Gostaria de te Pedir Perdão
'Os presentes mais valiosos são os que envolvem amor, tempo, amizade, companhia, carinho, perdão e compreensão. A essência do Natal não são os presentes que se dá, mas sim o amor que se dá.'
(Amanda White)
A felicidade do perdão é quando encontramos Cristo no outro. E Cristo encontra o cristão como símbolo da fé legítima.
Um Perdão Chamado Tempo
Chegar até esta fase da vida, não foi fácil.
Teve dor.
Teve silêncio.
Teve dias em que o tempo parecia inimigo.
E noites em que o passado doía mais que a ausência.
Mas, ao longo do caminho, algo foi mudando.
Pouco a pouco, sem pressa.
O tempo foi deixando de machucar…
E passou a ensinar.
Perdoar não foi esquecer.
Foi lembrar sem sangrar.
Foi olhar para trás com olhos mais leves.
Com a coragem de quem entende que não dá pra
mudar o que foi,
mas dá pra transformar o que ainda será.
O tempo não apagou as memórias,
mas suavizou as arestas.
Não resolveu todos os conflitos,
mas me ajudou a entender que alguns nós não se
desfazem — se aceitam.
E foi nesse aceitar que nasceu o perdão.
Não o perdão dito da boca pra fora.
Mas aquele que vem de dentro, com paz, com verdade.
Perdoei quem me machucou.
Perdoei quem não soube me amar.
Perdoei o que a vida tirou.
Perdoei os instantes perdidos.
E, principalmente, perdoei a mim.
Perdoei o tempo que eu achei que perdi.
E percebi que, na verdade,
o tempo nunca foi contra mim.
Ele só esperava que eu estivesse pronto.
Porque o tempo — quando é vivido com amor, com
entrega, com presença —
tem um nome diferente.
Ele se chama perdão.
sem justiça, sem perdão — só protocolo
ninguém é salvo.
alguns só têm boa assessoria.
há quem confunda resposta com redenção.
mas o que é dito publicamente
raramente se parece com o que sangra no privado.
o mundo aprendeu a pedir desculpas
como quem emite um recibo:
com data, com cálculo, com linguagem neutra.
desculpa hoje vem com asterisco.
com planejamento de imagem.
com legenda que diz “aprendi muito”
sem dizer o quê.
ninguém quer ser perdoado.
só esquecido.
e rápido.
a justiça também virou performance.
é lenta onde devia ser urgente.
é veloz onde devia ter escuta.
e se você gritar,
vão dizer que perdeu a razão.
se ficar em silêncio,
vão chamar de consentimento.
não há saída fácil
quando quem escreve as regras
também decide quem merece exceção.
no filme,
a ilha prometia liberdade.
e entregava anestesia.
a dor era arquivada.
os traumas, redesenhados.
o passado, editado para caber numa narrativa rentável.
não é ficção.
é estrutura.
é o feed onde tudo parece harmonia,
mas ninguém pergunta quem limpou o chão depois da festa.
o mundo não quer justiça.
quer justificativa.
e isso — isso é o mais desolador.
perdão, aqui,
não nasce de consciência.
nasce de conveniência.
e a paz?
ela existe —
mas só pra quem pode pagar pela versão limpa da própria história.
quem sobrevive,
sabe:
não há reconciliação onde o poder segue intacto.
há só o silêncio de quem entendeu tarde demais
que perdoar também virou moeda.
e que a justiça, hoje,
é só uma sala com espelhos.
e ninguém mais reflete.
Juliana Umbelino
O perdão significa você lembrar-se do passado dorido, mas sem dor, sem ressentimento, apenas com gratidão!
O perdão que mais liberta é o que damos a nós mesmos, e o tempo, quando compreendido e aceito, é o melhor remédio.
As pessoas ruins, nunca pedem perdão, porque acham que nunca magoaram ninguém, acham sempre que a culpa é do outro. Por mais que elas sofram as consequências universal, são incrédulas. Por achar que Deus é um mito.
Jesus tomou sobre si o peso dos nossos pecados para que pudéssemos experimentar paz, perdão e cura integral - corpo, alma e espírito.
Pobre e miserável é o meu coração,
que custa entender o poder do perdão.
Mas, com Ele, sinto que há cura na reconciliação.
"Deus me ensinou o amor, a cordialidade, a paz, o perdão e a paciência, mas as pessoas me ensinaram a reciprocidade."
"Portanto, podemos afirmar que a justificação é a declaração resultante do
processo do perdão. Este processo confirma que você está justificado e sendo
santificado diariamente." Justificação para Principiantes, pág.28.
Não pediremos perdão por existir.
Porque nossa existência não é exceção:
é correção da história.
É rachadura que virou nascente.
É erro no sistema que virou sistema novo.
Choramos, sim —
mas com lágrimas que derretem aço.
Rimos, sim —
mas com gargalhadas que racham catedrais.
Dançamos, sim —
mas nossos passos marcam o chão com nomes.
Nomes que antes eram apagados.
Agora, resistem tatuados na pele da cidade.
Não voltamos.
Porque voltaria quem teve lugar.
E nós nunca tivemos.
Inventamos o chão,
rasgamos o mapa,
colocamos o coração onde diziam que não havia espaço.
E se disserem que exageramos,
responderemos:
vocês subestimaram o quanto sobrevivemos
Dulçor:
Perdão por te amar de repente
Com ternura ausente
Como uma meiga canção sem fundamento
Dos segundos que experimentei seus sabores
Sentindo o odor de vossos perfumes
Hei de mostrar acalento
Mas não fui divisível em momentos
Onde se mostrou indizível
Faltou o toque de pirulito do dulçor
E que só trouxe melancolicamente
E o afeto que o nosso amor não se encaixou
Nosso amor teve uma calda de exaspero
Teve gosto de promessas não cumpridas por fascinação
E as palavras foram trancadas no véu do âmago
Nossa página não teve o óleo da unção
Não durou carícias, só o transbordamento de supetão
E tu me fazes a ligação final, dizendo para que te deixes e repouses, repouses com calma
Nesse pensamento cálido, nessa tamanha fatalidade e espero que tu voltes
Para a olhar de aurora
