Imune
Será que existe perfeição? talvez não.
Como pudera algo ser inteiramente acabado, sem ter pronde ir e crescer? O que nesta vida está imune a transformações?
Como que a existência poderá limitar-se ao "completo" sendo que ela é a própria continuidade do Ser?
A meia luz
Sua sombra em silhueta
Seu perfil em perfeito alinho
Curvas e caminhos
Mostram rotas no ninho
Uma Ninfa na cama
Loucura deŕrama
A moça, a dama e o vinho
Me descompassam e enebriam
Uma brinca e sorri
A outra invade e dilacera
A taça vermelha em chamas
Incendeia desejo no beijo
E euforia no encanto
Aos sintomas desse veneno
Queria estar imune
A meia luz confunde
O desejo, o pecado e seus braços.
Poetamento
Meu simples poetamento, pouco explica em seu rumar.
Faz parte dessas ruelas que sempre surgem,
Como meus pequenos passos a marear.
Insinuando trilhas, avistando mapas, a orbitar.
As palavras servidas, além do que, tanto perguntam.
Como guardar o beijo que será efervescido?
Como carregar os pedaços dos que nos faltam?
Como desalumiar os pirilampos da saudade?
Meu palavrear não tem controle de custos.
Pode arquejar no tempo, não estar imune,
Ficar laçando luares, impávido escapulindo.
Querendo partilhar em si, fugaz raio da vivência.
Minha confabulação desmerece acanhamento.
Anda indócil, quase sempre nua, a entregar-se a um riso.
E quando eu pouco me descompasso, num alvoroço,
Sem qualquer anúncio, faz surgir estelares num pingo d’água.
Carlos Daniel Dojja
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