Irmaos que Brigam muito
Não tive medo da vida
Pois quando aprendi
O sentido da palavra medo
Eu estava muito ocupado
Vencendo todas as dificuldades
Que, por si só
Teriam destruído a vida de muitos
Não tive tempo de sentir medo
Pois o tempo não parou pra isso
Nem busquei uma causa, razão
e nem motivo e nem sentido
A vida passou tão depressa
Que só nesta fase da vida
É que me ocorre o pensamento
Do quanto teria sido inútil
Ter tido o medo que quase senti
Pois a vida não parou pra ser perfeita
Por isso foi sendo refeita todo dia
Qual fosse um castelo de areia
Quando a gente tenta e tenta
E não tem por onde
Pois quando não venta forte
Vem sempre uma onda
De modo que no fim da tarde
A gente percebe
Que nem tudo está perdido
Há uma palavra escondida no vento
O tempo, sem pressa ensina
Que a beleza das coisas
São como promessas, escritas na areia
Mas quando a gente tanto insiste
Em tentar fazê-las
Aprende a fazer desenhos
Nas estrelas que o Céu ponteiam
Por isso não tenho medo
e também não me sinto triste
Existem mais delas no firmamento
do que todas as areias sem firmeza
Que o vento, sem dó
Carrega por entre os dedos
Talvez, por não ter sentido medo
É que descobri
O sentido da palavra vida.
Edson Ricardo Paiva.
Escuridão
É um lugar muito triste
Mas esse lugar existe
Pra que gentes de alma ruim
Lá, procurem outras gentes assim
Que digam que são do bem
E também tenham alma escura.
Edson Ricardo Paiva.
Andando pra sempre sozinho
E agindo pra sempre
Como se eu fosse sempre
Muito mais que um
Obedecendo a lei que determina
Que o dia termina pra sempre
E que indeterminadamente
Sempre há de nascer mais um
E se juntar pra sempre o hoje
Com todos os outros
Que nasceram antes de anteontem
Não tenho nenhum
Eu venho de lugar distante
Que fica adiante de onde nasce a Lua
Mas como sempre o mundo gira
A Lua queimou numa pira
Perdida na esquina que vira
Desce a rua e chega
Em frente à colina
Onde a noite termina e sempre nasce o Sol
Mas esse Sol também se despede
E o tempo concede mais um dia
E mais um e mais um
E eu
Andando pra sempre sozinho
E agindo pra sempre
Como se fosse eu pra sempre
Sempre mais que um.
Edson Ricardo Paiva.
Outro dia eu vi o desenho
de um lugar feliz
Em que todos tinham muito tempo
Onde todo mundo tinha voz... e vez para falar
E eram muitas as vozes
Vozes a cantar ao vento
Era tanta a luminosidade
Que a própria luz do Sol
Parecia ser somente um lume
Uma falsa e velha flor
Já desbotada e sem perfume
Durante o reinado da ilusão
Realidade é fração de momento
Um cume de montanha pra poder morar
Com nascente de águas cristalinas
Pra guardar em cântaros de porcelana
Cada palmo e cada prumo
Cada alma sedenta em seu rumo
Mas esse lugar
Era apenas um colar de sonhos
Pois pétalas bonitas e serenas
Podem até desabrochar ao Sol
Mas as flores em botão
Essas brotam noutros tempos
Mais difíceis e cinzentos
Pois o tempo é o mais sincero dos amores
E ele veio...um dia ele veio
Dentre toda relação que cresce
O tempo estabelece
A relação entre a causa e efeito
E veio o tempo de chorar
Pois sempre existe
O tempo de chorar sorrindo
E de sorrir chorando
O tempo de plantar
E o de colher
De sorte
Que as menores sementes
Dão árvores de grande porte
Cada coisa em seu lugar
E o lugar para ilusão é uma ilusão também
Outro dia eu vi o desenho
De um lugar chamado vida
e eu estava lá e via
Mas não vi as coisas do mesmo jeito
Não no lugar de onde eu venho
Pode ser também que toda aquela gente
Tenha olhos que eu não tenho.
Edson Ricardo Paiva.
