Hoje a Felicidade Bate em minha Porta
"Coração em Ruínas"
Te esperei na janela da minha agonia,
com os olhos molhados, sem despedida.
Te chamei nos silêncios da noite vazia,
mas tua ausência falava mais que a vida.
Fiz de cada lembrança um abrigo incerto,
construí castelos no chão do talvez.
Tua distância era um grito tão perto,
que doía mais do que a tua vez.
Amar-te foi sede que nunca termina,
um vinho amargo servido em paz.
Meu jardim ficou sem flores, minha casa em ruínas,
e mesmo caído… eu te quis mais.
Agora sou verso que o tempo apagou,
sou a rima perdida, sou só saudade.
Teu nome ficou onde o meu se calou —
no escuro final da felicidade.
Além de Deus só existe um ser que me conhece na minha mais profunda intimidade. Por tanto fiquem a vontade em deduzir ou insinuar coisas a meu respeito.
Pai Altíssimo,
Criador do mundo e pai de Jesus Cristo,
Peço proteção sobre mim e minha família
E eu te ofereço esta oração.
Sonhei um dia que eu era
uma rosa cor-de-rosa,
perfumada e bela.
Do alto da minha juventude
olhava o jardim e me sentia
uma rainha que tudo sabia.
Até o dia em que descobri
que meu colibri havia
ido beijar outras flores
em outros jardins.
Via minhas pétalas caírem
uma a uma e me entristecia.
Quando um duende verde
e saltitante apareceu e disse:
Ó Rosa! Não olhe só para si.
Veja suas flores e seis espinhos.
Cada um deles é um filho,
uma canção nas cordas
do seu violão,
um sonho a ser realizado.
E pela primeira vez senti
que não existe fim,
apenas um reciclar de vidas,
e não era a primeira.
Olhei de novo e vi
que eu não era só aquela rosa.
Eu era a roseira inteira.
As águas claras da lagoa mais próxima
estão tão distantes da minha sede
Que eu resolvi negociar
com a tempestade.
Guarda-te contudo, minha Alma,
de injuriar o Criador,
e de esposa que és
de te tornares adúltera,
amando mais os dons
do que o afeto do Amante.
Ai de ti - exclama Santo
Agostinho nas "Confissões" -
ai de ti, se andas vagueando
por suas pegadas,
se ama seus sinais
pelo lucro temporal,
mas não atendes
ao que te está insinuando
aquela luz beatíssima,
a inteligência
da mente purificada
- Deus - cujos vestígios
e sinais são o ornamento
e o decoro de todas as criaturas.
Essa é minha, para um outro
Como passa a vida
Como passa, os nossos passos.
Em algum momento, a gente se olha
E lembra que existe um ser dentro de nós,
Que precisa de atenção e amor.
Quando a gente se sente,
Encontra a força necessária
Para não se perder.
Na cultura, na vida e em si,
E, caso isso acontecer,
E com certeza isso vai acontecer,
A gente nos dá a mão novamente.
Quando olhamos o interno,
Percebemos o quanto ele pode ser feio.
Porque tem muita coisa lá, que foi abandonada.
As emoções não digeridas,
O discurso deixado pra lá, pra evitar a "briga",
As angústias das escolhas,
O sofrimento dos rompimentos,
E sutilmente, os momentos de humanidade,
Vai perdendo sua potência.
Esse interno se torna grande, e escuro, porque deixamos.
Somos os responsáveis pelo que entra e pelo que fica.
Hoje, foi um dia de existência,
De enfrentamento e coragem.
Hoje foi um dia, que vi diante de mim, a desconstrução de uma narrativa mecânizada, cansada...
Hoje, palavras foram escutadas,
E a dor de um elo partido, trouxe emoção.
A metamorfose acontecendo,
Não foi atoa que a palavra foi "alívio".
Hoje foi um dia de resgate de uma criança carente, de um adulto que sofre.
Hoje foi um dia, de resgate, de si, do outro, do afeto e da consciência de uma identidade!
05/04/2025
Há um engarrafamento em minha cabeça.
Não de carros — desses já me cansei nas ruas —
mas de pensamentos.
Ideias que bateram uma na outra como caminhões desgovernados.
Palavras estilhaçadas. Conceitos esmagados.
E eu, no meio,
como um pedestre distraído que atravessou fora da faixa da lógica.
Meu psicológico está acidentado.
Não é figura de linguagem, não!
É um fato clínico — e ninguém sinalizou o caos.
E tudo continua fluindo lá fora —
gente indo, vindo, vivendo!
E eu? Eu estou aqui, preso entre as ferragens,
num cruzamento sem sinal,
onde todos os caminhos levam ao mesmo lugar:
nenhum.
Meu caro amigo, a solidão acompanha o homem sábio. Levo uma vida boêmia, tão amarga quanto minha bebida, tão bela quanto as curvas do meu violão, ah! Que saudades de viver uma paixão.
Desejaria poder habitar no instante em que te conheci; teu sorriso evoca um passado em que minha felicidade consistia em sonhar com o nosso futuro.
Às vezes, uma tristeza tão penetrante
Invade e arrebata minha alma,
Levando-a para um lugar desconhecido,
Onde me perco e não me encontro,
Onde não existem portas nem janelas,
Apenas uma estrada longa rumo ao mistério da vida.
Inseguro, volto minha atenção para trás,
Com os olhos sobre os ombros,
E o peso das minhas decisões sobre as costas,
Tropeço nas minhas incertezas.
Rendido, me entrego ao chão,
Derramo-me sobre a cama e inicio um novo dia nessa velha rotina.