Ha como eu Queria q ela Soubesse
o pó e o amor
como o poema
são feitos
no dia a dia
o pão come-se
ou deita-se fora
embrulhado
(uma pomba
pode visitar o lixo)
o poema desentropia
o pó deposita-se no poema
o poema cantava o amor
graças ao amor
e ao poema
o puzzle que eu era
resolveu-se
mas é preciso agradecer o pó
o pó que torna o livro
ilegível como o tigre
o amor não se gasta
os livros sim
a mesa cai
à passagem do cão
e o puzzle fica por fazer
no chão
Era uma vez uma mulher que tão depressa era feia como era bonita.
Quando era bonita, as pessoas diziam-lhe:
- Eu amo-te.
E iam com ela para a cama e para a mesa.
Quando era feia, as mesmas pessoas diziam-lhe:
- Não gosto de ti.
ARTE POÉTICA
Escrever um poema
é como apanhar um peixe
com as mãos
nunca pesquei assim um peixe
mas posso falar assim
sei que nem tudo o que vem às mãos
é peixe
o peixe debate-se
tenta escapar-se
escapa-se
eu persisto
luto corpo a corpo
com o peixe
ou morremos os dois
ou nos salvamos os dois
tenho de estar atenta
tenho medo de não chegar ao fim
é uma questão de vida ou de morte
quando chego ao fim
descubro que precisei de apanhar o peixe
para me livrar do peixe
livro-me do peixe com o alívio
que não sei dizer
O signo dela representa um belo tiro no escuro – nunca se sabe como, quem, muito menos quando você irá acertar. O símbolo do signo dela, já diz tudo: arco e flecha, ou, liberdade e ação. Quem sabe, dualidade, metade razão, e a outra emoção. A fera e o humano, juntos num duelo pacífico.
O signo dela pulsa vida, adrenalina. Calmaria? Só nas fotografias, estáticas lembranças. O signo dela quer hoje e amanhã nunca mais. O signo dela exige molejo e jogo de cintura. O signo dela não tira as rebarbas, não muda a cara, a alma, nem faz “bonito” – valoriza seus desastres naturais.
O signo dela é um imã de tempestade, o raio que cai inúmeras vezes no mesmo local – ou coração. O signo dela é contra a gravidade - quer flutuar o máximo possível.
A paz é um absurdo, como a realidade concreta é um absurdo que é preciso recriar para que se torne afecto do homem, obra sua.
Ainda lembro da nossa última vez...
Você estava distante e fria como a noite lá fora...
Sem uma palavra, me disse adeus...
Procurei por seus abraços
Mas seus braços já não estavam lá ...
Busquei encontrá-la em seus beijos...
Mas seus lábios já não eram meus...
Tentei te esquecer em outras camas...
De olhos fechados
Sonhava estar contigo...
E sofri...
E morri em mim...
Pois não existe mais
Eu e você...
É extraordinário como nos tornamos violentos quando queremos agradar ao mundo. Agradar ao mundo resume o comportamento da sociedade nos seus aspectos mais retóricos.
Como a chuva não cessasse de cair em caudais,
Tiras de tinta começaram a aparecer na fotografia
O tecto da chuva rompera o abrigo da sua alma
E o verde circulava a deriva rompendo as plantas.
Elvira deixara cair seus olhos de objectiva nas
Folhas verdes. Verificava que era sobre elas e como
Elas que sempre olhara a natureza. Ver o real
Em folhas era amá-lo ininterruptamente. Essa
Contiguidade acabara por compor uma rede
Que tinha tanto de próximo como de diferente,
E a chuva não era chuva, transparecia. Eis, pensou.
Por que chove na fotografia, por que chove
Em correntes sobre as folhas?
O poema ensina a cair
sobre os vários solos
desde perder o chão repentino sob os pés
como se perde os sentidos numa
queda de amor, ao encontro
do cabo onde a terra abate e
a fecunda ausência excede
até à queda vinda
da lenta volúpia de cair,
quando a face atinge o solo
numa curva delgada subtil
uma vénia a ninguém de especial
ou especialmente a nós uma homenagem
póstuma.
Como é bom abrir um sorriso bonito,
acender um olhar iluminado e abraçar a vida como agradecimento.
Pois viver é sagrado.E temos a missão de bendizer, celebrar, cativar...
Honrar com hombridade cada segundo,
sendo o melhor que pudermos ser,
em generosidade e empatia.
Acolhendo em si tudo do outro, compreendendo que somos iguais, com características diferentes, porém muito parecidos, quando levamos no
coração a mesma fé!
05 de dezembro 2018
A inveja é a incapacidade de não se ver como uma pessoa completa. Sempre querendo e desejando o que está distante e não perceber a própria riqueza.Ela é irmã do ciumes e filha de dona Descontentamento e do Sr. Dissimulado.
Amar alguém é como se mudar para uma outra casa. No começo a gente se apaixona por todas as coisas novas, a gente se pergunta toda manhã se aquilo é nosso de fato, como se tivesse medo de que alguém de repente entrasse correndo pela porta e reclamasse que tinha havido um grande engano, e que não era de jeito nenhum seu direito morar num lugar tão lindo. Mas com o passar dos anos a fachada da casa fica gasta, a madeira racha aqui e ali, e a gente começa a amar esse lugar não tanto porque ele nos parece perfeito, mas por todas as suas imperfeições. A gente fica conhecendo todos os detalhes dessa casa. Por exemplo, como evitar que a chave emperre na fechadura na época de frio. Quais placas do chão cedem um pouquinho quando se pisa nelas, e como se deve abrir as portas dos armários para elas não rangerem. E é isso, são exatamente todos os pequenos segredos que fazem desta a sua casa.
Como um lindo mantra ouço repetidamente a batida do meu coração, leve, tranquilo e em paz com universo.
A paz mora em mim, o amor e a minha missão maior, a resignação me trouxe tudo o que eu almejava... a paz e a alegria de viver...gratidão.
Nunca posso alimentar esses pensamentos. Classifiquei essas lembranças como se fossem um lugar particularmente perigoso: um lugar escuro.
“Algum dia você não vai mais precisar de amor.
Algum dia você não vai mais andar pelo mundo como se fosse trabalho seu suportar tudo.
O sol, a escuridão da noite, o momento secreto em que você acorda ao som de batidas se levanta pra abrir a porta mas ela não está lá porque os om vem de dentro de você e você não pode atender não importa o quanto se adentre. “ (Série: You)
Flor de acaso ou ave deslumbrante,
Palavra tremendo nas redes da poesia,
O teu nome, como o destino, chega,
O teu nome, meu amor, o teu nome nascendo
De todas as cores do dia!
O universo é infinito tanto para o macro como para o micro, assim como nossa habilidade de pensar. O que nos limita, são nossas crenças e os sentidos naturais.