Me espanto
Muito
pois tudo que é muito
É um monte de nada junto
Juntando de tudo um pouco
É o todo
Só que oco
Assunto de outro dia
O conto e o espanto
Inverdade
Com prazo de validade
E os pés fora do chão
Quando esqueço do preço
O desconto
Acalanto esquecido
Num canto da vida
Noite estrelada
Aborrecida
Guardada no inconsciente
Nada inteligente
Quando um monte de nada é muito
Tanto faz
Olhar pra trás ou pra frente
Se olhando pro lado há muito
Mas muito
É um monte de nada junto.
Edson Ricardo Paiva.
"Desde muito cedo
Antes mesmo de nascer meu Sol amigo
Me prestei e esquecer meus medos
E me emprestei a um ser só
Que era eu
Trazendo nas mãos, nada mais que dez dedos
Escondi no coração muito mais que vinte medos
Do lado da minha paz
Minha paz, há muito esquecida, espalhei
Meu Sol se pôs
Meu medo escondido, só pra mim guardei
Pra depois do fim da vida."
Edson Ricardo Paiva.
Sonhei comigo
Onde eu me via
Como um velho abrigo
Cuja companhia
Há muito que eu não tinha
Sonhei comigo
Onde eu me vi
Como jamais pensei que eu era
E percebi que sem atentar
Eu sempre havia sido
Aquela cara era minha
Perguntei por mim
Com certo medo
Assim
Como quem jamais tinha me conhecido
Como alguém que nunca mais eu vi
Mas era eu
Meu velho amigo estava ali
E eu era alguém
Que pensei
Que nunca mais veria
Assim, pela primeira vez na vida
Chorei de alegria
Por uma espera
Que havia chegado ao fim
E era por mim.
Edson Ricardo Paiva.
Pode até
Parecer poesia
Mas não é
O modo como a gente
As diferencia
Conta muito mais
Uma coisa entre o vento
que corre e que varre
E o ventre da terra
que produz e reproduz em paz; que multiplica
Entre a morte, que não morre e que não erra
E o tempo, que apesar de não ser eterno
Ao que tudo indica
Corre eterno, eternamente
A noite que se vai, pra dar lugar ao dia
A noite que chega no final do dia...e fica
Pode parecer poesia
Porém, essas são perfeitas
Outras, hoje a gente ajeita
Amanhã, as modifica
Pois precisam ser refeitas.
Edson Ricardo Paiva.
Hoje
Eu escrevo pra falar em brumas
Algumas ocultam, sem muito enlevo, a arte da vida
E as trazem de volta
A dizer de coisas que nos fogem
Que se vão na distração dos tempos...tempos correm
Até que um dia os ponteiros parem
e ponham um espelho à nossa frente
Pra que, enfim, a gente se encare
E sem que haja mais tempo, nem mesmo para uma prece
Comece a fazer um inventário
Acerca da própria existência
Nas quatro folhas do trevo da rude vida
Uma delas foi a coragem, talvez a sua falta
Outra o caminho, a miragem que ilude
Mais uma outra, o carinho ausente
A exibir os seus dentes, seus cortes
A folha derradeira, foram as escolhas
O tempo revela que a vida não atende a pedidos
Nenhuma delas foi sorte.
Edson Ricardo Paiva.
Não me lembro bem que ano era
Tem bem mais que muito tempo
Era só mais outra primavera
Mas setembro tem o dom dessa saudade
Tinha um sapo que cantava à toa
Sua voz tinha o som de piano ou de sanfona
E tinha a sapa, que valsava
E tinha uma canção, que vinha no vento
O sapo era tão vagabundo
Que esperava a balsa pra ganhar o mundo
E tinha a rã, com cheiro doce, de hortelã
Porém, a sapa era do mês de agosto
A marrafona era mulher sem rosto
E eu ainda era criança
Mas o tempo passa e sempre tem setembro
Trazendo essa saudade, essa lembrança
Uma coisa boa, uma verdade que é so minha
E não me lembro muito bem que ano que era
Nem qual idade que eu tinha.
Edson Ricardo Paiva.
Confissão.
