Indiretas de amor: demonstre interesse com sutileza 😉

JĂĄ falou-se tanto em amor, amizade e paixĂŁo...
Que tal falarmos do que nĂŁo Ă© amor?

Se vocĂȘ precisa de alguĂ©m para ser feliz, isso nĂŁo Ă© amor
É CARÊNCIA.

Se vocĂȘ tem ciĂșme, insegurança e faz qualquer coisa para conservar alguĂ©m ao seu lado, mesmo sabendo que nĂŁo Ă© amado, e ainda diz que confia nessa pessoa, mas nĂŁo nos outros, que lhe parecem todos rivais, isso nĂŁo Ă© amor
É FALTA DE AMOR-PRÓPRIO.

Se vocĂȘ acredita que sua vida fica vazia sem essa pessoa; nĂŁo consegue se imaginar sozinho e mantĂ©m um relacionamento que jĂĄ acabou sĂł porque nĂŁo tem vida prĂłpria - existe em função do outro - isso nĂŁo Ă© amor
É DEPENDÊNCIA.

Se vocĂȘ acha que o ser amado lhe pertence; sente-se dono(a) e senhor(a) de sua vida e de seu corpo; nĂŁo lhe dĂĄ o direito de se expressar, de ter escolhas, sĂł para afirmar seu domĂ­nio, isso nĂŁo Ă© amor
É EGOÍSMO.

Se vocĂȘ nĂŁo sente desejo; nĂŁo se realiza sexualmente; prefere nem ter relaçÔes sexuais com essa pessoa, porĂ©m sente algum prazer em estar ao lado dela, isso nĂŁo Ă© amor
É AMIZADE.

Se vocĂȘs discutem por qualquer motivo; morrem de ciĂșmes um do outro e brigam por qualquer coisa; nem sempre fazem os mesmos planos; discordam em diversas situaçÔes; nĂŁo gostam de fazer as mesmas coisas ou ir aos mesmos lugares, mas sexualmente combinam perfeitamente, isso nĂŁo Ă© amor
É DESEJO.

Se seu coração palpita mais forte; o suor torna-se intenso; sua temperatura sobe e desce vertiginosamente, apenas em pensar na outra pessoa, isso não é amor
É PAIXÃO.

Agora, sabendo o que nĂŁo Ă© o amor, fica mais fĂĄcil analisar, verificar o que esta acontecendo e procurar resolver a situação. Mesmo que a situação se confunda Ă s vezes para vocĂȘ, o correto Ă© que avalie a "PRESENÇA" e a "AUSÊNCIA" de seu par na sua vida e diante do resultado de seus sentimentos irĂĄ perceber se algumas das situaçÔes acima sĂŁo temporĂĄrias ou caracterizam definitivamente seu tipo de relacionamento. Porque a "convivĂȘncia" faz com que o tempo transforme o que Ă© AMOR em ETERNIDADE.

Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, sĂł acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. NĂŁo contaram pra nĂłs que amor nĂŁo Ă© racionado nem chega com hora marcada.

Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que jå nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais råpido.

Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um", duas pessoas pensando igual, agindo igual, que isso era que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudåvel.

Fizeram a gente acreditar que casamento Ă© obrigatĂłrio e que desejos fora de hora devem ser reprimidos. Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros sĂŁo mais amados, que os que transam pouco sĂŁo caretas, que os que transam muito nĂŁo sĂŁo confiĂĄveis, e que sempre haverĂĄ um chinelo velho para um pĂ© torto. NinguĂ©m nos disse que chinelos velhos tambĂ©m tĂȘm seu valor, jĂĄ que nĂŁo nos machucam, e que existe mais cabeças tortas do que pĂ©s.

Fizeram a gente acreditar que sĂł hĂĄ uma fĂłrmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estĂŁo condenados Ă  marginalidade. NĂŁo nos contaram que estas fĂłrmulas dĂŁo errado, frustram as pessoas, sĂŁo alienantes, e que poderĂ­amos tentar outras alternativas menos convencionais.

