Homens Desconfiados

As grandes esperanças fazem os grandes homens.

Existem homens que parecem ter nascido apenas para sugar o veneno dos livros.

Existem homens de bem, homens que se dão bem e homens que são flagrados com os bens.

Para os homens, ter um guia é tão fundamental como comer, beber e dormir.

Um pouco de insensatez de vez em quando é apreciado pelos homens mais sábios.

Não há coisa mais fácil que vencer os outros homens, nem mais difícil que vencer-nos a nós mesmos.

Não gosto dos homens, gosto do que os devora.

A pior coisa da humanidade são os homens e as mulheres.

Homens de ação, cujos pensamentos estão demasiado absorvidos pelo trabalho quotidiano para verem algo além disso. São essencialmente homens, não podemos passar sem eles, e, no entanto, não devemos permitir que toda a nossa visão seja cerceada pelas limitações de homens de ação.

Não te aborreças se os homens não te conhecem; mas aborrece-te se não conheces os homens.

Os homens fingem desinteresse para melhor promoverem os seus interesses.

O mais rico dos homens é o poupado, o mais pobre o avarento.

O que faz que os homens formem um povo é a lembrança das grandes coisas que fizeram juntos e a vontade de realizar outras.

Não há homens cultos; há homens que se cultivam.

O que rouba a confiança dos homens é o maior dos ladrões.

Junto à água

Os homens temem as longas viagens,
os ladrões da estrada, as hospedarias,
e temem morrer em frios leitos
e ter sepultura em terra estranha.
Por isso os seus passos os levam
de regresso a casa, às veredas da infância,
ao velho portão em ruínas, à poeira
das primeiras, das únicas lágrimas.

Quantas vezes em
desolados quartos de hotel
esperei em vão que me batesses à porta,
voz de infância, que o teu silêncio me chamasse!

E perdi-vos para sempre entre prédios altos,
sonhos de beleza, e em ruas intermináveis,
e no meio das multidões dos aeroportos.
Agora só quero dormir um sono sem olhos

e sem escuridão, sob um telhado por fim.
À minha volta estilhaça-se
o meu rosto em infinitos espelhos
e desmoronam-se os meus retratos nas molduras.

Só quero um sítio onde pousar a cabeça.
Anoitece em todas as cidades do mundo,
acenderam-se as luzes de corredores sonâmbulos
onde o meu coração, falando, vagueia.

O que é acaso em relação aos homens é desígnio em relação a Deus.

Uns homens sobem por leves como os vapores e gases, outros como os projécteis pela força do engenho e dos talentos.

Não são os homens a dominar a sorte, mas a sorte a dominar os homens.

Todos os grandes homens são modestos.