Grito
A poesia é uma voz calada, que grita na escrita, aquilo que voz nenhuma diria. Então, que a poesia grita, aquilo que na escrita, voz nenhuma diria, é uma voz calada.
Hoje, acordei com o som da liberdade. Vi multidões marchando, gritando, clamando por mudanças. Clamando por um mundo novo e melhor. Hoje, vi o grito desesperado de cada um, que estava entalado a muito tempo. Vi todos unidos como se fossem um só. Uma única e enorme massa viva. Hoje, vi o mundo sorrindo. Senti o grito dentro de mim. O barulho das vozes enlouquecidas, sem medo e lutando pelos seus ideais.
Abri meus olhos e corri para alcançar esta única e gigantesca massa...
"Oh, rico que lambe o beiço!
Com a mesa farta de comida.
O que sobra para ti
É o que falta para mim."
"Não quero esmola.
Quero ganhar com o meu suor!
Oh, emprego! Onde estás?
Sem estudo, para onde vou?"
"Enquanto não vira pó,
Essa corja de malfeitores
Não para de fazer o mal.
A fome que me mata aos poucos,
O emprego que não encontro,
É culpa da omissão dessas bestas feras."
Desamarrem meus punhos, que fale minha boca, que grite, cante, exponha, exploda... soltem minha liberdade, a deixe solta, esse é meu manifesto de rua Seu Internaurta, ouça com seu alter-ego interior, leia e se acostuma. Escreverei pelas linhas, mesmo tortas que não crio calo, e minha boca não calo.
Quem interpreta o que eu digo, também grito, exponho, explodo, não cale. manifeste!
Se pensa que a verdade te dá o direito de gritar, estás redondamente enganado. Às vezes, é pelo grito que o povo te manda calar.
Eu não consigo me calar diante do caos. Acho que essa é a minha missão, ainda que sozinho, é preciso gritar, exprimir o que pensa. A palavra é a minha única arma. Questão de sobrevivência. Não sou dos que adotam a violência da bala, nem do medo como discurso... Vou de poesia, de paz, de amor e de consciência, SEMPRE!
Que cada um seja sempre um amoroso pai e mãe atentos, misericordiosos e constantes para sua conquista da sublime paz interior.
COISA DO DIREITO DE SER
Há tempos que se deve ser para outros,
O que elas querem que se seja, é acordo
É respeito, é por um tempo;
Sempre se é, o que se quer ser!
Será perda de energia se não for...
Calo-me para não desperdiçar-me;
Sou a resiliência, sou multiforme...
Discutem, discordam e insistem, logo se vão!
Volto sempre a ser eu, quando estou só;
Volto a ser eu quando estou pensando;
Volto sempre a ser o que gosto de ser.
Volto a ser eu quando encontro pessoas que amo;
Volto a ser eu , perto de quem sabe quem sou
Volto a ser eu, quando durmo, reinvento-me!
RESPEITO PELAS COISAS
Não me incomoda o incômodo;
Sei aonde é meu lugar no mundo.
Atiro-me só no que espero e quero,
E esmero-me para ser o melhor humano.
Se o meu lugar no mundo incomoda,
Peço, não se preocupe, a ocupação é breve.
Um tempo e já não sou...
Num estalar de dedos e já não estou.
A vida é breve...
O tempo corre e voa;
Muitas coisas passam, e já não voltam mais;
De outras que ficam, nada é demais.
Não me incomoda o incômodo;
Sei onde é o meu lugar ao sol...
Sei também aonde é o lugar das coisas
Pra ficar peço licença!
MEU CHÃO
Gosto de pisar descalço.
Ficar de pé no chão;
Gosto de ter um punhado de terra
O resquício do que sou...
Ainda serei natural.
Em grãos de areia, na praia,
Ao pisar me sinto forte;
E com poeira na mão...
Fica a sensação interior,
de controle sobre mim mesmo.
É de pulsar forte o coração!
Minha vida tem sido isso...