Hoje eu compreendo
Que errei muito
Errei, por não saber
Se soubesse
Talvez tivesse errado mais
Alguns de meus erros
Foram simplesmente bons
Se imaginasse
Teria errado novamente
Não somente os erros cometidos
Que hoje eu vejo
Como simples erros vãos
foram erros acertados, muito bons
Por não terem ferido a ninguém
Ninguém que não merecesse
Grandes erros
Não os cometi
Nem jamais o faria
Esses acertos também
Me fazem sentir
Muito bem, hoje em dia
Enganei-me aqui e ali
Enquanto isso, eu vivia
Errei algumas pedras
que joguei em passarinhos
Errei sobremaneira, no dia que decidi
Escrever minha primeira poesia
Errei em dividir muita coisa
Com quem eu, mais tarde
Fui ver que não merecia
Errei, por não ter escolhido outro caminho
Errei, por ter feito o que fiz
Em lugar de fazer o que eu queria
Errei ao dizer as palavras que eu disse
num momento em que não pensei no que falava
mas que eu fiz naquele dia
Se tivesse percebido a tempo
A paz que me faz sentir hoje
Errava mais, por Deus que eu errava!
Edson Ricardo Paiva.
Vivência.
Hoje eu vejo as coisas
De maneira que eu não via
Nunca fui de muito me atentar
Queira ou não queira
Cada qual tem seu jeito
Nunca fui de ter jeito pra nada
E meu mundo era perfeito assim
Creio que há mais sentido
Em não buscá-los
O tempo sempre traz a direção
E eu jamais sentia pressa
Promessas
Nunca fui de acreditar ou não
Nem duvidar
A verdade vem no vento
Vem depressa e devagar
Nunca fui de escolher
Qual dor eu queria sentir
Não se pode evitá-la, ela vem
Fui deixando a vida decidir por mim
Eu gostava de verdade
Era só de viver
Montar os quebra-cabeças que a vida traz
Desde o início ela trazia
Eu, por não ter aprendido mentir
Não busquei saber se era verdade
Nem jamais pensei que a vida fosse
Fácil e nem difícil: eu vivia.
Gostava de andar na chuva
Olhar o trem de longe, ouvir o sino na igreja
e os passos lá fora, quando era de madrugada
Nunca fui de espera ou de esperar
Pra falar a verdade, eu nunca fui de nada
Sonhava escrever poesia
Arquitetar um jeito de exprimir o que eu sentia
Assim como Deus é o Poeta
Que arquiteta a vida da gente
Numa métrica milimetrada
E que coloca, lá na frente, um tempo
Onde a gente passe a ver as coisas
De maneira que não voltemos jamais
A ser quem já fomos um dia
E nem nunca mudar nada, além de nós
As coisas que vemos ou não
Elas vão permanecer iguais
Antes...após!
Edson Ricardo Paiva.
No final, minhas emoções não eram minhas, muito menos minhas ações. Era apenas você.
Era você de uma forma que ninguém poderia compreender. Eu era apenas a sua forma de demonstrar tudo aquilo que sentia. No entanto, posso dizer com razão, que tudo o que você sentiu foi magicamente lindo.
Moça bonita, há muito tempo que eu espero
não é mentira, você pode acreditar
Que eu preparei estas palavras com esmero
eu esperei por muito tempo pra falar
Quero que saiba que não quero pedir nada
saiba que eu quero tudo lindo pra você
saiba que eu nunca te esqueci nenhum minuto
Eu sei que nunca te ganhei pra te perder
Agora vou embora mais tranquilizado
a vida inteira eu vou lembrar que te falei
que a vida inteira eu só quis ser teu namorado
que a vida inteira o seu sorriso eu esperei
Quero que saiba que não quero pedir nada
saiba que eu quero tudo lindo pra você
saiba que eu nunca te esqueci um só minuto
e eu sei que nunca te ganhei pra te perder
agora eu vou embora mais tranquilizado
a vida inteira eu te deixo pra lembrar
que a vida inteira eu só quis ser seu namorado
Amor tão grande nunca mais você verá
E então cheguei aqui...
