Haikai Verao

Relvas de verão
sob as quais os guerreiros
sonham.

Esnobar
É exigir café fervendo
E deixar esfriar.

Olha,
Entre um pingo e outro
A chuva não molha.

Nos dias quotidianos
É que se passam
Os anos

E cruzam-se as linhas
no fino tear do destino.
Tuas mãos nas minhas.

Toma nota, rapaz:
Hai-kai é a captura
De um momento fugaz

Eu acordo
contando as sílabas;
o haikai ri

cada haikai
uma nova peça
num quebra-cabeça sem fim

Sou definitivamente
louca do haikai.
Ele, também.

Passo a passo
sobre a montanha no verão -
de repente o mar.

Alma lavada.
Cheiro de terra molhada
Chuva de verão.

a tua paixão
me molha feito calor
do sol de verão

Noite de verão,
cadeiras na calçada,
assunto: calor.

Preso na cascata
um instante:
o verão

Ao sol do verão
o sorvete se derrete.
Namoro desfeito.

nuvem grávida
ao entardecer
primeira chuva de verão

como fede no verão
a bosta fresca
pisada no chão

Na órbita mágica
da translação, o sol faz
e desfaz verão.

[POEMEU EFEMÉRICO]
Viva o Brasil
Onde o ano inteiro
É primeiro de abril

Nunca esqueça:
A vida também perde a cabeça