Acordo tarde, tomo café da manhã e espero a hora de ir ao trabalho. Sem perspectiva, sem cor e sem vontade de estar aqui.
Tento esconder tudo embaixo do tapete, para tentar levar a vida, mas nem sempre consigo.
Onde foi que eu perdi a alegria de viver?
Onde foi que eu me abandonei? Onde foi?
Por trás daquele sorriso, tento esconder o meu medo, a minha insegurança, o meu desespero e a minha insatisfação por mim mesma.
No espelho vejo outro alguém, um rosto familiar, porém desconhecido, seus olhos já não tem brilho, seus lábios ficam parados...Nenhuma palavra, enquanto dos seus olhos descem água.
A minha consciência diz que é bobagem, mas porque me aflige tanto? Mas não posso contar a ninguém, o que pensariam de mim? Não quero demonstrar fraqueza, mas estou um caco por dentro, contudo ninguém vai perceber, porque pareço normal, pareço alegre, pareço viva, mas... Só pareço... Quem sabe um dia, enfim, desapareço!
Ainda que a vida insista em me vestir de mortalha,
rasguei as minhas vestes mortuárias.
O fantasma que impiedosamente me perseguia,
Transformei-o em camarada.
Não mais fico encolhida nos cantos da casa,
Não mais calo o grito que me sufocava...
Grito todos os gritos que calava.
As minhas noites escuras transformei-as em claro dia,
São de júbilo as minhas antigas noites de agonia.
Beijo a boca que ansiava,
Deixei de ser carne, hoje, sou navalha:
Escrevo!
É no silêncio da noite que ouvimos os gritos do coração e sentimos as lágrimas internas molhando aos poucos a alma ferida.
Le monde est Charlie
Meu coração
Meu lápis
Minha pena.
Que pena!
Foram parados por uma bala
Traduzi nos meus desenhos.
Um grito de liberdade.
Igualdade, e por que não?
De fraternidade.
Herdei senhores, o velho sonho e ideal
Da Amada França
Não pensei na minha segurança.
Não tive medo da batalha
Que enfrentaria por introduzir
Em mentes,
Sementes
De dúvidas.
De um pensar maior
E questionamentos
Desconcertantes.
Não existirão mais na minha
Pauta de humor.
Meu deboche sério.
Meu despudor sem rancor
Meu humor satírico
Quase lírico...
Minha acidez sincera
Tecida só por eu ser um grande
E irrequieto pensador.
E agora..
A minha ironia aguçada, afiada.
Volta-se para mim.
De maneira contundente
Entranha estranha na minha história.
A mesma arma que provoca a minha morte
E me leva para a eternidade.
Crava em mim
A real Imortalidade.
Cartunistas do Charlie Hebdo.
Albatroz
Albatroz quero barganhar
Com a minha inércia o teu revoar
Preciso dele pra encontrar
O meu amor neste mar
Do destino tão extenso
Tão denso
Que não consigo enxergar
Onde ele se encontra
Em qual onda ele navega
E se me espera.
Ensina também pro meu bem
A ter somente um amor
Da maneira que procedes.
Que para ele ser feliz basta ao meu lado
Permanecer até o fim.
E com igual sorte
Tua. Até a morte.
Troca de lugar comigo
Seja meu amigo.
Necessito sondar o céu.
E voar pelo infinito
Pro meu grito
De amor chegar onde ele está
E fazê-lo entender que estou solta e só
À espera de um único abraço
Mas, eterno.
Miligrama de verso II
Alcandoradas esperanças!
Viajo pelo Universo nos teus rastros
À procura das bem-aventuranças.
Do encantado tesouro dos teus braços
Somos partes de um todo
Senão por que a sede e a fome
Devoradores das minhas entranhas?
Causas estranhas
Que não me deixam inerciar
Vivo a trovejar
Para o infinito o meu grito
Que ressoa pelos séculos.
Pois meu amor por ti é milenar.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp