Indiretas de amor: demonstre interesse com sutileza 😉

Eu encontrei-a quando nĂŁo quis
mais procurar o meu amor
e o quanto levou foi pra eu merecer
antes um mĂȘs e eu jĂĄ nĂŁo sei
e atĂ© quem me vĂȘ lendo jornal
na fila do pĂŁo sabe que eu te encontrei,
e ninguém dirå
que Ă© tarde demais
que Ă©, tĂŁo diferente assim
do nosso amor
a gente Ă© quem sabe, pequena...

Que Ă© o amor?
A necessidade de sair de si.
O homem Ă© um animal adorador
Adorar Ă© sacrificar-se e prostituir-se
Assim, todo amor é prostituição.

A flor e seu nome

Mas o que impressiona mesmo no amor-perfeito Ă© o nome. Que responsabilidade, meu filho! HĂĄ por aĂ­ uma planta chamada de amor-de-um-dia, que nĂŁo carece muito esforço para ser e acontecer, como doidivanas. Outra atende por amor-das-onze-horas e presume-se como sua vida Ă© folgada. HĂĄ tambĂ©m amor-de-vaqueiro, amor-de-hortelĂŁo, amor-de-moça, amor-de-negro... muitos amores vegetais que desempenham função limitada. Mas este aqui nĂŁo tem ĂĄrea especĂ­fica, nĂŁo se dirige a grupo, ocasiĂŁo, profissĂŁo. É absoluto, resume um ideal que vai alĂ©m do poder das flores e dos seres humanos.
Que sentirå o amor-perfeito, sabendo-se assim nomeado? Que tristeza lhe transfixarå o veludo das pétalas , ao sentir que os homens que tal apelação lhe dera não são absolutamente perfeitos em seus amores? Que aquele substantivo, casado a este adjetivo, sugere mais aspiração infrutífera da alma do que modelo identificåvel no cotidiano?
A tais perguntas o sĂłbrio amor-perfeito nĂŁo responde. O outono tampouco. Talvez seja melhor nĂŁo haver resposta.

Ninguém deixa de amar:
o amor Ă© que muda de objeto.

Eu trocaria absolutamente tudo da minha vida pra viver um amor de verdade. TĂŽ tĂŁo cansada e triste.

Eu mudo constantemente. Sou alegre e triste, grossa e simpĂĄtica, amor e Ăłdio, sorriso e lĂĄgrimas. Todo dia eu acordo e nĂŁo sou mais a mesma de ontem. EntĂŁo Ă© impossĂ­vel me descrever, dizer o que sou, o que eu gosto ou nĂŁo gosto. Posso querer muito algo por um tempo, e depois ser indiferente a isso. Me canso de coisas, de pessoas, de sentimentos e de lugares. Tudo Ă© incerto e mutĂĄvel demais dentro de mim.

NĂŁo existe perdĂŁo com ressalvas. O verdadeiro perdĂŁo Ă© como o verdadeiro amor pregado por Cristo: Ă© sublime e incondicional.

Se tiver amor e compaixĂŁo por todos os seres sencientes, em especial por seus inimigos, este Ă© o verdadeiro amor e a verdadeira compaixĂŁo. O amor e compaixĂŁo, nutridos por seus amigos, esposa e filhos, nĂŁo sĂŁo verdadeiros em sua essĂȘncia. SĂŁo apego, e esse tipo de amor nĂŁo pode ser infinito.

Porque o amor Ă© feito bebida: tem que tomar a dose certa.

... Afastarei vocĂȘ com o gesto mais duro que conseguir e direi duramente que seu amor nĂŁo me toca nem me comove e que sua precisĂŁo de mim nĂŁo passa de fome...

O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silĂȘncio; acaba em cafĂ©s engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automĂłvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada Ă  alegria pĂłstuma, que nĂŁo veio; e acaba o amor no desenlace das mĂŁos no cinema, como tentĂĄculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidĂŁo; como se as mĂŁos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insĂŽnia dos braços luminosos do relĂłgio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumĂ­nio e espelhos monĂłtonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensĂŁo; Ă s vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmĂŁ dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensĂŁo ridĂ­cula dos bigodes; nas ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua Ă s provĂ­ncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar; na compulsĂŁo da simplicidade simplesmente; no sĂĄbado, depois de trĂȘs goles mornos de gim Ă  beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, Ă s vezes vingado por alguns dias, mas que nĂŁo floresceu, abrindo parĂĄgrafos de Ăłdio inexplicĂĄvel entre o pĂłlen e o gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde hĂĄ mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os crepĂșsculos, caindo imperceptĂ­vel no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos roteiros do tĂ©dio para o tĂ©dio, na barca, no trem, no ĂŽnibus, ida e volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e acaba; no inferno o amor nĂŁo começa; na usura o amor se dissolve; em BrasĂ­lia o amor pode virar pĂł; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em SĂŁo Paulo, dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; Ă s vezes acaba na mesma mĂșsica que começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova York; no coração que se dilata e quebra, e o mĂ©dico sentencia imprestĂĄvel para o amor; e acaba no longo pĂ©riplo, tocando em todos os portos, atĂ© se desfazer em mares gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; Ă s vezes nĂŁo acaba e Ă© simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razĂŁo atĂ© que alguĂ©m, humilde, o carregue consigo; Ă s vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade; o ĂĄlcool; de manhĂŁ, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verĂŁo; na dissonĂąncia do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.

Quando choramos abraçados e caminhamos lado a lado. Por favor amor me acredite, não hå palavras para explicar o que eu sinto...

Dar ou fazer amor??

O amor me move: SĂł por ele eu falo.

Dante Alighieri
A Divina Comédia

Sem verdade, sem dĂșvida, nem dono. Boa Ă© a vida, mas melhor Ă© o vinho. O amor Ă© bom, mas Ă© melhor o sono.

Fernando Pessoa

Nota: Trecho de poema do livro "Poesias Inéditas (1930-1935)", de Fernando Pessoa.

A emoção acabou, que coincidĂȘncia Ă© o amor, a nossa mĂșsica nunca mais tocou...

Um Ășnico momento de beleza e amor justifica a vida inteira.

Rubem Alves
Palavras para desatar nĂłs. SĂŁo Paulo: Papirus. 2012.

Bom dia
Olha as flores que eu trouxe pra vocĂȘ, amor.
SĂŁo para comemorar aquele dia
Que passei a viver do teu lado
Eu me lembro, entre nĂłs nĂŁo havia quase nada.

E agora Ă© sĂł vocĂȘ que me faz cantar
E Ă© sĂł vocĂȘ que me faz cantar...

Que nunca te arrependas pelo amor dado,
faz parte da vida arriscar-se por um sonho...
Porque se nĂŁo fosse assim, nunca terĂ­amos sonhado.
Mas, antes de tudo, que vocĂȘ saiba que tem aliado,
ele se chama TEMPO... seu melhor amigo.
SĂł ele pode dar todas as certezas do amanhĂŁ.
A certeza que... realmente vocĂȘ amou.
A certeza que... realmente vocĂȘ foi amada.

Eu sĂł queria que vocĂȘ soubesse do muito amor e ternura que eu tinha — e tenho — pra vocĂȘ. Acho que Ă© bom a gente saber que existe desse jeito em alguĂ©m, como vocĂȘ existe em mim.

✹ Às vezes, tudo que precisamos Ă© de uma frase certa, no momento certo.

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