Martha Medeiros
Montanha-Russa

Nota: Trecho da crĂŽnica "Sacanagem" de Martha Medeiros.

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NĂŁo sei nem mais dizer
O que sinto por vocĂȘ...
Se Ă© amor...
Se Ă© amizade...
Se Ă© paixĂŁo...
Mas suspeito fortemente
Que seja tudo isso junto!

Poeminha Amoroso

Este Ă© um poema de amor
tĂŁo meigo, tĂŁo terno, tĂŁo teu...
É uma oferenda aos teus momentos
de luta e de brisa e de céu...
E eu,
quero te servir a poesia
numa concha azul do mar
ou numa cesta de flores do campo.
Talvez tu possas entender o meu amor.
Mas se isso nĂŁo acontecer,
nĂŁo importa.
JĂĄ estĂĄ declarado e estampado
nas linhas e entrelinhas
deste pequeno poema,
o verso;
o tĂŁo famoso e inesperado verso que
te deixarĂĄ pasmo, surpreso, perplexo...
eu te amo, perdoa-me, eu te amo...

Desconhecido

Nota: O pensamento costuma ser atribuĂ­do a Cora Coralina, mas nĂŁo existem referĂȘncias bibliogrĂĄficas que confirmem essa autoria.

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Não confundas o amor com o delírio da posse, que acarreta os piores sofrimentos. Porque, contrariamente à opinião comum, o amor não faz sofrer. O instinto de propriedade, o qual é o contrårio do amor, esse é que faz sofrer. Eu sei assim reconhecer aquele que ama verdadeiramente: é que ele não pode ser prejudicado. O amor verdadeiro começa lå onde não se espera mais nada em troca.

Não me lembro mais qual foi nosso começo. Sei que não começamos pelo começo. Jå era amor antes de ser.

Lucilene Machado
MACHADO, L.; NOLASCO, E. C. Claricianas. SĂŁo Paulo: 7Letras, 2006, p. 31.

Nota: A autoria do pensamento tem vindo a ser erroneamente atribuída a Clarice Lispector. Mas pertence, na verdade, a Lucilene Machado e estå presente no livro "Claricianas", escrito em conjunto com Edgar Cézar Nolasco.

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O amor nĂŁo acaba, nĂłs Ă© que mudamos

Um homem e uma mulher vivem uma intensa relação de amor, e depois de alguns anos se separam, cada um vai em busca do próprio caminho, saem do raio de visão um do outro. Que fim levou aquele sentimento? O amor realmente acaba?

O que acaba sĂŁo algumas de nossas expectativas e desejos, que sĂŁo subtituĂ­dos por outros no decorrer da vida. As pessoas nĂŁo mudam na sua essĂȘncia, mas mudam muito de sonhos, mudam de pontos de vista e de necessidades, principalmente de necessidades. O amor costuma ser amoldado Ă  nossa carĂȘncia de envolvimento afetivo, porĂ©m essa carĂȘncia nĂŁo Ă© estĂĄtica, ela se modifica Ă  medida que vamos tendo novas experiĂȘncias, Ă  medida que vamos aprendendo com as dores, com os remorsos e com nossos erros todos. O amor se mantĂ©m o mesmo apenas para aqueles que se mantĂ©m os mesmos.

Se nada muda dentro de vocĂȘ, o amor que vocĂȘ sente, ou que vocĂȘ sofre, tambĂ©m nĂŁo muda. Amores eternos sĂł existem para dois grupos de pessoas. O primeiro Ă© formado por aqueles que se recusam a experimentar a vida, para aqueles que nĂŁo querem investigar mais nada sobre si mesmo, estĂŁo contentes com o que estabeleceram como verdade numa determinada Ă©poca e seguem com esta verdade atĂ© os 120 anos. O outro grupo Ă© o dos sortudos: aqueles que amam alguĂ©m, e mesmo tendo evoluĂ­do com o tempo, descobrem que o parceiro tambĂ©m evoluiu, e essa evolução se deu com a mesma intensidade e seguiu na mesma direção. Sendo assim, conseguem renovar o amor, pois a renovação particular de cada um foi tĂŁo parecida que nĂŁo gerou conflito.

