Graça
A ausência das estrelas no céu me inspira a fechar os olhos para tê-las múltiplas e especialmente reluzentes na escuridão provisória da minha retina
Neste instante de sonho imaginário, a lua está posicionada distante, mas presente na minha mente
Não curto filtro em fotos. Lido bem com o espelho.
Não fico confortável sendo enganada. Lido bem com a verdade.
Gosto da natureza porque ela não inventa folhas para as árvores durante o processo de transição, no outono. As folhas secas e a sua nudez são assumidas e expostas a todos, sem seletividade para impressionar com intenções específicas.
Eu também me encanto com o arco-íris. Contudo, apesar de assustadores, admiro os raios e os trovões. Eles são parte natural da realidade climática. Mostram a cara.
Por isso, ela, a natureza seduz o olhar de quem sabe contemplar integralmente todas as estações, pois nelas há muito ensinamento. Podemos, inclusive, compreender as razões pelas quais o ser humano, em geral, prefere uma sociedade cheia de recursos artificiais.
É fato, a realidade incomoda demais. Deprime, dá medo, causa revolta, inseguranças etc.
A realidade revela as identidades e os valores ocultos.
Obriga a autoaceitação como recurso para as mudanças necessárias. Para o empenho na busca pela autoconfiança.
A gente sabe
A gente sabe quando é para o bem
Quando é pra ser por um tempo
E se é possível ir além
A gente sabe quando é só uma aventura
Quando é alma, mente e pele
E se pode haver ternura
A gente sabe quando é para construir
Quando é para acreditar
E se é tempo de desistir
A gente sabe quando o futuro é uma estação
Quando o universo é um aliado
E se é apenas uma prazerosa sensação
A gente sabe quando vai sentir saudade
Quando a partida deixará um vazio
E se a falta será uma eternidade
A gente sabe quando os olhos revelam interação
Quando o encontro sincroniza leveza e conforto
E se é passível de uma configuração
A gente sabe se vai gerar uma história
Quando a soma acrescenta às vidas
E se a gratidão pelo encontro fará parte da memória
A gente sabe que pode haver desilusão
E quando a noite será uma longa insônia
Mas, quem precisa mesmo saber é o coração
Me assusta esse processo de humanização dos cachorros. Receio que, com o passar do Tempo, a espécie canina sofra mutações ao ponto de os animais deixarem de ser os mais fiéis e melhores amigos do homem por terem incorporado as características humanas às suas por insistência, vaidade e carência da espécie racional
Ser, essencialmente, uma pessoa boa não se caracteriza pelo fato de fazer algum tipo de caridade. Não se limita a prática da bondade, mas, sim, por não fazer covardias com o próximo, nem mesmo com aqueles que não estão em nenhuma situação de carência.
A essência passa longe da imagem que adorna a aparência.
Quem mais desilude um indivíduo é ele próprio quando este se recusa a enxergar a verdade, sem investir desculpas para justificar a sua negação, quando não se permite caminhar firme com os pés no chão e com a racionalidade em atividade, quando acredita, demasiadamente, em possibilidades que se sustentam na insegurança que produzem, bem como sob exigências fora do âmbito do direito e quando evita fazer a leitura do caráter, das verdadeiras intenções e das jogadas de manipulação das pessoas as quais ele desposita algum nível de credibilidade, apesar delas estarem sempre deixando rastros suspeitos.
Ah, e o coração costuma ser cúmplice desta derrota
Feliz dia dos namorados para quem, independentemente de ter um amor, tem um coração no peito e respeito na alma.
Se você está amando alguém, você já está seguindo a orientação, secular, de amar o próximo. Seja feliz, porque Jesus, de onde estiver, certamente está feliz por haver amor em você.