eu sei, não parece muito
mesmo assim, não compreendo
como foi que consegui
Quando tudo começou
isso, há muito tempo atrás
despojado de qualquer recurso
sem saber no que pensar
ou em quê sentir
fui seguindo
o tropel da cavalgada
muitas vezes ao fim
da viagem que
me conduziria a mim
percebia que não havia
de maneira nenhuma
aprendido ou ensinado nada
a vida soava onírica
e sem ter quem me ensinar
optei por procurar
o lado lírico do viver
hoje em dia
olhando o caminho percorrido
não me lamento
e muito menos me arrependo
de não ter acumulado
não haveria onde guardar
portanto, fui dividindo
que quem estivesse ao meu lado
irmão, amigo ou desconhecido
vivendo o Sol de cada dia
um dia de cada vez
o otimismo se fez escola
entrei em lagos
chutei bola
e tentando, então
compreendi
que nunca aprenderia a nadar
futebol, então...nem pensar
mas olhando hoje a vida, penso
que o empirismo me deu o bom senso
de saber que nunca haveremos
de chegar a nenhum consenso
e, apesar de tantos tropeços
que houve desde o começo
eu ainda estou aqui
e assim vou permanecendo
pois não tenho pra onde ir
Se tens algo a realizar
não pense muito
vá e faça
é claro que tudo
deveria ser pensado
pesado, analisado,
medido e pesquisado
mas pense depressa
a análise, muitas vezes
rouba a graça
da realização
se fizer
sem prestar muita atenção
haverá muito mais chances
de te aproximares
daquilo que tens em mente
como a imagem da perfeição
sim, existem coisas perfeitas
feitas pura e simplesmente
de seguir a intuição
a maioria dos voos
que não resultaram
num pouso suave
foram realizados
por quem passou anos e anos
medindo e pesando e analisando
a nave.
Teu coração não é só seu
um pedaço aí me pertence
muito mais que você pensa
no dia que nele eu adentrar
hei de reformar
tudo que já viveu
Um cantinho aí é meu
portanto trate de cuidar
dos teus batimentos cardíacos
mesmo que não saiba
pode haver por aí, um maníaco
esperando pra escrever
uma singela poesia
nas paredes do teu coração
te dar um dia de alegria
ou talvez o resto da vida
portanto, não seja atrevida
te confesso hoje, senhora
aqui já passou da hora
desde que você entrou
eu joguei as chaves fora.
Existe um Oceano de Estrelas ao redor de nós, para nomeá-lo os Homens encontraram uma maneira muito sutil de homenagear as mães de todo o Universo. As mães que existiram e que haverão de existir: A minha, a sua e também aquela filha que ainda não nasceu. As mães deste e de todos os outros mundos habitados, físicos ou espirituais.
Esta homenagem foi tão bonita quanto à vida, que apesar de não ser da maneira que imaginamos, a é da maneira que sentimos e se extende às fêmeas de todos os Reinos, filos, classes ordens, famílias, gêneros e espécies:
Via Lactea.
Aonde estiver seu coração
Ali estará o seu tesouro
A vida é curta, muito curta
Antes mesmo que esteja morta
E que sua alma siga fatalmente
Pra um lugar onde receba
Aquilo que mereces realmente
Perceba o que fez de sua vida
Ponha na balança o valor
de todo seu ouro
Responda se valeu
toda a dor causada
Todo dinheiro,
toda prata
todo ouro
Não chegam nem de perto
Ao valor do pó
que recobre o couro
Das sandália dos pescador
Aquilo que recebeste
Aqui não vale nada
Deste lado da vida
A tudo que pesaste
valerá como medida
pra fazer avaliação
e descobrir que nada
levou à nada
Teu sorriso falso
Não mais te servirá
de escudo
Aqui ninguém se vende
Aqui nada se oculta
Aqui será cobrado
Cada "N" e cada Jota
A cada ceitil
Que fizeste de valor
Ao vender tua alma
Torta
Fatalmente, finalmente
inexoravelmente morta
Não há outra oportunidade
Aqui impera a verdade
Conquistada por tua
Parca e porca vontade
Seja bem vindo ao inferno
Aonde há de permanecer
Em companhia de quem
te avalia
Por toda a Eternidade
e mais um dia.
Em frente à minha janela
Tem um gavião voando
Faz um voo tão morno
e voa muito mais bonito
que o avião mais moderno
Sei que é rapinagem pura
mas tudo que Deus Criou
Tem se portado muito bem
eu acho que o gavião tem
é todo direito de estar
voando e rapinar e planar
e voar de novo se quiser
mais bonito que seu jeito
Só existe no Mundo alguém
Que quero ver e não vejo
Eu Só alimento nesta vida
Um desejo
Voar como um Gavião
E voando a procurar
Te encontrar andando
no chão desprotegida
te carregar pro ninho
depois vou te mastigar
Com todo amor e carinho
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