O amor não acaba. O amor apenas sai do centro das nossas atençÔes. O tempo desenvolve nossas defesas, nos oferece outras possibilidades e a gente avança porque é da natureza humana avançar. Não é o sentimento que se esgota, somos nós que ficamos esgotados de sofrer, ou esgotados de esperar, ou esgotados da mesmice. Paixão termina, amor não. Amor é aquilo que a gente deixa ocupar todos os nossos espaços, enquanto for bem-vindo, e que transferimos para o quartinho dos fundos quando não funciona mais, mas que nunca expulsamos definitivamente de casa.

Martha Medeiros
CrĂŽnica "O amor nĂŁo acaba, nĂłs Ă© que mudamos ", 2002.

Nota: Texto originalmente publicado na coluna de Martha Medeiros, no website Almas GĂȘmeas, a 21 de outubro de 2002.

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De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Vinicius de Moraes
Antologia Poética. Rio de Janeiro.1960.

Nota: Trecho de "Soneto de Fidelidade"

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A longa distĂąncia apenas serve para unir o nosso amor.
A saudade serve para me dar
a absoluta certeza de que ficaremos para sempre unidos.

E nesse momento de saudade,
quando penso em vocĂȘ,
quando tudo estå machucando o meu coração
e acho que não tenho mais forças para continuar,
eis que surge tua doce presença,
com o esplendor de um anjo,
e me envolve como uma suave brisa aconchegante.

Tudo isso acontece porque amo e penso em vocĂȘ!

Desconhecido

Nota: Embora o poema seja habitualmente atribuĂ­do a William Shakespeare, nĂŁo existem evidĂȘncias acerca da sua autoria.

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As mais belas frases de amor sĂŁo ditas no silĂȘncio de um olhar.

Se o amor for grande...
a espera nĂŁo serĂĄ eterna,
os problemas nĂŁo serĂŁo dilemas,
e a distĂąncia serĂĄ vencida.
Se a compreensĂŁo insistir,
as brigas fortalecerĂŁo-nos,
os fatos farĂŁo-nos rir,
e os diĂĄlogos marcarĂŁo-nos.
Se o respeito prevalecer,
os carinhos serĂŁo doces e suaves,
os beijos profundos e cheios de valor,
e os abraços calorosos e confortantes.
Se a confiança existir,
a dĂșvida se extinguirĂĄ,
as perguntas serĂŁo respondidas,
e as palavras poderĂŁo ser ditas.
Talvez nĂŁo seja um amor eterno.
E nĂŁo Ă© um amor doentio,
Nem um amor ideal.
Mas um amor verdadeiro.
Aquele que vence as barreiras
Impostas pela vida e pelas ocasiÔes.
Aquele que nĂŁo teme a escolha,
E faz a opção de simplesmente
Ser intensamente vivido.

Amor Ă© bicho instruĂ­do.

Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na ĂĄrvore
em tempo de se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que escorre do corpo andrĂłgino.
Essa ferida, meu bem,
Ă s vezes nĂŁo sara nunca
Ă s vezes sara amanhĂŁ.

Carlos Drummond de Andrade
Antologia poética. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

Nota: Trecho do poema O amor bate na aorta.

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O amor Ă© tĂŁo mais fatal do que eu havia pensado, o amor Ă© tĂŁo inerente quanto a prĂłpria carĂȘncia, e nĂłs somos garantidos por uma necessidade que se renovarĂĄ continuamente. O amor jĂĄ estĂĄ, estĂĄ sempre. Falta apenas o golpe da graça - que se chama paixĂŁo.

Clarice Lispector
A paixĂŁo segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Embora meu objetivo seja compreender o amor, e embora sofra por causa das pessoas a quem entreguei meu coração, vejo que aqueles que me tocaram a alma não conseguiram despertar meu corpo, e aqueles que tocaram meu corpo não conseguiram atingir minha alma.

Paulo Coelho
Onze Minutos. Rio de Janeiro: Rocco. 2003

O amor Ă© cego, por isso os namorados nunca vĂȘem as tolices que praticam.

