Ha mil Razoes para Nao Amar uma Pessoa

O aumento do conhecimento é como uma esfera dilatando-se no espaço: quanto maior a nossa compreensão, maior o nosso contato com o desconhecido.

Uma vez que o meu coração está morto, vivi mais que o suficiente.

A felicidade é uma obra-prima: o menor erro falseia-a, a menor hesitação altera-a, a menor falta de delicadeza desfeia-a, a menor palermice embrutece-a.

Uma mente fechada é como um livro fechado; somente um bloco de madeira.

Poemas da amiga
VII

Gosto de estar a teu lado,
Sem brilho.
Tua presença é uma carne de peixe,
De resistência mansa e de um branco
Ecoando azuis profundos.

Eu tenho liberdade em ti.
Anoiteço feito um bairro,
Sem brilho algum.

Estamos no interior duma asa
Que fechou.

De Poemas da Amiga

Aqueles que concordam com uma opinião chamam-lhe opinião; mas os que discordam chamam-lhe heresia.

Com o engodo de uma mentira, pesca-se uma carpa de verdade.

Eu sou uma parte de tudo, tal como a hora é uma parte do dia.

Depois de se fazer amor, o primeiro a falar diz uma tolice.

A plebe apenas pode fazer tumultos. Para fazer uma revolução, é preciso o povo.

Uma mulher preocupa-se com o futuro até encontrar um marido, enquanto um homem apenas se preocupa com o futuro depois de encontrar uma mulher.

A natureza deu-nos duas orelhas e uma só boca para nos advertir de que se impõe mais ouvir do que falar.

A purificação pelo sofrimento é menos dolorosa que a situação que se cria a um culpado por uma absolvição impensada.

Um casamento feliz pode existir apenas entre um marido surdo e uma mulher cega.

A educação é simplesmente a alma de uma sociedade a passar de uma geração para a outra.

Uma sociedade sem religião é como um navio sem bússola.

O amor é uma experiência pela qual todo o nosso ser é renovado e refrescado como o são as plantas pela chuva após a seca.

Apenas em torno de uma mulher que ama se pode formar uma família.

Pegamos o telefone que o menino fez com duas caixas de papelão e pedimos uma ligação com a infância.

No alto

O poeta chegara ao alto da montanha,
E quando ia a descer a vertente do oeste,
Viu uma cousa estranha,
Uma figura má.

Então, volvendo o olhar ao subtil, ao celeste,
Ao gracioso Ariel, que de baixo o acompanha,
Num tom medroso e agreste
Pergunta o que será.

Como se perde no ar um som festivo e doce,
Ou bem como se fosse
Um pensamento vão,

Ariel se desfez sem lhe dar mais resposta.
Para descer a encosta
O outro lhe deu a mão.