Gosto do Perigo

O perigo do passado era que os homens se tornassem escravos. O perigo do futuro é que os homens se tornem autómatos.

Olhando de perto, um sonho não é uma coisa sem perigo. É como uma pistola com dois gatilhos. Se vive muito tempo acaba por ferir alguém.

Estudo sem raciocínio é uma armadilha; raciocínio sem estudo é um perigo.

Usar da vingança com o mais forte é loucura, com o igual é perigo, e com o inferior é vileza.

Perigo e prazer dão no mesmo galho.

A diferença entre os corajosos e os covardes é esta: os primeiros reconhecem o perigo e não sentem medo, os segundos sentem medo sem reconhecer o perigo.

Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.

Há certo gosto em pensar sozinho. É ato individual, como nascer e morrer.

Só se deve beber por gosto: beber por desgosto é uma cretinice.

Gosto e preciso de ti,
Mas quero logo explicar,
Não gosto porque preciso.
Preciso sim, por gostar.

Gosto daquele que sonha o impossível.

Gosto um pouco mais da verdade quando sou eu que a descubro e não outro que me a mostra.

Gosto desta ideia: que o amor é uma forma de conversação em que as palavras agem em vez de serem faladas.

Há mais perigo em teus olhos do que em vinte espadas!

Corro perigo como toda pessoa que vive. E a única coisa que me espera é exatamente o inesperado.

Só se pode viver perto de outro, e conhecer outra pessoa, sem perigo de ódio, se a gente tem amor. Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura.

Eu quis o perigo e até sangrei sozinho
Entenda, assim pude trazer você de volta pra mim.
Quando descobri que é sempre só você que me entende do início ao fim
E é só você que tem a cura para o meu vício de insistir nessa saudade
Que eu sinto de tudo que ainda não vi.

Tenho medo de escrever. É tão perigoso. Quem tentou, sabe. Perigo de mexer no que está oculto – e o mundo não está à tona, está oculto em suas raízes submersas em profundidades do mar. Para escrever tenho que me colocar no vazio. Neste vazio é que existo intuitivamente. Mas é um vazio terrivelmente perigoso: dele arranco sangue. Sou um escritor que tem medo da cilada das palavras: as palavras que digo escondem outras – quais? talvez as diga. Escrever é uma pedra lançada no poço fundo.

Nós precisamos entender melhor a natureza humana, porque o único perigo real que realmente existe é o próprio homem.

Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.