Indiretas de amor: demonstre interesse com sutileza đ
O prĂłprio viver Ă© morrer, porque nĂŁo temos um dia a mais na nossa vida que nĂŁo tenhamos, nisso, um dia a menos nela.
A alegria estĂĄ na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido e nĂŁo na vitĂłria propriamente dita.
Tu te tornas eternamente responsĂĄvel por aquilo que cativas.
Aquele que conheceu apenas a sua mulher, e a amou, sabe mais de mulheres do que aquele que conheceu mil.
Assim que se olharam, amaram-se; assim que se amaram, suspiraram; assim que suspiraram, perguntaram-se um ao outro o motivo; assim que descobriram o motivo, procuraram o remédio.
Creio no riso e nas lĂĄgrimas como antĂdotos contra o Ăłdio e o terror.
Para Sempre
Por que Deus permite
que as mĂŁes vĂŁo-se embora?
MĂŁe nĂŁo tem limite,
Ă© tempo sem hora,
luz que nĂŁo apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
ĂĄgua pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que Ă© breve e passa
sem deixar vestĂgio.
Mãe, na sua graça,
Ă© eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirĂĄ-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
MĂŁe nĂŁo morre nunca,
mĂŁe ficarĂĄ sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
serĂĄ pequenino
feito grĂŁo de milho.
A vida Ă© a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.
Nota: Trecho de "Samba da benção", composto por Vinicius de Moraes e Baden Powell.
...MaisSoneto de separação
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mĂŁos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a Ășltima chama
E da paixĂŁo fez-se o pressentimento
E do momento imĂłvel fez-se o drama.
De repente, nĂŁo mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo prĂłximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, nĂŁo mais que de repente.
Escrever Ă© esquecer. A literatura Ă© a maneira mais agradĂĄvel de ignorar a vida. A mĂșsica embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e a arte de representar) entretĂȘm. A primeira, porĂ©m, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, nĂŁo se afastam da vida - umas porque usam de fĂłrmulas visĂveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana.
Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso.
Quando vocĂȘ quer alguma coisa, todo o universo conspira para que vocĂȘ realize o seu desejo.
Quem sabe um dia
Quem sabe um dia
Quem sabe um seremos
Quem sabe um viveremos
Quem sabe um morreremos!
Quem Ă© que
Quem Ă© macho
Quem Ă© fĂȘmea
Quem Ă© humano, apenas!
Sabe amar
Sabe de mim e de si
Sabe de nĂłs
Sabe ser um!
Um dia
Um mĂȘs
Um ano
Um(a) vida!
Adoramos a perfeição, porque nĂŁo a podemos ter; repugna-la-Ăamos se a tivĂ©ssemos. O perfeito Ă© o desumano porque o humano Ă© imperfeito.
O verdadeiro homem quer duas coisas: perigo e jogo. Por isso quer a mulher: o jogo mais perigoso.
A amizade Ă© um meio de nos isolarmos da humanidade cultivando algumas pessoas.
No fim tu hĂĄs de ver que as coisas mais leves sĂŁo as Ășnicas
que o vento nĂŁo conseguiu levar:
um estribilho antigo
um carinho no momento preciso
o folhear de um livro de poemas
o cheiro que tinha um dia o prĂłprio vento...
Pela luz dos olhos teus
Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai que bom que isso Ă© meu Deus
Que frio que me dĂĄ o encontro desse olhar
Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus sĂł p'ra me provocar
Meu amor, juro por Deus me sinto incendiar
Meu amor, juro por Deus
Que a luz dos olhos meus jĂĄ nĂŁo pode esperar
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus sem mais larĂĄ-larĂĄ
Pela luz dos olhos teus
Eu acho meu amor que sĂł se pode achar
Que a luz dos olhos meus precisa se casar.
