Inverno
BOM DIA MEUS BONS AMIGOS!?!
Manhã ligeiramente fria
É o inverno dando o ar da graça
Quem tem o que vestir o recebe com alegria
Mas a quem não tem, que uma campanha se faça...
mel - ((*_*))
No verão sabemos, no inverno nos aproximamos, no outono descobrimos que é verdadeiro, na primavera, há sim na primavera, já sabemos que é eterno.
ANTAGÔNICA
Anoitece lá fora
Enquanto eu amanheço
É inverno do outro lado da porta
O sol me aquece por dentro
No verão deixo que caiam minhas folhas
No inverno floresço
Na primavera aqueço
Desabrocho em qualquer ocasião
Já não obedeço estação
Não me adequei aos padrões
Sermões se tornaram vazios
Se desejam calor
Eu faço frio.
ANGÚSTIA
Sonhar, construir, projetar.
Por todo o inverno, o espaço de um verão.
Temer, fugir, afastar-se.
Por todo o verão, a angústia de um novo inverno.
Se por enquanto estou no céu outono inverno, pouco importa. Meu coração está sempre aberto à luz que pode chegar... por isso nunca deixo a esperança, por mais grilos que saltem aos olhos.
Estou à espera do amor para ser estação definitiva dos meus passos. Muitos torcem para que minh´alma jamais receba esse dom... Para que a felicidade não seja definitiva nos domínios do que há de mais profundo e reservado em mim.
Serei feliz assim mesmo... Contra todas as previsões. Receberei essa graça numa hora inesperada. Quem olhar nos meus olhos verá flores... Os que duvidam de minha primavera... verão.
Frio cortante que bate
Inverno que vem
O som da rua é o cachorro que late
pedindo ajuda aos que mais tem
SONETO DE INVERNO
Frio, uma taça de vinho, face em rubor
No cerrado ivernado pouco se aquece
Um calor de momento, o vinho oferece
E a alma valesse neste desfrutar maior
Arrepio no corpo, do apego se apetece
Pra esquentar a noite, tornar-se ardor
Acalorando o alento do clima ofensor
Tal é perfeito, também, o afeto tece
E na estação de monocromática cor
De paixões, de misto sabor, aparece
Os mistérios, os desejos, os sentidos
Assim, embolados nas lareiras, o amor
Regado de vontades, no olhar floresce
Pra no solstício de novo serem acolhidos
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Junho de 2016
Cerrado goiano
Adeus junho
Junho, despede-se
Agasalhado no inverno
Vai-se tão terno
Brindado com vinho
Bem de mansinho
Um novo recomeçar
Doce é poder estar
Dádiva da vida a girar
Vivificando a cada manhã
Em um novo amanhã
Adeus junho das festas
Das madrugadas em serestas
Na despedida a evidência
De dia vencidos, reverência
Sai junho, mortulho...
Vem julho...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Junho, 2016
Cerrado goiano
Bolero de inverno no cerrado
No cerrado, seco, o sol da manhã
Nos tortos galhos, o ipê, a cortesã
De um inverno, em uma festa pagã
Desperta o capricho do deus tupã
Degustando a aurora tal um leviatã
E numa angústia, o orvalho, num afã
Do céu azul, num infinito, de malsã
Craquela o dia no seu tão árido divã
Do duro fado, tão pouco gentleman
E tão árido, tal uma agridoce romã
E vem o alvor, com o frígido de hortelã
Bafejando poeira cheia de balangandã
Tintando a flora em um rubro poncã
Zunindo o vento tal um som de tantã
Num bolero ávido por um outro amanhã...
São gemidos, uivos, sofreguidão
Correndo pelo sulco do cascalhado chão
Emergindo desse pântano, ressequida solidão.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, 27 julho 2018
Brasília, DF
Quando a rigidez do frio inverno desnudar-me por completo, e minha última folha tiver caído, eu me cobrirei de pétalas, me inundarei de odores primaveris e cheiro de terra molhada. Serei gardênia, jasmim, ou quem sabe amor-perfeito, para que teus olhos bonitos não cansem de olhar pra mim.
Na primavera me fiz flor
No inverno me fiz cobertor
No verão me fiz alegria
No outono me fiz folha nova
Nas quatro estações te fiz amor!
Tudo por causa de você!
☆Haredita Angel
Quero tela ao meu lado em dias ensolarados e nas noites de inverno.
Quero tela para falar ao pé do meu ouvido e estabelecer meus sentimentos ao entardecer de um horizonte transbordando de beleza e fazendo-me um homem feliz por ter você.
Beije-me que aceito e a recebo-lhe para aquecer-me nesse inverno em um pleno delírio da sua sensualidade cultivando o despir da minha intimidade...