Nas Asas do Gonzagão
Pernambuco não poderia imaginar
Que a partir do dia da Santa Luzia
Januário José e Ana Batista
Atrairiam olhares para Exu, em melodia
Foi quando o pequeno Luiz nasceu
E com o seu dom alegre e festeiro
Depois da farda militar, seguiu o seu destino
E lá foi ele para o Rio de Janeiro
De Gonzaga à Gonzagão
Com artistas famosos fez parceria
Repertório "Danado de Bom"
Exu já não era mais monotonia
O moço simples conheceu a Europa
A sua vida e talento invadiram a literatura
E todos souberam da ardência da seca
E da vida nordestina que era pura bravura
Descobriram que não há luar como no sertão
Que no relógio marcando seis, o sertanejo ajoelhado
Suplica, à virgem, força para resistir ao peso da cruz
E que para todo mundo tem um "psiu" angustiado
Nos seus versos, o amor perdido dói mais
Quando para os braços do xodó não se poder voltar
Ôxi, que amargo de jiló tem a saudade
Adeus Januário. Deus ilumine o seu regressar
O sonho da água farta para a sede, gado e plantação
No sertão, vem na esperança com a flor de mandacaru
Banana, maxixe, batata, mandioca e buchada
É Fartura e benção na feira de Caruaru
Que difícil resumir a importância do Gonzagão
Deste brasileiro amado, que virou o rei do baião
Um dia, lá no futuro distante, tendo como referência o presente vivido a cada instante, a gente descobre que, no transitar pelo tempo, fizemos além da conta, ou nada fizemos. Calamos em excesso e falamos menos do que deveríamos. Amamos mais do que o coração seria capaz de suportar diante do desprezo e/ou da conveniência dos amados, frente ao rompimento e, igualmente à acomodação natural, na relação, promovida pelo tempo. Doamos a nossa presença mais do que os outros seriam capazes de valorizar e nos esforçamos em demasia para fazer com que àqueles que amamos pudessem entender que os nossos sentimentos também são dotados de defeitos.
Sabotamos os nossos mais íntimos desejos em favor de terceiros, especialmente sanguíneos. Investimos nos sonhos de alguns que, no fundo, nem tinham a certeza que realizá-los seria, de fato, um prazer, uma felicidade sustentável enquanto muitos dos nossos sonhos foram engavetados.
Um dia, quando o futuro distante torna-se presente, perceberemos o quão poderíamos ter feito muita coisa diferente. Que poderíamos ter tido um olhar mais cuidadoso para dentro de nós e isto não se reverteria em danos que pudessem comprometer a construção dos nossos dependentes, das nossas bases, pois, naquele pregresso tempo, ainda nos restava tempo e saúde para mudar e nos preservarmos emocionalmente. Então, a gente se dá conta que, em grande parte do tempo, fomos mais dedicados aos acontecimentos do presente, estimulados por culpas, inseguranças, inexperiências, responsabilidades, bem como carências do passado, sem observarmos que os mais velhos, que agiraram da mesma forma, e que poderiam nos servir de exemplo, não tiveram o aval do futuro, tendo esta mesma atitude, quando chegaram a fase madura. O resultado, na grande maioria das vezes, não é compatível com a intensidade da entrega de nenhum de nós quando, no foco, não nos incluímos.
É quando a gente percebe que o Tempo passou. Que é hora de encontra tempo para refletir, mas não se culpar, muito menos de se acomodar. Afinal, ainda há tempo. É hora de tentar fazer com que o presente possa promover um futuro mais feliz e mais justo para o nosso interior.
Estando nós em paz com a qualidade do que doamos de nós, mesmo ainda tendo muitos compromissos materiais, é hora de deixarmos a vida acontecer dentro da gente, do nosso jeito, com mais leveza, menos preocupação com o pensamento dos outros, com o ambiente externo que vive nos assediando para nos tornarmos máquinas que possam atender as suas demandas pessoais e corporativas. Já não precisamos de muito. A qualidade do pouco é valiosa demais.
É hora de ouvir o tempo dizendo que a nossa vida, neste atual presente, tem menos tempo disponível para o futuro. E que o passado foi uma escola para o espírito que, no universo, é transeunte. Porém, ainda há tempo de fazer o corpo feliz. De dar paz para a mente. De sorrir, apesar das rugas - das marcas do Tempo.
De, enfim, reconhecer que fizemos o que podíamos, dentro da sabedoria acumulada naqueles momentos de decisões e ações que envolviam outros corações.
Agora é hora de descansar nossa estrutura humana, sem parar de se movimentar, mas dando uma conotação de repouso, porque este é o ciclo de todos nós. Em algum momento do Tempo, todos nós seremos convocados, pela consciência, a um novo tempo de ações. Até o apagar da íris, um segundo, uma hora, um mês, uma década ou um século todas essas partículas cronologicas do infinito possuem o mesmo tempo de valor, quando se busca mais felicidade para o nosso interior. E com a dispensa de plateia, registros ou companhia apenas felizes na paz pelo tudo que fomos sem maldade no peito.
Depois de um tempo de vida vivida, já não precisamos de muito. A qualidade do pouco é valiosa demais
Pessoa amiga, bem intencionada na relação, se cansa e se afasta sim, especialmente quando a outra parte se mostra ser alguém desqualificada demais para receber o seu melhor. Amizade sincera não é para qualquer um. Um dia a gente aprende a valorizar o nosso mais valioso sentimento disponível para os não sanguíneos
Considerando a tecnologia, o acesso à informação, o testemunho ocular de muitos de nós, frente a história real vivida full time, mas que ainda assim as Fakes News continuam sendo tratadas como verdades por muita gente, fico imaginando o estrago, além do meu alcance de percepção, que as Fakes News, que ultrapassaram séculos sem recursos para serem avaliadas na sua autenticidade, e que continuam sendo compartilhadas como verdade absoluta até hoje, tem promovido por este mundo a fora.
Sigamos no lazer que salvar mentes que não se entregam, que lutam pela sua sanidade, que não são dotadas de carências que lhes obrigam a ser alienadas, bem como resistem ao chamado da hipocrisia que lhe oferece respaldo através das suas crenças praticadas no tablado cênico da sociedade.
Porém, Jesus as salvará!
Pele Preta
Sobre o racismo - o problema do ser humano racista, nunca foi a pele preta, mas a sua própria alma negra e sem luz que promove a escuridão no seu intelecto, bem como um breu profundo no seu coração, pois a carne que o sustenta é desvitaminada de humanidade.
O maior problema do racismo está nas pessoas sem potencial para reluzirem, espontaneamente, no espaço que as abriga quanto gente. São seres, escancaradamente, opostos às estrelas que, diferentemente dos animais ditos como racionais é, justamente no breu, neste palco que enfatizam a sua luz, a sua beleza, o seu encanto e a sua democrática mensagem de paz e harmonia entre si, porque sabem que há lugar para todos brilharem. Que todos têm os mesmos recursos individuais para contribuirem com a magia da união e do direito de acuparem o firmamento.
Sem querer generalizar.
Desembargadores, vereadores, médicos, enfermeiros, administradores, juízes, advogados, professores, policiais, jogadores de futebol, modelos, artistas, padres, pastores, pais de santo, delegados, deputados, influencer digital, prefeitos, governadores, presidentes da república, empresários, cidadãos comuns etc. Diariamente, novos e velhos personagens se destacam nas mídias, nas páginas policiais como criminosos - tráfico, assassinatos, violência doméstica, estupros, sequestros, roubos, estelionato, corrupção, furtos etc.
Pela quantidade de indivíduos vivendo no ilícito, na maldade, na covardia, na monstruosidade se não fossem pegos muitos continuariam disfarçados de seres bons, seres do bem. Seres tranquilos, sociáveis e educados. Já pensou se fossem humanos vivendo na nossa sociedade terráquea no Brasil, em especial?
Ainda bem que são ET's que moram em Marte. A civilização atual do Planeta Azul está salva. Ufa!
Que bom que não corremos o risco de eleger políticos destes naipes e que a nossa espécie, dita como racional, é dotada de um alto nível de humanidade. De amor e respeito ao próximo como prega por ser, na sua grande maioria, cristã.
Não supervalorize os bons momentos, apenas viva-os com maturidade, na intimidade do bem que eles causam. Controle o ímpeto de atender ao "excesso" de exposição estimulado pelo marketing que vive da nossa falta de limites, da nossa infantilidade, do nosso ridículo e da nossa pouca noção de bom senso, especialmente, nas redes sociais. Não se esqueça que a vida é uma roda-gigante em movimento contínuo e que, enquanto vivos, nós estaremos sempre acomodados em uma das suas cadeiras.
Amadurecimento nada tem a ver com idade. E nos poupa de muitos vexames com potencial para um futuro arrependimento.
Se você não tem, como eu, o objetivo de se desnudar, de alfinetar a hipocrisia e, especialmente, provocar o outro a fim de despertar nele uma reflexão sobre o que de fato é estar neste mundo cheio de armadilhas, contenha-se para não se deprimir quando a realidade se fundir com o seu despertar diante da essência humana, bem como do verdadeiro sentido material da vida que, em geral, atende aos poderosos mais discretos.
Porque a vida é movimento. A vida é vida. A vida deve ser vivida em busca do crescimento e da qualidade de vida, dentro da vida. Voar faz parte da vida. Voltar também. E a vida segue. 05.08.2022. Muito amor, apoio e saudade, em vida e, por toda a eternidade, assim será.
