Indecisões
Somos um caminho cheio de indecisões, pormenores e loucuras. Somos feitos de mistérios e moramos nas entrelinhas do destino. Buscamos e criamos nossos sonhos dentro do silêncio de cada intervalo. Alcançamos sempre o nosso objetivo e a magia dele está no exato momento da pausa.
Madrugada...
as coisas perdem a forma,
o vazio fica mais vazio ainda,
as indecisões fantasmas rondam
vidas vazias,
vidas sem forma,
sem brilho louco.
Tudo é pouco,
e você continua vivendo,
e a madrugada... amanhecendo.
'CORAÇÃO III'
Coração
mar de indecisões
Descompreensões e outras cifras
Debilitado nas condições de amar
Relutante como as pedras nas cachoeiras
caindo lentamente
Avistando abismos
Preservando sequelas
enxurradas
Conflitante ao extremo
Sangrando feridas vãs
Mórbido nos limbos
Desencorajador de almas
Incógnita conclamando o futuro
vivendo migalhas a cada manhã
Eco sem respostas
Existo?
Não sei!
Talvez!
Indecisão causando confusão
Não sendo o que me pedem
Coração
nasceu mórbido
Conflitante consigo
Tenta ser diferente
escalar penhasco
Verdade seja dita!
É semelhante aos outros
Deixa ser abatido
Morrendo mas ainda pulsando
Às vezes sorrindo
chorando
Tudo imaginação!
Com suas brechas e espaços
Coração
vida e morte!
Pulsar estranho
Tarântula escorregadia nos olhos
Desprendendo veneno e revivendo leucócitos
Tem flechas
ceifando sonhos
A vida a cada pulsar diminui
Tintas em papiros
sem muita razão e sombreado
Coisas do coração!
Tudo soa tão banal
Que truculento esse meu amigão
Artista sem intenção
E a decisão é não mais tê-lo
Coração
é chegada a hora!
Não se precisa de órgão
Somos perecíveis
Para quê sequelas?
Costelas não abrasam a dor
Se quer um coração de verdade
Desses que se joga no rio
esperando ele fazer o percurso sozinho
Provisório
como respirar outras intenções
fotografando imagens diferentes
reais
Coração sem pretextos...
'TROPEÇOS'
Tropeçamos nas indecisões/decisões. Cores sem tintas. Abstrações. Painéis lúgubres. Quadro sinuoso, sem repouso. Metáforas em pincéis. Colinas...
Tropeçamos nas sombras do último vagão. Nas dores que tornaram-se horrores. Fumaça embaçando a visão. Peito fatigado sem proteção, morada. Fatalidades abertas, enferrujadas...
Tropeçamos nos rios estrangulando faróis. Maresias sem beira-mar, paraísos. Na práxis do tempo. Textos vazios. Chuvas ácidas, atormentando sangrias veladas....
Tropeçamos para nos tornarmos gigantes. Conquistadores do mundo glacial, abrasador e determinista. Para contemplarmos as estrelas soltas no infinito, com suas luzes intactas que nos enchem de sentimentos, acendendo os faróis desprovidos. Subjeção de estarmos vivos, abraçando o tempo remanescente, vindouro, incisivo...
'MEU CORAÇÃO'
Meu coração, mar de indecisões. descompreensões e outras coisas que eu não entendo. Debilitado nas condições de amar. Relutante e inseguro como as pedras nas cachoeiras. Avistando abismos profundos. Preservando sequelas e outras enxurradas...
Meu coração, conflitante ao extremo. Sangrando palavras vãs. Mórbido nos limbos. Desencorajador de almas. Incógnita a relutar o futuro, vivendo à migalhas a cada manhã. Sou eco sem respostas. Existo? Não sei! Talvez! Só sei que, ser poço de indecisão, causa grande confusão. Ora sou eu! Ora não tenho horas para ser o que me pedem...
Meu coração, mórbido. Conflitante consigo. Tenta ser diferente, mas a verdade: é igual aos outros corações. Que deixam ser abatidos. Morrendo e parecendo ter vida. Corações sorriem e choram ao mesmo tempo. Sorrisos verdadeiros. Lágrimas escondidas. Coração é ter vida e se aproximar da morte a cada dia! É um pulsar, pulsando estranho. Tarântula escorregadia nos braços. Desprendendo veneno e revivendo o passado. Matando leucócitos enfraquecidos...
Meu coração tem flechas. Matando sonhos que acordaram para vida a cada lançar-se. Ter vida é ter coração. Voltados pra razão ou qualquer coisa que pareça papiros. As pessoas sempre falam nas coisas do coração, como se isso fosse tão banal. Que truculência esse meu amigão. Corroído sonhos, artista sem intenção. Decidi: não quero mais tê-lo...
