Ha mil Razoes para Nao Amar uma Pessoa

Nada há sublime que não seja breve.

Sem a liberdade de desaprovar, não há elogio lisonjeiro.

Na adversidade dos nossos melhores amigos, há algo que não nos desagrada.

Há gente que concede que lhe roubem seja o que for, com excepção daquilo que não possui: honra.

Para as almas dotadas de boa vontade, não há na vida um minuto que não tenha o seu dever.

Somos muito generosos em oferecer por civilidade o que bem sabemos que por civilidade se não há-de aceitar.

Não há inimigo desprezível, nem amigo totalmente inútil.

No ninho do sabiá
há quatro bocas
que não param de piar

Quando sentimos que não há razão para sermos estimados, estamos à beira de lhe ter ódio.

Não há inocentes; só aqueles que ainda não nasceram ou os que já estão mortos podem aspirar à inocência.

Há povos que são felizes em não ter mais que um só tirano.

Não há gratidão para com a técnica. Só inventando-a.

Amigos há de grande valia, que todavia não podem fazer-nos outro bem, senão impedindo pelo seu respeito que nos façam mal.

Há artistas desajeitados, não há estilos desajeitados.

Não há limites para a credulidade humana e está ainda por nascer o homem prudente que saiba venerar na desconfiança a suprema sabedoria.

Não há ordem verdadeira sem a justiça.

Não há nada tão incómodo como o estado de viuvez.

Não há homem que não deseje ser absoluto, aborrecendo cordialmente o absolutismo em todos os outros.

Não há comida
E as moscas se ocupam
Em fazer mais moscas.

Não há nada como o poder para realçar nossas fraquezas.