis onde os filhos mandam e os pais apenas obedecem.

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Pais infantilizados incapazes de perceber filhos angustiados deixam brechas para o mercado publicitário explorar essa dor.

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⁠Ceder em demasia às vontades das crianças pode criar um desequilíbrio na dinâmica familiar, enfraquecendo a autoridade dos pais e permitindo que a tirania infantil floresça.

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⁠Conversa Franca

Não adianta!
Com a alma armada,
A conversa franca
É sempre cilada.

Peito blindado,
Olhar desviado,
Cada frase dita
Um golpe desferido.

O diálogo sincero
Não encontra abrigo,
Na alma ferida
É sempre mal visto.

Peito em defesa,
Olhos cerrados,
Palavras se tornam
Lanças afiadas.

Coração cercado,
A mente em tormento,
O diálogo sincero
É sempre mal interpretado.

E até quem ama,
Se vê afastado,
Pois a conversa franca
Machuca o amado.

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Dualidade Simplista

Em um mundo desbussolado e polarizado, o homem pós-moderno vagueia entre sonhos e dilemas, sem rumo certo. Cobranças o cercam, expectativas tolhem, e sua alma se perde em profusão, entre o tradicional e o contemporâneo.

Na dualidade simplista, toda masculinidade é toxicidade, toda sensibilidade é fragilidade, todo incisivo é insensível, e todo o sensível é deprimido.

Importante frisar que ainda temos muito que evoluir. O homem ainda é visto como um ser que não pode falhar, fracassar e falir, sob o peso de expectativas irrealistas.

Pôr fim à opressão masculina, sem emergir a tirania feminina. Superar os estereótipos, que limitam e aprisionam, buscar a igualdade e o respeito, é um passo crucial nesse caminho.

Buscar soluções em diálogos abertos, evitando o jogo de acusações, é fundamental para criar laços de compreensão e união.

De certo, nem herói nem vilão, nem certo nem errado; somos todos humanos, em constante processo de aprimoramento.

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Opressão do Lar

No casamento, ao despertar, dez mandamentos a executar,

Na opressão do lar, sem questionar, todo compromisso entregar.

Concordar é preciso, evitar o conflito, no domínio do lar, esse é o rito.

Seja primeiro a levantar e o último a dormir. Não parar, sempre agir.

Descansar? Nem pensar.

Mesmo em silêncio, sempre envolvido, errado ou certo, permanecer contido.

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⁠Adultos infantis

Na era de adultos-meninos, a imaturidade vigora, uma epidemia aflora.

Buscam-se significados divinos num mercado que promete felicidades sem cessar.

Um futuro disperso pairando no ar, na publicidade, anunciam-se sonhos de cetim para deslumbrar.

Marketing de existência vazia, oferece significados efêmeros, para almas ávidas por algo além do ser, parecer e agradar.

Adultos infantis seguem iludidos, buscando significados na existência do papel machê que aprisiona, impede o amadurecer.

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⁠Vazio Consumista

Mesmo tendo tudo, sentem-se como se nada tivessem. Conquistas são poeira ao vento; no horizonte se esvaem.

Desencontros internos, entre o ser, parecer e ter, erguem muros. Expectativas não cumpridas, sonhos naufragados, sentimentos afogados jazem.

Pressões sociais, padrões a seguir, na busca frenética pelo que se deve possuir.

Traumas e cicatrizes, marcas do passado, no presente, um grito abafado que faz deprimir.

Consumo desmedido, tentam em vão encobrir o vazio existencial que faz parte do existir.

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⁠Na cultura contemporânea, há uma prevalência da mentalidade imediatista do "aqui e agora", levando as pessoas a se concentrarem apenas no presente e priorizarem prazeres imediatos, fragmentos de alegria e preocupações vazias.

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⁠Retratos da Pós-Modernidade

Tempos líquidos, sorrisos pálidos, escondem vazios e segredos ambíguos.

Desejos de ser celebridade, publicidade, intimidade e privacidade; sonhos revelados em feeds, reels e stories.

Em cliques frenéticos, busca-se validação, vaidade e narcisismo em poses de perfeição.

Entre filtros e edições, a aparência se idealiza, criando ilusões que a realidade suaviza, enquanto o fantasma da depressão não alivia.

Postagens intermináveis desdobram-se em cenários, instantâneos de sonhos e desenganos, uma vida na tela sempre bela e singela.

Conexões frágeis, conteúdos fugazes, relações superficiais, inveja e insatisfações, onde o vazio impera e o ser desespera-se.

Identidades fragmentadas, a cada dia, uma nova faceta se revela, permanente e incompleta, repleta de incertezas.

Pelo mercado, somos transformados, projetados para sermos notados, tornando-nos produtos prontos para ser comparados, comprados, usados, trocados e descartados...

Alimenta-se a ilusão da completude da alma pelo consumo desenfreado com prazeres fugazes, que nunca satisfazem, apenas distraem, enquanto a incompletude jaz.

Um novo mundo emerge, como self-service repleto de escolhas, consumidores padecem: antes, a falta gerava agruras; agora, o excesso traz amarguras.

As autoridades, comedidas e mais preocupadas em agradar do que em ordenar, patinam sem direção em suas próprias mãos, perdidas e confusas.

Pós-modernidade, vida em revoada, manada iludida na proximidade prometida. Sem cooperação, carente e desencontrada na virtualidade tão nutrida, sente-se deprimida.

Névoa densa, sombria condição, uma nova ordem já não seduz, sem saber quem conduz, consome tudo o que produz e o futuro obscuro traduz angustiante desilusão.

Privacidade retalhada, projetada na arena gigante, à espera de likes constantes. Confessionário público, onde a vida é obra de arte, num instante flagrante.

Modernidade líquida, fluidez a governar, sem estruturas sólidas, a vida a se transformar.

Relações e instituições, volatilidade a reinar, na sociedade contemporânea, um novo caminhar.

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⁠O 'não' dos pais talvez seja a maior causa das queixas dos milenais e nativos digitais; o 'sim' satisfaz, terapias jaz.

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⁠Na mudança de papéis de gênero no lar, mulher provedora e homem dono do lar, as queixas e desafios se invertem, evidenciando a influência situacional nos conflitos.

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⁠O medo da alegria, quando em plenitude, semeia sussurros de tragédia, em amplitude.

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