Guimaraes Rosa A Menina De La

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Cada um rema sozinho uma canoa que navega um rio diferente, mesmo parecendo que esta pertinho.

Quando nada acontece, há um milagre que não estamos vendo.

Guimarães Rosa
Primeiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

Nota: Trecho do conto O espelho.

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Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que outras, de recente data. O senhor mesmo sabe.

O verdadeiro amor é um calafrio doce, um susto sem perigos

Para ódio e amor que dói, amanhã não é consolo.

De sofrer e de amar, a gente não se desfaz.

Mas eu gostava dele, dia mais dia, mais gostava. Digo o senhor: como um feitiço? Isso. Feito coisa-feita. Era ele estar perto de mim, e nada me faltava. Era ele fechar a cara e estar tristonho, e eu perdia meu sossego.

Não gosto desse passarinho. Não gosto de violão. Não gosto de nada que põe saudades na gente.

As coisas mudam no devagar depressa dos tempos.

O trágico não vem a conta-gotas

Todo caminho da gente é resvaloso. Mas; também, cair não prejudica demais – a gente levanta, a gente sobe, a gente volta! (...)
O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.

Guimarães Rosa
Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

Nota: Os trechos costumam vir unidos, mas, no livro, eles são separados por algumas páginas.

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Eu estou só. O gato está só. As árvores estão sós. Mas não o só da solidão: o só da solistência.

Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura.

O senhor… mire veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou. Isso que me alegra, montão.

Guimarães Rosa
Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

Deus come escondido, e o Diabo sai por toda a parte lambendo o prato.

Que isso foi o que sempre me invocou, o senhor sabe: eu careço de que o bom seja bom e o ruim ruim, que dum lado esteja o preto e do outro o branco, que o feio fique bem apartado do bonito e a alegria longe da tristeza! Quero os todos pastos demarcados... Como é que posso com este mundo? (...) Este mundo é muito misturado...

Guimarães Rosa
Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

Esperar é reconhecer-se incompleto.

Natureza da gente não cabe em nenhuma certeza.

Guimarães Rosa
Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

Viver é um descuido prosseguido.
Mas quem é que sabe como?
Viver...
o senhor já sabe: viver é etcétera...

Tudo o que muda a vida vem quieto no escuro, sem preparos de avisar.