Hipocrisia
Tenho um certo receio de pessoas que nunca demonstram raiva, tristeza ou medo ou de pessoas que demonstram muita generosidade ou espirito elevado e que querem ser bem vistam como se não tivessem defeitos nem vulnerabilidades. Há algo de errado nisso. Será que partindo para a prática, elas seriam assim como de fato professam?
O mundo não mais gira
O tempo parou
A felicidade em mim acabou?
Mas, quem eu sou?
Sei que estou cansado
De sofrer para obter nada
Eu preciso de uma companheira?
Eu preciso de uma amada?
Enquanto uns sofrem por amor
Por não ganhar aquilo que deseja
Outros sofrem por não terem alguém
Para dar ao próximo aquilo que o parceiro almeja
Enquanto um busca receber amor
Outro busca dar amor e parar a dor
O fim do amor chegou
E assim, meu coração congelou
Minha memórias foram apagadas?
Não, eu apenas evito lembrar
para não ser destruído,
Para que assim eu não sofrer
Por um amor
não correspondido
"Podem me chamar de chato, eu não me importo, prefiro ser um chato sincero, do que ser um falso e hipócrita.
Para meus leitores imaginários, sim, eu sou hipócrita, como não seria sendo gente? Feliz ou infelizmente, as pessoas acabam por se contradizerem, mudarem de caminho, como muitos dizem "o mundo da volta" ou "a ocasião forma o ladrão". Mas, claro que eu sou hipócrita com limites, são hipocrisias sutis, eu diria, como mandar indiretas, julgo muito quem o faz, mas também o prático.
Se tem uma coisa que me deixa indignada, é quando alguém fica um longo tempo sem falar comigo e de repente, como se renascesse das cinzas, me aparece com essa: "Oi...você sumiu..."
Presta atenção honorável pessoa: Meu endereço é o mesmo, meu telefone é o mesmo, quase sempre estou on line nas redes sociais...
Portanto só tem duas explicações:
Ou você não tem tempo, ou eu não sou uma das suas prioridades.
Na primeira opção seja franco, e na segunda opção, simplesmente não diga nada. Mas não me venha com essa de " você sumiu". Assim você me poupa da sua hipocrisia.”
A VITRINE DO SILÊNCIO
Na vitrine do Fatal, suas curvas perfeitas ofuscam sua real natureza.
Olhos curiosos a espiam, desejos silenciosos a consomem.
Um sorriso falso, máscara de seda velando a dor que a consome.
Lágrimas amargas, atrás do rímel, invisíveis aos olhares mundanos.
A beleza, um cárcere privado; a mercadoria exposta, a carne em oferta, a alma em leilão.
Um preço a pagar, um sorriso forçado, a dignidade em estilhaços.
O Fatal sorri, a sociedade cúmplice, enquanto ela se desfaz em silêncio.
A cada transação financeira, a cada olhar lascivo, a cada toque frio, a realidade se impõe: ela está presa em um sistema que a define, que a explora, que a condiciona.
Com o "EU" fragmentado, sonhos desfeitos, futuro incerto, um vazio profundo.
Mas o Fatal não se limita àquela vitrine. Sua sombra se estende por toda parte, transformando cada um de nós em mercadoria. O Fatal, a vitrine, um reflexo distorcido da sociedade. Vendemos sorrisos forçados em reuniões; nosso corpo e mente, em jornadas exaustivas; nossos sonhos, em troca de migalhas de reconhecimento. A alma, uma mercadoria barata, negociada em contratos e relações tóxicas. A liberdade? Um luxo perdido a cada hora extra, a cada compromisso assumido por obrigação, a cada "sim" que significa "não". A prostituição, em suas múltiplas facetas, se infiltra em cada canto da vida, espreitando nas relações interpessoais, nas pressões sociais, nas demandas do trabalho, nas expectativas da sociedade. A hipocrisia se espreita em cada julgamento, em cada crítica, em cada olhar que condena, mas que se alimenta do mesmo sistema que explora. A busca por validação, por reconhecimento, por segurança, nos reduz a estilhaços, vítimas e cúmplices dessa grande farsa. A mulher na vitrine, um símbolo dessa realidade, um reflexo de nós mesmos. Ela vende seu corpo; nós vendemos nosso tempo, nossa energia, nossa dignidade. A moeda de troca é diferente, mas a essência da transação é a mesma: a alienação, a exploração, a busca desesperada por sobrevivência em um sistema que nos reduz a mercadorias.
