Gelo
Alma desnuda,
o Sol se faz cinza
a luz encharca a pineal
serenou, engulo o gelo
derretido sou, nesse amargo tênue.
fizera-se na minha hipófise
armazenando o gasoso.
calcificada, falecida alma.
me injeta adrenalina
mais oxitocina
sugiro não ter metástase
nem vermes, nem males
nem derivados amargos
estando livre o espaço
límpido e purificado
em todo meu hipotálamo.
O ciúme e louco
muito ou pouco
É chama que arde
e deixa rastro
É gelo que queima
e congela a alma
O ciúme e louco
muito ou pouco
Por trás do espelho
Sou pele, sou toque, mas também sou ardor.
Sou gelo e vapor mas também sou brasa.
Sou amor, sou cor e também calor.
Não me julgues por meu corpo, isso não é tudo que sou.
Sou luta mas também sou boicote.
Sou calma mas também sou trauma.
Vamos fazer nós dois ganhar, não quero ganhar isso sozinho.
Encosta tua paz na minha calma,
mas não esqueça também,
que eu posso até ser corpo mas também sou alma.
"Elas são assim, uma mistura de fogo e gelo.
Apego e desprendimento. Luxuria e candura. Aspereza e mansuetude. Distração e foco. Maturidade e imprudência. Ambição e abnegação.
Elas são fusão de todo oposto possível e se os opostos se atraem, elas são imã."
Iasmin Borges
Fogo e gelo são extremos oposto que compõem o que sobrou do meu coração e da minha alma. O fogo que arde e queima tudo o que me era precioso, o gelo que congela e causa rachaduras nas minhas poucas emoções.
No teu fogo virei brasa.
No teu gelo virei água.
Na tua boca sofri calada.
Na tua voz não fui chamada.
No teu olhar fiquei hipnotizada.
No teu corpo fui desonrada.
No teu andar fiquei parada.
Na tua casa fiquei desabrigada.
Na tua coberta fiquei destapada.
No teu cigarro não fui tragada.
Na tua bebida fui vomitada.
Na tua música não fui escutada.
Na tua letra não fui riscada.
Na tua folha não fui desenhada.
Na tua vida, fui só um nada.
Você pode tornar-se uma rocha e ser inflexível ou como uma pedra de gelo e ter a facilidade de mudar para o estado líquido ou gasoso conforme o ambiente.
Silêncio Voraz
Andando com pés descalços no gelo, senti meu peito sendo aberto e arrastado pela brisa gélida do inverno. A cada passo, perdi minha força, extingui parte do meu coração, senti arrancar cada partícula da minha alma com a força escaldante do teu silêncio. Meu corpo foi amortecendo cada parte, implorando pelo ultimo suspiro. Não, mas não, ali permaneceu viva a flagelação do meu ser, por tempo indeterminado. Ai de quem tem coração destituído de razão.
Sabe aquele gelo duro, frio, que queima e machuca? Ele vira água, depois evapora e não é mais nada... Nada é a mesma coisa que vou sentir por você quando perceber
Ela é fogo, ele é gelo.
Curtia seus dias dançando sob a lua, no anoitecer e nas madrugadas. Sempre que possível, festas faziam parte de sua tabela de planejamentos. Enquanto ele pouco saía. Gostava de seus livros, da sua própria bagunça e pensamentos escritos em bolas de papel na lixeira. Certa vez, ele foi até um barzinho que tocava Raúl, Paralamas e outras músicas que gostava. Levantou - se até a máquina e escolheu um música.
"Eu amo Engenheiros do Havaii", a voz dela por trás de suas costas, segurando uma moeda (imagino que para utilizar a máquina também) . Sem muita reação, ele confirmou o mesmo.
Após horas de conversa leve e noções sobre o gosto musical, o rapaz que vivia em sua caverna e a moça das baladas e luzes de neon, dançaram juntos.
Fogo e gelo, provaram que os opostos se atraem, de fato.
SURFE DE SENTIMENTO
Seu moço... E esse frio!
Que esta assim como gelo
treme o queixo e o pescoço
... Navalha cortando osso
em padecer com o medo.
Ah seu moço, eu preferia...
Aquele velho calor,
que com ele...
Eu se atirava nas águas!
Nadava que nem piaba
surfaria, pelas areias da praia
e esqueceria, aquela dor.
Antonio Montes
Se tentar explodir meu gelo, uma água em temperatura muito baixa te congelará e você se tornará uma pedra, sem vida, um ser morto de sentimentos, e indisposto a retornar à vida antiga.
GEADAS DA VIDA
Verde, preto em manhãs desfolhada
sacode gelo sobre a terra
bacia com água fica coalhada,
é assim que amanhece o dia
em manhãs de geadas.
A dona Quitéria, mulher fera
se levanta sedo, bem cedinho!
E segue em passos frios,
para tirar leite da vacada.
O curral esta cheio de berros
as vacas com vestes em malhas
mugem em suas danças sobre a janta
e os bezerro em desespero...
Almejam em suas sedes de esperanças.
É... O viver tem lá o seu preço
nem sempre a vida sana
os sonhos de sua gana.
Antonio Montes
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