É chegada a hora de viver, sem vitalidade ou órgão algum. Sou perecível desde que nasci. Não preciso de sequelas, nem de costelas para abrasar a dor. Quero um coração de verdade. Desses que a gente joga no rio. E espera ele fazer o percurso. Provisório como não saber do calendário, ou do dia santo que passou. É chegado a hora de pulsar, respirar outras intenções, pintas outros quadros, fotografar imagens reais, cobertas de razões...
A névoa passada não revela o princípio nem fim, restou apenas dúvidas opiniões indecisões, a névoa levou em sombras o misterio deixando apenas mistérios sem explicações.
Jovem indecisão
Não sou poeta, mas posso ser,
não sou jornalista ainda,
não curto rock, nem mpb.
Um jovem sem rumo de ida,
estou na rua, nada pra comer,
mas há uma garrafa de bebida.
Antes sóbrio,
hoje desregrado.
Tudo podia ser diferente,
Mas escolhi o caminho errado.
Antes sonhava em ser gerente,
hoje o máximo durmo sentado.
Me econtro animado
na maioria do tempo.
Já estou bem acostumado,
nada mais é contratempo.
De olhos fechados aqui parado,
sinto a frieza do vento.
As vezes penso em viajar,
mas não tenho dinheiro
nem para me sustentar.
Viver sozinha em primeiro,
o que eu queria alcançar.
hoje só quero um isqueiro,
para um cigarro tragar.
Posso ser o que eu quiser,
não tenho limitações.
Não vou mentir que se der,
um dia vou cuidar das pulsações,
ser um cardiologista de fé
jamais de emoções.
Como gosto de beber,
Talvez eu vire um barman.
Que todos possam me conhecer,
quem sabe serei um super man;
exagerei no super,
vou ser apenas um man.
Não sei se devo ir ou ficar
Será que devo me aconselhar lendo a um livro ou a palavras de um sábio escutar
Sempre é melhor escutar do que falar
Mas se eu não tomar uma atitude nada vai mudar
Dar ouvidos a ansiedade ou esperar
Que decisão devo tomar?
"Talvez alguns sentimentos mal resolvidos, alguns laços mal arrebentados, talvez algumas preces tardiamente atendidas, talvez no tempo certo, talvez algumas dúvidas, talvez eu não tenha culpa, talvez tenha, e eu não possa saber. Talvez algumas lágrimas, talvez algumas dores, talvez algumas mágoas, talvez não tantas flores. É a dor que afoga o peito e beira à ironia, quem diria, eu aqui no seu lugar. Teria que tomar decisões duras, teria que ouvir duras palavras, teria que crescer... Talvez as nossas mãos já não se prendam tão firmes assim, talvez a gente não saiba bem no que se apoiar, talvez estejamos perto do início, talvez seja o início do próximo fim..."
Esvaziando
Não foram
poucas as gavetas,
que fui esvaziando...
Eram sonhos não realizados.
Torturas de um amor
não correspondido.
Incertezas.
Indecisões.
Medos.
Enfim!
Tudo aquilo...
que me deixava pequena!
Gosto de quem olha nos olhos, de quem se interessa pelo o que não lhe diz respeito, de quem se preocupa pelo o que não é de seu direito. Em tempos em que quase ninguém é empático, só mesmo agradecendo àqueles que sem muito esforço percebem nossas descrenças, indecisões, suspeitas, tudo o que nos imobiliza, e apesar da urgência do dia a dia conseguem nos dedicar um pouco de tempo, e que sem desculpas de alguma maneira, sempre insistem conosco.
Em meio a dualidades, me entreguei para a neutralidade, e no fundo de um poço cheio de perguntas e decisões eu decidi estar certo.
Odeio, quase sem perdão, quem me tira da solidão, promete ilusão e fica com joguinhos infantis dizendo não.
Por que tenho que carregar todo este peso? Será mais uma prova que terei que passar? Eu tinha certeza absoluta que já tinha passado, porém as minhas indecisões me mostraram o contrário.
Tenho meus momentos de isolamento. Isolar-me faz parte do meu crescimento e é fundamental para o encontro com o meu Eu. É o momento que encontro para debater todas as minhas indecisões, minhas angústias e meus temores. É quando me encontro para ter um aparte com a vida.
Tenho minhas loucuras e nunca consigo pôr para fora. Aproveito quando meu Eu está disponível. O tempo me ajudou a suportar tudo e continua me ajudando.
É tempo de mudanças, tempo de seguir em frente. O que ficou é passado e o passado não se resgata mais. O presente está a todo vapor; precisamos correr para conseguir alcançar nossos sonhos.
O tempo é a melhor opção. Nele, encontraremos a resposta para as nossas dúvidas e as nossas indecisões.