Jardim das Borboletas Vinicius de Moraes

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Agora sei o que é amar alguém. Não importa o que você faça é impossível fugir dos seus sentimentos. É impossível deixar de amá-lo.
(Dong Shan Cai)

"Os ignorantes pensam que já sabem tudo. Os espertos aprendem com os próprios erros. Os inteligentes aprendem na escola e nos livros. E os sábios, cientes que nada sabem, aprendem muito mais com a experiência e os erros alheios”. (J. M. Jardim)

O amor é combustão espontânea, surge do nada, é mero acidente. É uma explosão física e mental. Não é algo construído. Um simples olhar detona uma revolução interna.
O amor também se expressa com palavras, mas destas não depende nem um pouco. Os gestos e atitudes são muito mais significativos. Amar é o prazer de estar junto, mesmo sem se falar ou tocar. O amor enleva com um simples pensamento, que brota espontâneo ao se evocar a imagem da pessoa amada, gerando suspiros e arrepios. Ao inspirar e expirar profundamente, a sensação de leveza é imediata, automática, fantástica.
Para amar basta olhar. Depois, entrelaçar as mãos, acarinhar... O abraço é sequência lógica, o beijo consequência. É o amor em evidência. Corações batem na mesma cadência, as bocas, em convergência.

Frequentemente chorava ao passear naquele jardim, agora demasiado estreito para ela, como o pátio, a casa, a cidade: lançava-se antecipadamente pela vasta extensão dos mares.

- Gatinho de Cheshire (...) Poderia me dizer, por favor, que caminho devo tomar para ir embora daqui?
- Isso depende muito de para onde quer ir - responder o Gato.
- Para mim, acho que tanto faz... - disse a menina.
- Nesse caso, qualquer caminho serve - afirmou o Gato.
- ... contanto que eu chegue a algum lugar - completou Alice, para se explicar melhor.
- Ah, mas com certeza você vai chegar, desde que caminhe bastante.
- Mas eu não quero me meter com gente louca - ressaltou Alice.
- Mas isso é impossível - disse o Gato. - Porque todo mundo é meio louco por aqui. Eu sou. Você também é.
- Como pode saber se sou louca ou não? - disse a menina.
- Mas só pode ser - explicou o Gato. - Ou não teria vindo parar aqui.
Alice achou que isso não provava nada. No entanto, continuou:
- E como você sabe que é louco?
- Para começo de conversa - disse o Gato - um cachorro não é louco. Concorda?
- É, acho que sim - disse Alice.
- Pois bem... - continuou o Gato. - Você sabe que um cachorro rosna quando está bravo e abana o rabo quando está feliz. Mas eu faço o contrário: eu rosno quando estou feliz e abano o rabo quando estou bravo. Portanto, eu sou louco.
(Alice No País das Maravilhas)

Alice no país das maravilhas Lewis Carroll
CARROLL, L., Alice no País das Maravilhas, 1865

Agrada-nos o homem sincero, porque nos poupa o trabalho de o estudarmos para o conhecermos.

O Homem não tem porto, o tempo não tem margem; / ele corre e nós passamos!

A fortuna troca às vezes os cálculos da natureza.

Machado de Assis
Iaiá Garcia (1878).

As amoras

O meu país sabe às amoras bravas
no verão.
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce
de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez
nem goste dele, mas quando um amigo
me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul.

Eugénio de Andrade
O Outro Nome da Terra

Arrependemo-nos raramente de falar pouco, e muito frequentemente de falar demais: máxima usada e trivial, que todo o mundo sabe e que ninguém pratica.

Quem ama o perigo, nele perece.

Há algo tocante na associação de dois seres para suportar a vida.

O amor é um egoísmo a dois.

Pouca ou nenhuma vez se realiza com a ambição coisa que não prejudique terceiros.

Faço dizer aos outros aquilo que não posso dizer tão bem, quer por debilidade da minha linguagem, quer por fraqueza dos meus sentidos.

O rosto de uma mulher, seja qual for a sua discrição ou a importância daquilo em que se ocupa, é sempre um obstáculo ou uma razão na história da sua vida.

O mal ou bem que fazemos aos outros reverte sobre nós acrescentado.

Os homens de pouca inteligência não sabem encarecer a própria capacidade sem rebaixar a dos outros.

As revoluções frequentes fazem raquíticas as nações recentes.

Saber viver com os homens é uma arte de tanta dificuldade que muita gente morre sem a ter compreendido.