Haikai

Às vezes busco a rima
às vezes, o sentimento
oito ou oitento.

Nem mesmo com vodca
Tequila, whisky ou água
Fisgo sua lógica

Folhas do outono
Tão paradas quanto o tempo
Sem rumo, sem dono

Leminsk e vinho
toda poesia
num copinho

os dias ruins
podem ser mais longos, mas
sempre terminam

Breves folhas secas,
maduras, quase a cair —
Caminho do templo

Eu até te esqueceria
não fosse a safadeza dos teus olhos.
LA

Ame sem moderação
e beba com castidade.
LA

Ser livre no mundo
É um acidente
Que nos prende.

Céu azul invernal —
Pra cerejeira despida
também chega a idade

Manhã de neblina —
Ah, o cheiro de palha úmida
paira pela casa

Frente fria chega —
Roupas ainda molhadas
secam no varal

Os ventos do inverno
chegam por baixo da porta —
Esquento o café

Vencerei sempre
Momentos em que ganho
Outros aprendo

Beijo na chuva
Filminho só nós dois
Sem pensar no depois...

Olhar pra baixo e ver nuvens?
Sei não...
Ou é rio ou é avião.

⁠Acordado
Sonhei que te perdia
Decidi dormir

Ramo florido.
Canções de passarinhos.
Encontro de amor.

Voos alaranjados.
Asas de sonhos e néctares.
Dualidade e vida.

A noite chegou.
Lua decorada com amor.
A flor, floresceu!