Na vitrine ou na rotina, a alienação é a mesma; a exploração, sistêmica; e a luta pela dignidade, uma constante e necessária revolta contra a hipocrisia que nos cerca...
(a.c) -
21/02/2025
Embora possamos nos perceber em posições antagônicas, essa oposição frequentemente não reside na essência do problema, mas na divergência dos meios para solucioná-lo. No entanto, ambos os lados compartilham um mesmo horizonte: reconhecem a existência do problema e a necessidade de sua resolução. Assim, a aparente dualidade dissolve-se na unidade do propósito.
Muitas vezes, ao nos posicionarmos em lados opostos, somos guiados mais pelo ego e pela emoção do que pela análise racional. Defendemos nossas ideias como quem defende um sentimento, em vez de buscar, de forma objetiva, a solução mais eficiente para o problema. No entanto, não seria a abordagem analítica a que traria os melhores resultados?
Quando priorizamos a solução em vez da disputa, conseguimos nos desprender de quem propôs a ideia, de quem é a vítima ou de quem acusa. Dessa forma, deixamos de lado a necessidade de defesa de um lado específico e focamos na união para resolver o que realmente importa.
Não podemos romantizar relacionamentos antigos apenas por sua longevidade, quando sabemos que muitos se sustentavam por meio de violência física, psicológica ou financeira contra as mulheres. Assim como não podemos relativizar a proteção das mulheres por questões ideológicas – seja ela a nora de um símbolo da esquerda ou a esposa de um ícone da direita, sua segurança e direitos devem ser inegociáveis.
Da mesma forma, em uma democracia, não podemos aceitar que o devido processo legal seja violado. Um juiz que ignora a Constituição, um advogado sem acesso aos autos do processo, uma mãe de criança presa por mais de um ano por escrever de batom em uma estátua, enquanto marginais condenados têm suas penas reduzidas ou anuladas. E, acima de tudo, jamais podemos permitir que vidas sejam tiradas por qualquer motivo – seja religião, classe social, sexualidade, política, bens materiais, raça ou feminicídio.
Enquanto alguns condenam o assistencialismo, mas defendem subsídios e privilégios para empresários e aliados, pregam a moral cristã sem praticá-la e valorizam a meritocracia enquanto usam nepotismo, outros se dizem contra regimes autoritários, mas idolatram ditaduras, condenam o consumismo enquanto ostentam marcas de luxo e pregam paz e diálogo, mas promovem cancelamentos seletivos. No fim, a verdadeira mudança não está na defesa cega de um lado, mas na coerência entre discurso e prática.
LIBERDADE DE QUEM E PARA QUEM?
Chegamos a um estado da liberdade pública deprimente! Grande parte das pessoas tem medo de expressar a sua opinião em público! De facto, as consequências que a liberdade de opinião pode trazer revelam-se, por vezes, como tóxicas em relação a amigos e nas relações laborais ou de adquisição de emprego. Quem não traz a tesoura da censura do pensamento na cabeça vê-se cada vez mais condenado às ostras.
E depois fala-se de tolerância!
Somente ficar apontando erros nas pessoas, não te faz protegê-las! Só mostra que é mais fácil você enxergar "os delas" do que reconhecer os seus!
Financeiramente, pessoas pobres que tratam pessoas ricas melhores que as pobres, em situações onde todos são iguais, são um excelente exemplo do que é a hipocrisia e um grande motivo do que conhecemos como desigualdade social.
Quem grita virtude aos quatro ventos muitas vezes está apenas tentando abafar o próprio vazio. A moralidade real não precisa de plateia: ela se prova no silêncio das atitudes.
O mundo está cheio de gente que exige transparência, mas vive escondida atrás de máscaras. Fingem ser o que julgam e condenam no outro o que praticam em segredo.
O Brilhante
De que te orgulhas, mísero vivente
Filho do pó que aborrece toda gente
Pensas no que serás futuramente
E teu orgulho se desaparece.
Ignorância vil, cegueira brutal
De quem se julga mais que o semelhante
Não vê que humilde pedra de uma gruta
É mais útil que um brilhante?
Quando você tava vivendo o que eu tinha vivido, eu te entendia. Mas agora que você vive o que eu vivi, você não entendeu, isso é hipocrisia.
Não é falta de sorte, é o jeito que você tá agindo; reclamando de Deus, enquanto pro Diabo tá sorrindo.