Mas hĂĄ a vida que Ă© para ser intensamente vivida. HĂĄ o amor. Que tem que ser vivido atĂ© a Ășltima gota. Sem nenhum medo. NĂŁo mata.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: CrĂŽnica Mas hĂĄ a vida.

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Para Viver um Grande Amor

É preciso abrir todas as portas que fecham o coração.
Quebrar barreiras construĂ­das ao longo do tempo,
Por amores do passado que foram em vĂŁo
É preciso muita renĂșncia em ser e mudança no pensar.
É preciso nĂŁo esquecer que ninguĂ©m vem perfeito para nĂłs!
É preciso ver o outro com os olhos da alma e se deixar cativar!
É preciso renunciar ao que não agrada ao seu amor...
Para que se moldem um ao outro como se molda uma escultura,
Aparando as arestas que podem machucar.
É como lapidar um diamante bruto... para fazĂȘ-lo brilhar!
E quando decidir que chegou a sua hora de amar,
Lembre-se que é preciso haver identificação de almas!
De gostos, de gestos, de pele...
No modo de sentir e de pensar!
É preciso ver a luz iluminar a aura,
Dando uma chance para que o amor te encontre
Na suavidade morna de uma noite calma...
É preciso se entregar de corpo e alma!
É preciso ter dentro do coração um sonho
Que se acalenta no desejo de: amar e ser amada!
É preciso conhecer no outro o ser tão procurado!
É preciso conquistar e se deixar seduzir...
Entrar no jogo da sedução e deixar fluir!
Amar com emoção para se saber sentir
A sensação do momento em que o amor te devora!
E quando vocĂȘ estiver vivendo no clĂ­max dessa paixĂŁo,
Que sinta que essa foi a melhor de suas escolhas!
Que foi seu grande desafio... e o passo mais acertado
De todos os caminhos de sua vida trilhados!
Mas se assim nĂŁo for...
Que nunca te arrependas pelo amor dado!
Faz parte da vida arriscar-se por um sonho...
Porque se nĂŁo fosse assim, nunca terĂ­amos sonhado!
Mas, antes de tudo, que vocĂȘ saiba que tem aliado.
Ele se chama TEMPO... seu melhor amigo.
SĂł ele pode dar todas as certezas do amanhĂŁ...
A certeza que... realmente vocĂȘ amou.
A certeza que... realmente vocĂȘ foi amada.

O amor Ă© a Ășnica loucura de um sĂĄbio e a Ășnica sabedoria de um tolo.

SONETO DO MAIOR AMOR

Maior amor nem mais estranho existe
Que o meu, que nĂŁo sossega a coisa amada
E quando a sente alegre, fica triste
E se a vĂȘ descontente, dĂĄ risada.

E que sĂł fica em paz se lhe resiste
O amado coração, e que se agrada
Mais da eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal-aventurada.

Louco amor meu, que quando toca, fere
E quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer - e vive a esmo

Fiel Ă  sua lei de cada instante
Desassombrado, doido, delirante
Numa paixĂŁo de tudo e de si mesmo.

Vinicius de Moraes
MORAES, V. de. Antologia Poética. Rio de Janeiro.1960

Todas as Cartas de Amor sĂŁo RidĂ­culas

Todas as cartas de amor sĂŁo
RidĂ­culas.
NĂŁo seriam cartas de amor se nĂŁo fossem
RidĂ­culas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
RidĂ­culas.

As cartas de amor, se hĂĄ amor,
TĂȘm de ser
RidĂ­culas.

Mas, afinal,
SĂł as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
RidĂ­culas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
RidĂ­culas.

A verdade Ă© que hoje
As minhas memĂłrias
Dessas cartas de amor
É que são
RidĂ­culas.

(Todas as palavras esdrĂșxulas,
Como os sentimentos esdrĂșxulos,
SĂŁo naturalmente
RidĂ­culas.)

Álvaro de Campos
PESSOA, F. Poesias de Álvaro de Campos. Lisboa: Ática. 1944 (imp. 1993). p. 84

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